Índice Dow Jones: o que é e qual a sua importância para o mercado financeiro mundial

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investidor acompanhando o índice Dow Jones
Imagem mostra investidor acompanhando o índice Dow Jones

Quem acompanha o mercado de capitais, sabe que os Estados Unidos possuem as duas maiores bolsas do mercado – NYSE e NASDAQ. Nesse contexto, entender e acompanhar o Índice Dow Jones é algo muito importante para investidores de todo o mundo. Esse é um dos índices de ações mais antigos e representativos do mercado norte-americano. Por isso, a sua evolução impacta não só o mercado financeiro local, mas diversas outras bolsas de valores internacionais.

Neste conteúdo, mostraremos o que é o Dow Jones, qual a sua origem e de que forma você pode investir nas empresas que ele representa. Portanto, se você procura está em busca de diversificação para os investimentos, ou simplesmente quer saber mais sobre o mercado financeiro internacional, continue a leitura a seguir!

O que é o índice Dow Jones?

O nome completo do índice é Dow Jones Industrial Average (DJIA), que significa “Média Industrial Dow Jones” na tradução literal. Ou simplesmente “The Dow”, para os traders e investidores mais familiarizados com o mercado de capitais.

Esse índice representa ações de 30 blue chips norte-americanas listadas na Bolsa de Nova York (NYSE). Ou seja, ele reúne companhias líderes em seus segmentos, com alta capitalização e peso nas bolsas e cujas ações possuem alta liquidez. O preço de cada ação é o critério para definir o seu peso no índice.

Uma peculiaridade sobre o DJIA é que ele não contempla empresas dos segmentos de serviços de utilidade pública e transportes. Isso porque esses setores têm índices derivados do Dow Jones, como o Dow Jones Utility Average e o Dow Jones Transportation Average (DJTA). Por fim, há um índice que contempla as ações dos três – o Dow Jones Compisite Average.

Como surgiu o DJIA?

O índice Dow Jones foi criado por Charles Dow em 1896, jornalista que ajudou a fundar a Dow Jones & Company, editora responsável pela publicação do Wall Street Journal. Dow estudava os movimentos do mercado financeiro, tendo desenvolvido alguns princípios que, posteriormente, ficaram conhecidos como a Teoria de Dow, a base da análise técnica de ações.

O objetivo do DJIA era replicar o desempenho de 30 ações de grandes empresas norte-americanas de diferentes setores, exceto serviços de utilidade pública e transportes. Isso porque, anos antes, Charles Dow havia criado com seu sócio Edward Jones o Dow Jones Railroad Average – que hoje se chama Dow Jones Transportation Average. Primeiro índice acionário dos EUA, refletia a performance da atividade ferroviária, na época muito importante para a economia do país.

De fato, as ferrovias eram fundamentais para a economia no final do século 19. No entanto, depois da criação do DJTA, os sócios acharam que seria interessante um índice ligado à indústria norte-americana, justamente pela importância crescente do setor. Inicialmente, o Dow Jones tinha em sua carteira teórica basicamente empresas que atuavam na indústria pesada. Com o passar do tempo, a composição do índice foi sofrendo alterações, para melhor se adequar às transformações da economia.

Atualmente, o setor de tecnologia já tem expressiva participação no DJIA. Porém, o índice ainda reflete majoritariamente empresas que atuam nos segmentos mais tradicionais da economia.

Importância do índice para a economia mundial

Pelo fato de ser um índice centenário, o Dow Jones é um instrumento que permite observar a evolução do mercado acionário dos EUA. Nesse sentido, podemos comparar o desempenho das bolsas em diferentes momentos e entender os seus reflexos na economia nos períodos analisados. Ou seja, o DJIA é um importante termômetro da atividade econômica norte-americana, em especial dos setores mais consolidados. Logo, as suas oscilações mexem com todo o mercado, e mesmo quem não investe em ativos internacionais pode sentir seus reflexos, pois estamos falando das maiores companhias do mundo.

Se o Dow Jones é o índice que representa mais as “empresas de valor”, índices como o S&P 500 e o Nasdaq Composite estão mais relacionados às da nova economia. Isso porque, na composição desses últimos, há bem mais empresas de setores de inovação, como tecnologia, biotecnologia, entre outros.

Uma crítica que se faz ao Dow Jones é o fato de que, há tempos, ele já não reflete mais o mercado acionário dos EUA. Ou seja, enquanto o índice contempla somente 30 empresas, há cerca de 6,5 mil companhias listadas nas duas bolsas do país. Mesmo assim, ao lado do S&P 500, o DJIA é uma dos principais parâmetros para investidores de todo o mundo, funcionando como benchmark para fundos e para outros ativos, que veremos mais adiante.

Quais empresas fazem parte do Dow Jones?

Outra peculiaridade do Dow Jones é o fato de que suas alterações são menos frequentes do que as de outros índices. Além disso, não existe uma periodicidade predeterminada para que aconteçam. Existem diferentes fatores que impactam na seleção das empresas, sendo um deles a mudança de valor de alguma companhia em relação a outra.

Atualmente, a carteira teórica do DJIA abrange as seguintes empresas:

  • – American Express;
  • – Amgen;
  • – Apple;
  • – Boeing;
  • – Caterpillar;
  • – Chevron;
  • – Cisco Systems;
  • – Coca-Cola;
  • – Dow;
  • – Goldman Sachs Group;
  • – Home Deport;
  • – Honeywell International;
  • – IBM;
  • – Intel Corporation;
  • – Johnson & Johnson;
  • – McDonalds;
  • – Merck;
  • – Microsoft;
  • – Nike;
  • – Procter & Gamble;
  • – Salesforce.com;
  • – The Travelers Companies;
  • – UnitedHealth Group Inc;
  • – Verizon;
  • – Walgreen´s;
  • – Walmart;
  • – Walt Disney;
  • – 3M.

Cálculo do índice

Embora não exista periodicidade fixa para a revisão do índice, há critérios bem definidos para a escolha das empresas que formarão a carteira teórica do DJIA.

Como vimos, não entram na composição do índice empresas dos setores de transportes e serviços de utilidade pública. Além disso, todas as companhias fazem parte do S&P 500 e são domiciliadas nos Estados Unidos.

É importante observar que a seleção das empresas é feita por um comitê, formado por três representantes da S&P Dow Jones e dois do Wall Street Journal. Nesse sentido, os membros observam principalmente principalmente os seguintes critérios para inclusão: crescimento sustentável, excelente reputação e alta demanda por parte dos investidores. Quanto maior o valor da ação, mais representação ela terá no índice.

Qual a diferença entre o Dow Jones e o S&P 500?

O ponto em comum entre os dois índices é o fato de que ambos medem o desempenho de grandes companhias norte-americanas. No entanto, universo do Dow Jones é bem menor, pois ele representa apenas 30 empresas, ao passo que o S&P 500 possui mais de 500 companhias em sua composição.

Além disso, há diferença na metodologia para a escolha das empresas. No caso do DJIA, as ações são selecionadas pelo seu preço. Por sua vez, o S&P 500 leva em consideração a capitalização de mercado para atribui peso aos títulos.

Em relação aos critérios de inclusão, o DJIA é mais subjetivo, pois considera principalmente o crescimento, reputação e interesse dos investidores. Por outro lado, o S&P 500 se apoia mais em números, como liquidez, histórico de resultados positivos, entre outros. Lembrando que setores da nova economia têm peso bem maior no S&P 500 do que no Dow Jones.

Dá para investir no Dow Jones?

Como vimos, o DJIA não é um ativo, e sim um índice que representa uma carteira teórica, formada por 30 grandes companhias norte-americanas. Por isso, não há como investir diretamente nele.

Porém, há algumas formas de refletir o seu desempenho na carteira de investimentos, e uma delas é adquirir diretamente ações de empresas que fazem parte do índice. Mas, para isso, é preciso ter conta em uma corretora norte-americana, o que pode não ser muito prático para alguns investidores.

Outra alternativa mais fácil sãos os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), títulos que representam ações de companhias estrangeiras mas são negociados na B3 e em reais. Com BDRs, você pode ter participação em gigantes que fazem parte do DJIA e de outros importantes índices do mercado financeiro mundial. E a vantagem é que esse ativo se sujeita às normas do mercado brasileiro, mais familiares para a grande maioria dos investidores.

Clique aqui, e confira alguns dos principais BDRs disponíveis na bolsa brasileira.

Ainda no mercado nacional, há também os ETFs (Exchange Traded Funds), fundos de gestão passiva que replicam o desempenho de algum índice ou ativo financeiro. Uma das vantagens desse investimento é a diversificação de forma acessível que ele proporciona. Ao adquirir cotas de BDRs, você pode ter acesso a diferentes ativos com menos recursos do que se investisse diretamente em seus países de origem.

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