Milho no Brasil: crescimento sustentado e desafios da safra 2024/2025

Tempo de leitura: 3 minutos

Safra de milho no Brasil
Safra de milho no Brasil

O Brasil se consolida como um dos principais players no mercado global de milho, impulsionado por avanços tecnológicos, expansão da área plantada e demanda interna crescente, além do aumento das exportações. A safra 2024/2025 reafirma essa posição estratégica, com projeções ambiciosas e desafios que exigem atenção.

Milho no Brasil: produção recorde e desafios iminentes

A safra 2024/2025 almeja alcançar 127 milhões de toneladas de milho, um aumento de 4% em relação à safra anterior (122 milhões de toneladas). Essa expansão se sustenta na área plantada de 22,3 milhões de hectares e na produtividade média de 5,7 toneladas por hectare, mantendo os patamares das últimas safras.

O Centro-Oeste e o Sul lideram a produção, com destaque para o Mato Grosso, maior produtor nacional. Tecnologias como sementes geneticamente modificadas e agricultura de precisão minimizam os impactos climáticos e elevam a produtividade.

Contudo, os estoques finais baixos (2,8 milhões de toneladas) impõem desafios logísticos e estratégicos para o mercado interno, especialmente frente à crescente demanda por etanol de milho. Na safra 2023/2024, 6 milhões de toneladas de milho foram destinadas à sua produção, tendência que se intensifica com novas usinas no Centro-Oeste.

A cadeia produtiva do etanol de milho gera ainda o DDG (grão seco por destilação), subproduto nutritivo usado em rações animais. Isso cria sinergia entre o agronegócio e a cadeia de proteína animal, equilibrando o mercado interno.

Exportações em crescimento e competitividade global

O Brasil mantém sua posição de destaque entre os maiores exportadores de milho, com projeção de 48 milhões de toneladas para 2024/25, um aumento de 9% em relação à safra anterior. No entanto, a redução na demanda da China (de 19 milhões para 16 milhões de toneladas) e a recuperação da produção em países como Estados Unidos e Ucrânia exigem atenção.

A taxa de câmbio desvalorizada favorece a competitividade do milho brasileiro, mas o alto custo logístico, principalmente o escoamento pelos portos, é um obstáculo a ser superado.

Condições climáticas

Após anos sob influência do El Niño, as projeções climáticas indicam chuvas regulares em grandes regiões produtoras como Mato Grosso, Goiás e Sul do país. Entretanto, o La Niña, previsto para o segundo semestre de 2024, permanece “fraco” e com pouca influência no clima brasileiro durante o verão.

Desafios para a safra 2024/2025

Veja agora os pontos de atenção para a safra de milho no Brasil neste período:

Logística e armazenamento

A colheita da soja, simultânea ao início da safra do milho, pode sobrecarregar armazéns e sistemas de transporte. Logo, a liberação dos estoques de soja é crucial para evitar gargalos.

Estoques apertados

O volume disponível do milho também é um fator de preocupação. Com estoques finais em 2,2% da produção total, a margem para lidar com imprevistos é pequena.

Competitividade internacional

A alta dos custos de produção e logística, somada à recuperação da oferta global, pressiona a participação brasileira no mercado.

Políticas e infraestrutura

Investimentos em infraestrutura (rodovias, ferrovias e portos) são urgentes para reduzir custos logísticos. Além disso, políticas públicas que incentivem a produção sustentável e o uso de biocombustíveis são essenciais para o crescimento do setor.

Conclusão

A safra 2024/2025 de milho no Brasil promete crescimento na produção, fortalecimento da demanda interna e competitividade global.

Superar os desafios logísticos, climáticos e de infraestrutura é crucial para consolidar o Brasil como líder no mercado mundial na exportação de grãos. Nesse sentido, planejamento, inovação e eficiência são as chaves para transformar desafios em oportunidades e garantir o sucesso do milho brasileiro.

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