Raízen (RAIZ4): lucro cai pela metade no 1° trimestre da safra 2023/2024

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Imagem mostra fábrica da Raízen (RAIZ4)
Imagem mostra fábrica da Raízen (RAIZ4)

A Raízen (RAIZ4) reportou lucro líquido ajustado de R$ 527 milhões no 1° trimestre da safra 2023/2024, uma queda de 51,5% na comparação anual. A piora do indicador se deve, em parte, à diminuição de 26% da receita líquida ano a ano, que fechou em R$ 48,8 bilhões no último período analisado.

Segundo a companhia, a queda da receita refletiu o menor volume de vendas de açúcar e etanol, o que foi parcialmente compensado pela melhora dos preços.

“Mantivemos o foco em nosso ciclo de expansão dos negócios em Renováveis, consolidando avanços em nossa jornada agroindustrial para maximizar produtividade e escala. Mesmo em um ciclo intenso de investimentos, nossa estrutura de capital está coerente com a sazonalidade do período, com níveis prudenciais de liquidez, prazo médio de endividamento e alavancagem em aderência ao plano de negócios”, declarou a Raízen no release de resultados divulgado na noite desta segunda-feira (14).

No setor de renováveis e açúcar, a receita caiu 38,6% e fechou em R$ 9,89 bilhões. Em volume, as vendas do etanol caíram 23,3%, e em preço, o recuo foi de 7,7%. Segundo a Raízen, a queda dos volumes refletem a estratégia de comercialização para a safra, devido à perda momentânea de competitividade do etanol face à gasolina no período. O mix da safra mais açucareiro também contribuiu para queda do indicador.

No caso do açúcar, a queda das vendas foi somente física, na ordem de 29,3%, pois o preço médio realizado cresceu 36,8%. A companhia explica que a expansão dos preços de açúcar reflete novos níveis de equilíbrio no mercado global, para acomodar a crescente demanda e as limitações na oferta do produto. Além disso, atribui a melhora da precificação a sua estratégia de vendas por cadeia 100% rastreável.

Embora os volumes tenham se mantido estáveis em mobilidade, a receita líquida caiu 28,3%, somando R$ 40,14 bilhões no período. A Raízen atribui essa piora aos preços praticados no mercado nacional e ao excesso de oferta de diesel e etanol hidratado. De acordo com a companhia, isso resultou em perda de competividade, além de forte efeito nas
posições de inventário.

“A oferta de diesel, especialmente originado da Rússia, com desconto sobre os preços praticados no país e nos demais canais de importação, provocando compressão de nossas margens. Na gasolina, as quedas de preços anunciadas pela Petrobras também pressionaram os preços de etanol, gerando impactos adicionais aos inventários destes produtos”, complementa.

As despesas operacionais cresceram 33,3% no período, atingindo R$ 696,1 milhões, principalmente devido ao crescimento de sua estrutura corporativa e inflação. Esse aumento, aliado à queda da receita, trouxe o EBITDA para R$ 3,2 bilhões, queda de 10,6% na comparação anual.

A despesa financeira líquida totalizou R$ 1,37 bilhão, alta de 46,6% na comparação anual. Além do aumento da dívida líquida, a alta da Selic também contribuiu para a maior perda financeira do período.

A Raízen informou que o prazo médio da dívida atingiu momentaneamente 3,7 anos, em virtude da decisão de implementar o plano de captação após o início da queda de taxa de juros pelo Banco Central. “Mantemos o nosso compromisso de alongamento gradual do prazo médio das dívidas ao longo dos próximos trimestres, visando um equilíbrio entre o custo e maturidade do endividamento”, explica.

Ao final do 1° trimestre da safra 23/24, a dívida líquida da companhia era de R$ 29,3 bilhões, frente a R$ 23,1 bilhões 12 meses antes. A alavancagem financeira do último período analisado era de 2 vezes.

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