A Raízen (RAIZ4) reportou lucro líquido ajustado de R$ 255,7 milhões no 4° trimestre de 2022 (4T22), que corresponde ao 3° trimestre da safra 2022-2023. O valor é 79% inferior ao resultado auferido no mesmo período de 2021, quando o resultado líquido atingiu R$ 1,22 bilhão. No acumulado de 2022, o lucro líquido ajustado somou R$ 2,46 bilhões, queda de 45,6% na comparação anual.
Já a receita líquida do 4T22 cresceu 9%, atingindo a cifra de R$ 60,36 bilhões, contra R$ 55,38 bilhões do 4° trimestre do ano anterior. Segundo a companhia, o crescimento da receita deve-se ao aumento dos volumes comercializados, avanços na cadeia de valor do açúcar e etanol e expansão da base de clientes de energia, que já conta com mais de 24 mil unidades consumidoras.
No entanto, o custo dos produtos vendidos (CPV) do 4T22 cresceu nas unidades de açúcar (+20%) e no consolidado de marketing & serviços, que engloba Brasil, Argentina e Paraguai (+5,4%). Isso fez com que o lucro bruto do período caísse para R$ 3,48 bilhões no período, 16% inferior ao do último trimestre de 2021. No comparativo anual, a queda foi de 18% (R$ 8,29 bi em 2022 contra R$ 10,12bi em 2021).
Por sua vez, o EBITDA ajustado da RAIZ4 caiu 11,8% no último trimestre, saindo de R$ 3,36 bilhões para R$ 2,96 bilhões.
“O EBITDA ajustado foi impactado pelo menor resultado nos negócios de Marketing & Serviços Brasil e Açúcar, na comparação com mesmo período do ano passado. O indicador de dívida líquida/EBITDA Ajustado foi de 2,5x, refletindo o maior saldo de dívida líquida, em linha com a sazonalidade da safra e ciclo de investimentos em projetos” disse a gestão em comunicado.
Ao final do 4T22, a dívida líquida da Raízen era de R$ 28,10 bilhões contra R$ 19,23 bilhões na comparação anual, alta de 46%. Esse incremento, aliado ao aumento da Selic, fez crescer a despesa financeira líquida, que passou de R$ 587,5 milhões no último tri de 2021 para R$ 1,45 bi no 4T22. No acumulado do ano de 2022, as despesas financeiras líquidas somaram R$ 3,45 bilhões contra R$ 1,32 bi em 2021. A companhia informa que o prazo médio da dívida bruta é hoje de quatro anos, e que a exposição cambial é de 9% da dívida total.
