Você já deve ter ouvido em algum momento sobre “proteger sua carteira de investimentos” ou “proteger o preço da produção agrícola ou pecuária”.
Constantemente isso volta à tona, principalmente quando ocorrem crises, guerras ou outros fatos relevantes que mexem com o mercado. Afinal, qual investidor não gostaria de ter se protegido contra a queda das ações em episódios como a crise de 2008, a greve dos caminhoneiros em 2018 ou o impacto da Covid-19?
E qual produtor não gostaria de ter se protegido de fortes oscilações dos preços das commodities? Aqui, falo sobre os dois cenários – queda e alta. Isso porque, assim como existem agricultores que não querem que o preço da sua produção caia, do outro lado há pecuaristas e granjeiros que compram insumos diversos, como milho ou soja, para fazer ração para sua atividade. Se o custo desses insumos sobe, a margem cai e, em determinados casos, pode até gerar prejuízos.
Além disso, é importante lembrar que o pecuarista ainda precisa repor o seu plantel. Se os preços da arroba continuarem subindo, ele pode perder o poder de compra e acabar repondo uma quantidade de animais menor do que planejava.
E como proteger os preços da produção?
O hedge existe justamente para isso! Hedge é proteção! Uma ferramenta que pode reduzir ou eliminar a volatilidade de preços e trazer mais previsibilidade para o faturamento e para a estratégia de comercialização.
Existem algumas maneiras de fazer hedge, como mercado futuro, NDF, swap, opções, entre outras. Neste conteúdo, nosso foco serão as opções agro.
Buscarei ser breve aqui, e caso queira se aprofundar um pouco mais sobre o que são opções, recomendo fortemente ler o artigo sobre opções em nosso blog.
O que são opções?
Opções são contratos que derivam de um ativo. Por exemplo, uma opção de ação da Petrobras deriva do preço da ação da Petrobras; uma opção de contrato de milho deriva do preço do milho, e assim por diante.
As opções podem ser de compra (call) ou de venda (put). É muito comum no mercado ouvir referência a elas como “seguro” ou “proteção”.
A call é um seguro ou proteção contra alta de um ativo. Por exemplo, se um confinador precisa comprar milho para fazer ração para o gado e tem perspectivas do preço do milho subir até determinada data, ele compra uma call (direito de compra) e, assim, passa a estar protegido caso o milho realmente suba.
Já a put é um seguro ou proteção contra a baixa. Nesse caso, se um produtor precisa se proteger contra a queda dos preços, ele compra uma put (direito de venda) e, assim, passa a estar protegido se o preço do milho, soja, café ou boi vier a cair.
O titular de uma opção (comprador) tem o direito e não a obrigação de comprar o ativo-objeto do título. Já o lançador (vendedor) tem a obrigação de honrar, caso o comprador queira exercer o direito.
No caso das opções, saliento ainda que, com exceção do café, não existe entrega física das commodities negociadas, sendo feita apenas uma compensação financeira entre as partes. É importante também lembrar que a combinação entre as opções cria estratégias personalizadas, denominadas operações estruturadas, que você pode conferir melhor neste outro artigo.
Negociação
Assim como as ações são negociadas em bolsa de valores, algumas commodities também são. Na B³, a bolsa de valores brasileira, as principais commodities negociadas são boi, milho, soja, café arábica e etanol.
Porém, há um detalhe importante que o investidor precisa conhecer. As opções sobre ações têm muita liquidez e, portanto, há bons volumes em ordens de compra e venda no book de ofertas. Dessa forma, fica mais fácil visualizar as pontas compradoras e vendedoras para inserir uma ordem. Por outro lado, as opções sobre commodities não são tão líquidas no “mercado de tela” ou tão visíveis no book de ofertas. Sendo assim, é necessário buscar contraparte em mercado de balcão.
É aí que surge a importância do broker e/ou assessor/consultor de investimentos. Ele vai cotar a opção desejada no mercado de balcão com os Market Makers e trazer o preço que estão dispostos a fazer contraparte. Os Market Makers são pessoas jurídicas devidamente registradas na bolsa de valores para negociar ativos, a fim de aumentar a liquidez no mercado. Em troca disso, eles buscam ganhar um spread, ou seja, uma diferença entre o preço de compra e venda de determinado ativo.
Lembrando que alguns fundos de investimentos e tesourarias de alguns bancos também atuam como Market Makers, buscando assim rentabilizar o ativo/patrimônio gerido.
Você deve estar pensando que, por ser um mercado de balcão, são criados poucos negócios, não é? Vou te mostrar que essa é uma maneira equivocada de pensar.
No dia 07/12/23, havia 15.169 contratos futuros de boi gordo em aberto, 63.410 contratos de opções de compra (call) em aberto, e 12.987 contratos de opções de venda (put) em aberto.
No dia 07/12/23 havia 98.864 contratos futuros de milho em aberto, 69.786 contratos de opções de compra (call) em aberto e 55.423 contratos de opções de venda (put) em aberto.
Dado que os contratos futuros têm boa apregoação “em tela”, é impressionante o volume feito com opções, certo? Ah, apesar das negociações serem feita em balcão com os Market Makers, elas são registradas e liquidadas eletronicamente (assim como os contratos futuros) no sistema na bolsa de valores com total segurança entre as partes envolvidas.
E por que fazer hedge com opções agro pela Terra Investimentos?
A Terra Investimentos é uma corretora com mais de 23 anos de experiência em derivativos agrícolas, com suas raízes no Agro. Com brokers e assessores especialistas em cada commodity negociada em bolsa, conseguimos trazer uma experiência de serviço incomparável!
Por sermos uma corretora independente – não ligada a nenhum banco – podemos buscar nos Market Makers a melhor cotação e de forma isenta.
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