O que esperar para o mercado de soja em 2023?

Tempo de leitura: 3 minutos

soja safra 2023 2024
soja safra 2023 2024

No Brasil, a safra 2021/2022 foi marcada por diversos desafios. Entre os que mais impactaram o mercado de soja, estiveram o alto custo dos insumos e dos fretes para distribuição interna e entrega nos portos, a desvalorização do real e as oscilações na demanda da China.

Além disso, os eventos climáticos também criaram obstáculos para os produtores, pois tivemos a incidência do La Niña durante três anos consecutivos. Isso acabou ligando um alerta sobre as novas produções da América do Sul desde o período de plantio, pois os anos nos quais ocorre o fenômeno costumam ser bastante secos em importantes regiões produtoras do Brasil e Argentina.

A quebra de safra no Mato Grosso do Sul e na região Sul fez com que os produtores fossem mais cautelosos nas negociações. Dessa forma, segundo dados do Safras & Mercados, a venda do grão e derivados diminuiu em relação à média dos últimos cinco anos.

E para 2023, o que esperar do mercado de soja? A seguir, confira as principais perspectivas para a produção brasileira.

O que esperar para o mercado de soja em 2023?

Desde 2019, quando ultrapassou os Estados Unidos, o Brasil ocupa a liderança no ranking mundial de produção de soja. As instabilidades climáticas e o conturbado cenário econômico doméstico e internacional fizeram o mercado de soja brasileiro sofre um pouco nos últimos dois anos. No entanto, mesmo com esses percalços, a produção brasileira do grão se manteve na primeira posição.

Segundo especialistas, a safra 2022/2023 iniciada com o plantio em setembro traz um potencial produtivo recorde, de 150,3 milhões de toneladas. Esse valor representa um crescimento de 21% em relação à safra 2021/2022.

Em relação aos estoques, estima-se aumento de 153% no volume do grão, indo de 3,9 milhões de toneladas na última safra para 9,9 em 2023. Com isso, espera-se que o Brasil diminua as importações em até 86% e retome a sua competitividade frente ao mercado internacional.

No entanto, isso não quer dizer que os desafios de alto custo produtivo, demanda instável e volatilidade nos preços do grão estejam superados. Ao contrário, todos esses fatores são preocupações para o mercado de soja em 2023. Por isso, as lideranças do setor estão estrategicamente organizadas para lidar com os efeitos negativos, sobretudo em relação às oscilações dos preços da commodity no mercado internacional.

As perspectivas são boas, mas o mercado pede cautela

Nesse sentido, observa-se duas importantes ações: cautela nas vendas antecipadas do grão (para aguardar melhores preços) e comercialização de subprodutos de soja. Embora haja perspectiva de aumento na exportação de farelo de soja, o biodiesel a partir do óleo de soja é considerado o mercado mais promissor que se tem em vista atualmente.

A demanda por esse combustível é favorecida pelo aumento do preço do petróleo. Outro ponto que fortalece a posição do Brasil é escassez do produto em países que ofertam óleo de soja, como a Argentina. Isso contribui para que o óleo brasileiro possa ser um item rentável de exportação em 2023, com perspectiva de incremento de 10% no valor do óleo de soja que se destina ao biodiesel.

Plantio da soja nas regiões brasileiras

Luiz Fernando Roque, consultor do Safras & Mercado, observa que o plantio iniciou dentro da janela ideal nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e parte do Sul. No caso do Paraná, ocorreram alguns atrasos devido ao excesso de chuvas. Já em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a falta de umidade provocada pelo La Niña atrasou mais os trabalhos, que avançaram lentamente durante toda a época de plantio. Mesmo assim, Roque acredita que a safra 2023 deva ser recorde.

Quanto ao clima, as previsões indicam uma primeira quinzena de janeiro mais seca sobre o RS, o que é considerado um sinal de alerta. Já as demais regiões deverão receber bons volumes de chuvas. Desde que não haja excessos, isso pode favorecer o desenvolvimento final das lavouras.

“Dificilmente veremos perdas produtivas relevantes nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste, o que deve garantir uma nova produção recorde para o Brasil, acima de 150 milhões de toneladas pela primeira vez. Apesar disso, é importante acompanharmos as previsões climáticas para os próximos meses. Alguns estados têm registrado excesso de umidade, o que se continuar pode impedir um bom avanço dos trabalhos de colheita e afetar a qualidade dos grãos”, observa o consultor.

(Fontes: Canal Rural e portal Syngenta)

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