4 estratégias diferentes para você dominar a bolsa de valores

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IPO: conheça o passo a passo para investir

O conceito de bolsa de valores é bem antigo – a primeira data de 1531! Portanto, deve-se imaginar que uma série de estratégias já foram pensadas e executadas a fim de tirar proveito das flutuações do mercado para multiplicar o patrimônio daqueles que se dispuseram alguma vez a investir seu dinheiro no mercado.

Assim, esse é um tema de extensa discussão entre os investidores e acadêmicos interessados no mercado financeiro, que buscam entender se existe algum fundamento nessas estratégias. A mais famosa teoria contrária a respeito das estratégias de bolsa de valores é a Hipótese de Mercado Eficientes, que em sua versão mais agressiva, acredita que não há a mínima possibilidade de ganhar dinheiro na bolsa de valores, sem que se conte exclusivamente com a sorte.

No contraponto dessa ideia, estão uma série de estratégias que foram provadas com rentáveis ao longo do tempo, viabilizando que alguns investidores saíssem de alguns milhares para milhões para bilhões, ao passo que esses a dominaram de forma que poucos erros fossem cometidos em sua execução. Então, iremos listar algumas das mais famosas estratégicas, que ainda se mostram acessíveis ao investidor.

Buy and Hold

Todas as outras estratégias a serem citadas possuem diversas considerações e execuções referente ao preço do ativo. Desta forma, são muito mais ligados à análise técnica – do comportamento de preço -, apesar de ainda darem muita importância para a análise fundamentalista. Já a estratégia Buy and Hold, quem em inglês significa “Compre e Segure”, despreza totalmente os movimentos dos preços e suas implicações, focando em apenas dois simples aspectos, o preço atual e o preço justo do ativo.

O preço atual é a cotação do papel no momento considerado, o que é totalmente objetivo e não sofre alterações de acordo com a percepção dos investidores. Assim, basta entender qual é o preço justo da ação, e é nesse passo que mora a dificuldade, e até mesmo a incompressibilidade da estratégia.

Para se definir o preço justo de um ativo é feita uma análise considerando os fundamentos da empresa e sua expectativa de ganhos considerando o cenário, sempre focando o longo prazo. Para isso, o investidor pode-se utilizar de conhecimento em contabilidade, finanças, economia e qualquer outro que, de alguma forma, agregue na projeção do valor intrínseco do ativo.

A partir de então, o investidor só deve se desfazer do papel em duas circunstâncias, o preço justo foi atingido ou a empresa perdeu os fundamentos que a sustentavam. No primeiro caso, a vantagem para o investidor é evidente, uma vez que nunca se deve comprar uma ação que esteja cotada acima do preço justo, o que tornaria a operação invariavelmente ruim. Porém, em uma análise intermediária, a empresa pode demonstrar que sua operação não possui a mesma eficiência e não perspectivas de melhora, assim, mesmo que o investidor tivesse projetado um preço bem diferente do que o atual, a melhor decisão é desfazer a posição, pois não há mais base para permanecer na mesma.

Trend Following

Sendo uma das mais antigas do mercado, a estratégia Seguidora de Tendência, do inglês Trend Following, passou no teste do tempo e hoje é pertencente do livro básico dos investidores. Isso se deve ao fato de se mostrar rentável em diversos ativos e períodos diferentes, mas ainda assim, possuir uma simplicidade que a torna acessível a investidores com múltiplos graus de conhecimento no mercado de renda variável. Porém, simplicidade não deve ser confundida com facilidade, mesmo utilizando estratégias nesse sentido, muitos investidores ainda apresentam um desempenho inferior ao índice de mercado.

O princípio básico dessa estratégia é ideia de que os preços dos ativos se move em tendências, contrariando a tese de mercados eficientes, vista anteriormente. Assim, uma vez que essa tendência é identificada o investidor tem ciência para qual direção os preços devem seguir nas próximas semanas, meses ou anos. Isso permite o investidor a se posicionar no ativo e segui-la até que haja sinais concretos de a tendência será desfeita, revertendo sua direção ou entrando num movimento lateral.

A combinação desse princípio com a ideia de se manter convexo nas operações, onde as perdas são limitadas por ordens stops próximas ao preço de entrada ou ao longo da tendência enquanto os ganhos persistem ao passo que o mercado se movimenta naquela direção, resulta em seguidas operações em prejuízo, mas compensadas pelo alto volume de ganhos em operações ganhadoras, apesar do menor número.

Mean Reversion

Em alternativa à teoria de tendências, existe ideia de que os ativos após um período de valorização ou desvalorização vão convergir à uma média, e pode ser uma média de preços do próprio ativo, de retorno do mercado, de retorno do setor ou qualquer outra que tenha alguma ligação com o ativo.

Então, o objetivo dessa estratégia é se beneficiar desses retornos à média, que em termos de rentabilidade é menor com relação à seguidora de tendência, mas é compensada pelo tempo de operação, que costuma ser bem menor, proporcionando ganhos significativos considerando o período posicionado.

Para se obter sucesso utilizando uma estratégia que siga esse princípio, deve-se atentar ao fato que nem todos os ativos possuem características para isso. Os índices e moedas são que mais se enquadram nessas características, apesar de ainda apresentarem movimentos longos em determinados momentos da história ou quando analisado períodos mais longos, como semanal ou mensal.

O gerenciamento de risco também tende a ser diferente, as operações passa a ter pesos mais semelhantes, de forma que, é improvável que uma única operação positiva compense uma série de outras negativas. Assim, é mais arriscada e pode requerer uma taxa de acerto maior do 50%, algo que não ocorre com a estratégia seguidora de tendência.

Long and Short

Por ter uma complexidade um pouco maior em relação, por vezes, não é considerada, mas a estratégia Long and Short é amplamente usada em mercados que apresentem grande volatilidade ou estejam passando por um período de turbulência econômica. Existem até mesmo fundos dedicados exclusivamente a esse tipo de estratégia. Pode ser utilizada tanto para alavancagem quanto para proteção de capital.

Essa consiste na realização de duas operações simultâneas, uma comprada, conhecida como o termo long do inglês, e outra vendida, do termo short. Assim, o investidor espera que seja beneficiar tanto de um movimento de alta do ativo comprado, quanto de um movimento de baixa do ativo vendido.

Os ativos a serem escolhidos para essa estratégia têm algo comum ou uma diferença clara, a ponto de serem considerados uma oposição. Pois esse é o racional em que o investidor vai se basear, no caso de empresas parecidas, pode haver uma preferência do mercado por uma em específico num dado momento, pois pode apresentar resultados melhores enquanto as outras são preteridas por não gerar o efeito da diversificação de setores. Por exemplo: duas empresas do varejo, enquanto uma estiver apresentando bons resultados, é esperado que pelos menos uma outra do setor registre resultados ruins, pois os consumidores tendem a ser os mesmos.

Assim se o ativo escolhido como comprado se valorizar e o ativo vendido se desvalorizar, ou pelo menos não valorizar mais que o comprado, a estratégia deu certo. Isso pode ser utilizado também em empresas de diferentes setores, que são de alguma forma descorrelacionados ou correlacionados, ações de uma mesma empresa que apresentem uma disparidade incomum e outros.

Dentre todas as citadas nesse texto, é a estratégia que abre mais possibilidades para o investidor, porém, é demandado acompanhamento constante, de forma que há o momento certo e errado para se desfazer da posição. Mas, é capaz de fornecer proteção e bons resultados ao investidor, sendo por vezes, num curto espaço de tempo.

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