BRF (BRFS3): prejuízo de R$ 1,02 bi no 1T23, acima do esperado pelo mercado

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Dona das marcas Sadia e Perdigão, a BRF (BRFS3) reportou prejuízo líquido de R$ 1,02 bilhão no 1° trimestre de 2023., queda de 33,8% em relação ao resultado negativo que auferiu em igual período do ano passado. A perda foi maior do que o esperado pelo mercado – analistas ouvidos pela Bloomberg esperavam prejuízo de R$ 353 milhões para o trimestre.

Segundo o relatório de resultados, divulgado na noite desta segunda-feira (15), o indicador permanece negativamente afetado principalmente devido à queda do preço do frango in natura no mercado internacional e às despesas financeiras, que cresceram 11% no período, somando R$ 860 milhões. Além disso, a elevada oferta de frango no mercado interno e externo e os juros altos continuam pressionando os resultados.

A receita líquida alcançou R$ 13,17 bilhões no 1T23, alta de 9,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2022. Em 12 meses, o preço médio (R$/kg) passou de R$ 10,52 para R$ 11,20, alta de 6,5%.

O EBITDA ajustado somou R$ 607 milhões no 1T23, alta de 300% na comparação anual, ante uma expectativa de R$ 919,3 milhões. Já a margem EBITDA foi de 4,6%, ou 3,3 pontos percentuais (p.p.) acima do mesmo período de 2022. Segundo a BRF, o aumento de 4,2% no preço de processados e melhora na gestão de estoques impulsionaram o indicador.

Na comparação anual, as despesas operacionais da BRF cresceram 18,3%, alcançando R$ 1,93 bilhão. De acordo com a companhia, isso se deve ao aumento dos fretes e combustíveis (no Brasil e exterior) e a maiores despesas com vendas para impulsionar determinadas marcas no período.

No 1T23, o resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 860 milhões, 11% acima do registrado em igual período do ano passado. O aumento da perda financeira ocorreu principalmente pelos juros mais altos, uma vez que o saldo da dívida vinculada ao CDI cresceu. Segundo a companhia, o prejuízo financeiro foi parcialmente atenuado pela redução dos juros em outras moedas, visto que diminuiu o endividamento em moeda estrangeira.

Segundo Miguel Gularte, CEO da BRF, o plano de eficiência da companhia progrediu em todas as frentes de trabalho e já capturou R$ 418 milhões. Na divulgação dos resultados, o executivo citou a redução de descontos concedidos no mercado doméstico, o avanço da estratégia de diversificação em mercados internacionais e a consolidação de marcas nesses mercados, entre outros aspectos positivos.

Ao final de março de 2023, a dívida líquida da BRF totalizou R$ 15.,29 bilhões, um aumento de R$ 697 milhões em comparação ao trimestre anterior. Já a alavancagem líquida, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, ajustado ficou em 3,35 vezes no 1T23 contra 3,55 vezes no 4T22 em reais. Já em dólares, o indicador bateu 3,49 vezes no 1T23 contra 3,48 vezes no 4T22.

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