Para quem deseja diversificar a carteira de renda variável em ativos internacionais, o que não falta são opções de investimentos. Uma dessas alternativas são os BDRs de ETFs, ainda pouco conhecidos pelo público em geral, mas que podem trazer retornos bem interessantes.
Uma pergunta comum entre investidores é sobre o propósito desse investimento. Afinal, se existem BDRs e ETFs, por que motivo não investir em cada uma das modalidades separadamente em vez de um BDR de ETF? Se você também tem essa dúvida, ou apenas deseja conhecer a modalidade, continue a leitura e saiba mais a respeito.
Por que investir em BDRs de ETFs?
Aqui no blog, nós já falamos separadamente de ambas as modalidades. Mas, para entender bem os BDRs de ETFs, não custa relembrarmos alguns pontos principais. Acompanhe:
BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
Os BDRs são títulos de empresas estrangeiras negociados na bolsa brasileira. Ao adquirir um BDR, o investidor passa a ter alguns dos direitos que os sócios dessas companhias têm, inclusive o recebimento de dividendos, se essa for a política da empresa lá fora.
Embora os BDRs acompanhem as cotações internacionais das ações que representam, a sua negociação é em reais. Portanto, sujeitam-se à legislação de investimentos brasileira para todos os fins.
Quando falamos em diversificação internacional, os BDRs são uma forma fácil e direta de investir nesses ativos evitando a burocracia de abrir conta no exterior.
ETFS (Exchange Traded Fund)
Os ETFs – também chamados de “fundos de índices” – são investimentos que têm o objetivo de acompanhar o desempenho de determinado ativo ou índice do mercado financeiro.
Por exemplo, há ETFs que seguem índices da bolsa brasileira (como Ibovespa, ISE ou IFIX), do mercado internacional (como o S&P 500 ou os índices MSCI), ETFs de renda fixa, de criptoativos, atrelados à inflação, e assim por diante. Ao investir em ETFs, o esperado é que esses fundos tenham desempenho semelhante aos índices ou ativos que eles representam.
Os ETFs foram criados pelo economista e investidor norte-americano John Bogle, fundador do grupo Vanguard, nos anos 80. Naquela época, a intenção de Bogle era encontrar investimentos com custos reduzidos. Segundo ele, as taxas pagas nos fundos de gestão ativa não compensavam o resultado que esses investimentos traziam. Por isso, julgava ser mais vantajoso um investimento que somente replicasse determinado benchmark do mercado. Ao eliminar a gestão ativa, a taxa do investimento reduziria e isso o tornaria acessível a mais pessoas de forma geral.
Diversificação para a carteira
Vistos os conceitos de BDR e ETF, pense no seguinte: a bolsa brasileira possui diversos índices, imagine então a quantidade de indicadores que existem no mercado internacional. Para ter acesso a todo esse mercado, você não precisa mandar dinheiro para fora. Em vez disso, basta escolher um BDR de ETF e adquirir as suas cotas. Fácil, não é mesmo?
Em outras palavras, quem adquire um BDR de ETF está comprando indiretamente cotas de um ETF negociado lá fora. Dessa forma, o investimento acompanhará a performance de índices e setores da economia de diferentes partes do mundo.
Ao diversificar seus investimentos em ativos internacionais, você consegue mitigar o risco país da carteira. Ou seja, o seu patrimônio já não fica totalmente exposto aos acontecimentos do mercado interno. Isso faz com que você também se beneficie de momentos favoráveis em outras economias.
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Quantos BDRs de ETFs estão listados na bolsa brasileira?
Atualmente, existem mais de 250 BDRs de ETFs listados na B3. Esse investimento possui código de negociação de quatro letras, e termina com o número 39.
Entre as opções disponíveis, existem índices financeiros internacionais, como os MSCI, divulgados pela Morgan Stanley Capital International. Além disso, há também os atrelados a títulos de dívidas internacionais, tanto de empresas quanto de governos – como os títulos públicos dos EUA (treasures).
Podemos encontrar também os que replicam classificações de mercado, como small caps presentes no S&P 500 e em outras economias desenvolvidas. Há também BDRs de ETFs com teses dos setores de energia, tecnologia, automobilístico, médico, utilidades, mineração, entre outros.
Veja abaixo alguns exemplos:
Nome | Código de negociação |
MCSI Ásia JP | BAAX39 |
MSCI ACWI | BACW39 |
MSCI Eurozone | BEZU39 |
Core S&P 500 | BIVB39 |
MSCI China | BCHI39 |
Core Small Cap | BIJR39 |
Latin America 40 | BILF39 |
United States Financial | BIYF39 |
Global Health | BIXJ39 |
Global Tech | BIXN39 |
Para quem os BDRs de ETFs são indicados?
Por representarem índices e mercados internacionais, esses investimentos estão expostos à volatilidade do câmbio. Além disso, muitos deles alocam recursos em mercados emergentes, com economias bem menos estáveis do que a de países desenvolvidos. Dessa forma, para investir em BDRs de ETFs, é preciso ter um perfil mais arrojado.
Outro ponto importante para esse tipo de investimento é o horizonte de longo prazo. Historicamente, a economia mundial passa por diversos ciclos e, por isso, é normal que esses títulos sofram oscilações em determinados períodos. Por isso, quando visa o longo prazo, o investidor tem mais chances de enfrentar turbulências com mais tranquilidade.
Por fim, outro aspecto a considerar antes de adquirir BDRs de ETFs é a sua liquidez, ainda baixa em comparação a outros ativos negociados na bolsa. Com o passar do tempo, tem aumentado a quantidade de BDRs acessíveis para o pequeno investidor. No entanto, esse ativo ainda é bem menos negociado do que outros de renda variável, como ações ou FIIs, por exemplo. Dessa forma, nem sempre o investidor consegue negociá-los a qualquer tempo a um preço justo.
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5 vantagens de contar com uma assessoria de investimentos