Milho e etanol pressionados com oferta

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Na política monetária, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% pela sexta reunião consecutiva no Brasil. Alguns integrantes do mercado acreditam que a taxa iniciará sua trajetória de queda no início do segundo semestre.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve optou por mais uma alta de 0,25 ponto percentual, levando a taxa de juros para um intervalo entre 5% e 5,25%, em linha com as expectativas. No comunicado pós-reunião, o comitê deixou as portas abertas para as próximas decisões, o que fez o mercado começar a precificar um corte de juros até o final deste ano.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) também decidiu aumentar as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, desacelerando o ritmo de aumento em relação às reuniões anteriores, mas sem uma indicação futura clara. Projetando-se que o BCE continuará apertando a política monetária nas próximas reuniões.

No Brasil, o início da nova temporada de balanços já começou a refletir lucros menores de algumas empresas, evidenciando uma certa desaceleração e o impacto dos juros altos.

Destaques do setor agropecuário

Fretes marítimos caindo depois de atingirem o pico em 11/04, voltando aos níveis de março.

Redução do prêmio da soja no porto de Paranaguá-PR.

A Iniciativa de Grãos do Mar Negro (BSGI), que promove as exportações seguras de grãos ucranianos, bem como permite que a Rússia se mantenha ativa nas exportações de produtos agrícolas, possui validade até o dia 18 de maio. Nesse sentido, os membros do acordo se reuniram nesta sexta-feira para discutir sua quarta fase de extensão.

CommodityMédia Semanal
SojaR$ 137,92
MilhoR$ 57,53
CaféR$ 1.044,00
BoiR$ 267,89
AçúcarR$ 149,13
EtanolR$ 2,4619
DólarR$ 4,998 (Cotação Sexta-feira)

Soja

O mercado encerrou a semana com uma forte desvalorização na CBOT, onde o bushel (equivalente a 27,216kg) de soja foi negociado a US$ 13,33, o que representa uma queda de 7,1% em relação à semana anterior.​​

Na sexta-feira, 19 de maio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou as estimativas para a safra de 2023/24, apresentando um cenário de recuperação da oferta mundial. Segundo o USDA, a produção de soja deve aumentar 11%, enquanto o consumo pode crescer 6% e os estoques mundiais têm potencial para aumentar em 21%.​​

O ritmo de plantio nos Estados Unidos tem sido acelerado e já alcançou 49% da área total projetada para a safra, um valor consideravelmente acima da média dos últimos cinco anos, que é de 36%.​​

No Brasil, o mercado seguiu a tendência internacional. Em Sorriso-MT, a soja foi cotada a R$ 110 por saca, apresentando uma queda de 2,5% em relação ao valor anterior.

Milho

O mercado de milho também sofreu impactos decorrentes do relatório do USDA, apresentando uma queda de 12,3% na CBOT na semana, com o bushel (25,40kg) cotado a US$ 5,54.​​

Em um cenário favorecido pelo fenômeno El Niño, que promete beneficiar a safra norte-americana no segundo semestre, o USDA projeta um aumento de 11% na produção de milho nos Estados Unidos em relação à safra anterior, alcançando 388 milhões de toneladas. Atualmente, já foram semeados 65% da área total prevista, um percentual superior à média dos últimos cinco anos, que é de 59%.​​

A situação no Brasil segue a mesma tendência. Devido à fraca demanda e à expectativa de uma grande oferta da safrinha, o grão registrou uma queda de 4,67% na semana, conforme apontado pelo CEPEA, sendo cotado a R$ 56,04 por saca.

Café

Na última semana, o café arábica negociado em Nova York apresentou recuperação, com um aumento de 3,23% nas cotações para o vencimento de julho de 2023.​

No Brasil, o grão seguiu a mesma tendência, com um aumento de 2,21% na semana, de acordo com os dados do CEPEA. A valorização do dólar e os indicadores internacionais favoráveis foram os principais fatores que sustentaram os preços.​

Além disso, o café robusta também tem se mantido estável no mercado. Ao longo do mês, as cotações do grão registraram uma valorização de 2,5%, sendo cotado a R$ 684,73 por saca.

Proteínas

Um dos destaques do setor de proteínas na última semana foi a confirmação, pelo Ministério da Agricultura, de dois casos de gripe aviária em aves silvestres. ​​

A situação elevou a preocupação quanto a uma possível contaminação em sistemas comerciais, como granjas. Contudo, essa situação não impactou as exportações, uma vez que o Brasil ainda é considerado livre dessa doença no segmento comercial/industrial.​​

No que diz respeito aos preços, o frango resfriado em São Paulo registrou queda semanal de 1,3%, enquanto os suínos apresentaram retração de 1,5%.

Na pecuária, também se observou uma queda nos preços. O boi gordo, segundo o CEPEA, teve uma diminuição de 3,28% na semana. ​​

Com a oferta em um patamar confortável, a indústria tem conseguido definir preços mais baixos e garantir escalas não só em São Paulo, mas também em outros estados.​​

No mercado futuro, o impacto foi ainda mais intenso. O contrato para maio de 2023 registrou queda de 4,51%, enquanto o contrato para outubro do mesmo ano caiu 5,35% na semana.​​

Por outro lado, o preço do bezerro, no Mato Grosso do Sul, aumentou 3,21% na semana, sendo cotado a R$ 2.352,30. A queda no preço do boi magro, aliada aos preços do milho, tem estimulado os pecuaristas que planejam realizar a terminação de forma intensiva (confinamento), com perspectivas de margem melhor do que a observada em 2022.

Açúcar & Etanol

O açúcar, negociado em Nova York, fechou a semana cotado a 25,61 centavos de dólar por libra-peso, o que representa uma queda de 2,3%. Essa desvalorização pode estar relacionada à realização de lucros por parte de fundos especulativos que estabeleceram posições estratégicas no mercado.​​

No caso do etanol, houve importantes desenvolvimentos durante a semana. Na terça-feira, 16 de maio, a Petrobras anunciou uma nova política de preços para a gasolina, abolindo a paridade internacional. Esta mudança, somada à redução média do preço da gasolina em R$ 0,40 por litro nas distribuidoras e à intensificação da colheita de cana-de-açúcar na região centro-sul do Brasil, resultou em uma queda nos preços do etanol. ​​

Na cidade de Paulínia, de acordo com o CEPEA, o etanol foi cotado a R$ 2,4619 por litro, o que representa uma queda semanal de 6,65%.

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