A semana no Brasil trouxe alguns destaques importantes tanto na economia quanto na política. No campo econômico, o último Boletim Focus divulgou as expectativas para 2023, incluindo uma projeção de IPCA de 5,69%, PIB com crescimento de 1,68%, câmbio a R$ 5,10 e Selic em 12,50%.
Falando sobre os dados econômicos, o IPCA de maio apresentou um aumento de 0,23% em relação ao mês anterior, ficando abaixo do consenso. Em uma perspectiva de doze meses, o IPCA recuou para 3,94% em maio, comparado aos 4,18% registrados em abril. Esses números reforçam a visão de que o Banco Central iniciará um ciclo gradual de redução das taxas de juros a partir de agosto.
No âmbito político, o relatório da Reforma Tributária foi apresentado, trazendo uma série de alterações nos impostos atualmente cobrados, com a expectativa de ser votado já no início de julho. Além disso, o governo federal anunciou um programa de incentivo à indústria automotiva, com subsídios para redução nos preços de automóveis, caminhões, vans e ônibus. Também foi assinada a medida provisória que cria o programa “Desenrola”, voltado para a renegociação das dívidas de famílias com rendimentos de até dois salários-mínimos.
Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio-desemprego aumentaram de 233 mil para 261 mil. Essa tendência pode indicar que a desaceleração econômica está começando a afetar o mercado de trabalho.
Confira agora o desempenho das principais commodities na semana:
Soja
O contrato futuro de julho/23 na CBOT (Chicago) fechou a US$ 13,865 por bushel (27,215 kg), registrando alta de 2,51% na semana, impulsionado pelo suporte nos preços do farelo e óleo de soja.
Os investidores também ficaram animados com a notícia de que a China importou um recorde de 12,02 milhões de toneladas métricas de soja em maio/23, um aumento de 24% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
No Brasil, os preços no mercado físico caíram novamente. Em Sorriso, a saca teve uma queda de -3,43% na semana.
O relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou positivamente a safra brasileira de grãos, aumentando em 1 milhão de toneladas em relação à projeção de maio/23, totalizando 156 milhões de toneladas.
A demanda de exportação começou a se deslocar para o milho, o que resultou em uma diminuição na quantidade de negócios com a soja, além da influência do câmbio (o real valorizou-se durante a semana).
Soja (CME) | Cotação |
Julho | US$ 30,59 |
Agosto | US$ 28,52 |
Setembro | US$ 26,78 |
Novembro | US$ 26,44 |
US$/Saca de 60kg |
Milho
A semana registrou uma leve desvalorização em Chicago (CBOT), fechando a US$ 6,04 por bushel (25,40 kg), o que representa uma queda de -0,82% na semana.
No Brasil, os preços se mantiveram estáveis no mercado físico (CEPEA), fechando a R$ 53,73 por saca, e no contrato futuro houve uma leve queda semanal de -1,15% para R$ 53,23 no contrato de julho/23.
No relatório do USDA, também houve uma melhora nas projeções da safra, passando de 130 milhões de toneladas (maio/23) para 132 milhões de toneladas.
Milho (B3) | |
Julho | R$ 53,23 |
Setembro | R$ 57,50 |
Novembro | R$ 59,95 |
Janeiro/2024 | R$ 62,50 |
R$/saca 60kg |
Café
O adido do USDA estimou a safra 23/24 no Brasil em 66,4 milhões de sacas (6% acima da safra anterior), com as seguintes referências: 44,7 milhões de sacas de café arábica (+12%) e 21,7 milhões de sacas de café conilon (-5% devido aos problemas climáticos no estado do Espírito Santo).
A estimativa de exportação para 23/24 foi de 45,35 milhões de sacas (alta de 26%).
Os estoques finais de café da temporada 2023/24 no Brasil estão projetados em 2,68 milhões de sacas, em comparação com 4,12 milhões de sacas em 2022/23.
A colheita segue em ritmo adiantado, com 26% do total de 17,58 milhões de sacas já colhidas, graças às condições climáticas favoráveis.
O café em NY (ICE) teve uma boa alta na semana (+5,74%) no contrato de julho/23, sendo cotado a US$ 190,65 cents/lb.
Café | B3 | NY |
Julho | US$ 230,40 | US$ 190,65 |
Setembro | US$ 222,00 | US$ 186,65 |
Dezembro | US$ 222,00 | US$ 184,60 |
US$/Saca de 60 kg | ¢/lb |
Açúcar e Etanol
O açúcar em NY registrou alta de 2,6% no contrato futuro de julho/23, seguindo a tendência de alta que vem ocorrendo nas últimas semanas devido à maior demanda mundial e aos estoques reduzidos.
Com a safra na região centro-sul apresentando bom desempenho, o mercado está observando alguns fundos especulativos diminuindo suas posições compradas, o que ocasionalmente pressiona as cotações para baixo.
No caso do etanol, houve uma queda devido ao retorno da moagem após as chuvas e ao aumento da oferta, o que pressiona os preços em Paulínia-SP. Ao fim da semana, o preço fechou com uma queda de -1,56%, cotado a R$2,5309 por litro.
Etanol | Cotação |
Junho | R$ 2.585 |
Julho | R$ 2.600 |
Outubro | R$ 2.690 |
R$/m³ |
Açúcar | Cotação |
Julho | US$ 25,38 |
Outubro | US$ 25,02 |
Março de 2024 | US$ 24,84 |
Cts/Lbs |
Proteínas
No mercado do boi gordo, o cenário continua pressionado no mercado físico, com os frigoríficos tendo escalas folgadas e uma boa oferta por parte dos produtores.
Destaca-se que este é o terceiro mês com o maior número de bovinos abatidos na história do estado do Mato Grosso, além de registrar a maior participação de fêmeas para um mês de maio na história. Foram abatidas 290,62 mil fêmeas, o que representa o maior volume já registrado. Os abates de machos também cresceram 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
No setor de frango e suínos, as cotações se mantiveram praticamente estáveis durante a semana. O número de casos de gripe aviária no Brasil chegou a 24, todos em aves silvestres.
Já a queda nos preços do milho tem alimentado expectativas melhores para os produtores.
Boi | Cotação |
Junho | R$ 246,15 |
Julho | R$ 254,45 |
Agosto | R$ 253,80 |
Outubro | R$ 257,00 |
R$/@ |