A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu manter a meta de inflação em 3% para 2026, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Paralelamente, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) veio mais amena do que o comunicado no dia da decisão, o que fortaleceu as apostas de que a queda dos juros começará em agosto.
No cenário internacional, as bolsas da Europa apresentaram alta na última sessão do primeiro semestre. Os investidores estão processando a inflação da zona do euro, que veio abaixo das expectativas dos analistas, enquanto o núcleo da inflação, que exclui energia e alimentos, subiu para 5,4%. Na Ásia, os mercados fecharam mistos, refletindo o terceiro mês consecutivo de contração da atividade fabril na China.
No cenário nacional, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) prorrogou por 15 dias a exclusividade do programa de venda de carros com créditos tributários para pessoas físicas. De acordo com Arthur Lira, a ideia é fazer um esforço concentrado na primeira semana de julho para votar três temas importantes: Carf, arcabouço e reforma tributária.
No Senado, o texto-base do novo arcabouço fiscal foi aprovado por 57 votos a 17, mas o projeto precisará voltar à Câmara para novas discussões. Enquanto isso, o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou a versão preliminar de seu substitutivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 45), que altera o sistema tributário, prevendo a fusão de 5 impostos em IVA dual e 3 alíquotas.
Na Europa, investidores estão focados no próximo anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Espera-se que o BC inglês aumente as taxas em 25 ou 50 pontos-base. Contrariando expectativas, o Banco da Inglaterra surpreendeu ao subir os juros em 50 pontos-base após os números de crescimento salarial e inflação virem acima do esperado.
Os mercados iniciam a semana em queda, após a tentativa de golpe do grupo Wagner na Rússia. As bolsas sentem a perspectiva de recessão global, depois da decepção com os PMIs e da postura mais dura dos Bancos Centrais na semana passada. Finalmente, por maioria de votos, o TSE declarou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por 8 anos.
Confira agora o desempenho das principais commodities na semana:
Soja
Com a ocorrência de chuvas no Meio-Oeste norte-americano e previsão de mais precipitações para os próximos dias, a semana parecia caminhar para a desvalorização do grão em Chicago (CBOT).
Porém, com a divulgação feita pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na sexta-feira (30/06/23) acerca da redução da área de soja e aumento na de milho, o mercado foi surpreendido e reagiu de forma abrupta, fechando com uma alta de 4,19% na semana, a US$ 15,57/bushel (27,216kg) no contrato de julho/23. A redução da área foi de 35,43 milhões de hectares para 33,79 milhões de hectares.
As expectativas do mercado variavam de 35,21 a 35,82 milhões de hectares. Na safra anterior, a área cultivada com a oleaginosa foi de 35,39 milhões de hectares. No Brasil, os grãos spot (CEPEA) mantiveram-se estáveis, e o mercado futuro (contrato de ago/23) acompanhou o mercado externo e fechou com uma alta de 3,08%, a US$ 31,80/saca de 60kg.
Soja (CME) | Cotação |
Julho | US$ 31,80 |
Agosto | US$ 29,89 |
Setembro | US$ 29,69 |
Novembro | US$ 29,75 |
US$/Saca de 60kg |
Milho
Após uma forte recuperação nas últimas semanas, impulsionada pelas preocupações com a seca e a piora nas condições das lavouras norte-americanas, agora, com a perspectiva de melhora climática e a divulgação do USDA que aumentou a área de milho, os preços lá desceram drasticamente, com uma queda de 12,08% na semana, cotados a US$ 5,54/bushel (25,40kg).
O relatório indicou a área de milho em 38,04 milhões de hectares, superior ao número indicado no final de março de 37,23 milhões. As projeções variavam entre 36,83 e 37,64 milhões de hectares, e a safra anterior teve uma área destinada ao cereal de 35,83 milhões de hectares.
No Brasil, seguindo o mercado internacional e refletindo a entrada na comercialização do milho de 2ª safra, os preços caíram e fecharam a semana em R$ 55,56/saca (CEPEA) e R$ 55,33/saca no contrato futuro de setembro/23 na B³, com quedas de 3,48% e 7,64%, respectivamente.
Milho (B3) | |
Julho | R$ 53,45 |
Setembro | R$ 55,33 |
Novembro | R$ 59,17 |
Janeiro/2024 | R$ 62,30 |
R$/saca 60kg |
Café
O café arábica em Nova Iorque continua perdendo sustentação diante do bom avanço da colheita brasileira, que é a maior produtora mundial. O contrato de julho/23 fechou a US$ 161,00/libra, com uma queda de 4,20% na semana.
Por outro lado, o robusta em Londres, após ter ultrapassado US$ 2.900/ton na terça-feira (27/06), retrocedeu e fechou a semana em US$ 2.697/ton, com uma queda de 1,5% na semana. No Brasil, os preços do arábica também seguiram o mercado externo e fecharam a R$ 825,59/saca (CEPEA) e US$ 189,20/saca (contrato futuro Set/23), com quedas de 3,05% e 3,17%, respectivamente. O conilon fechou a R$ 625,00/saca.
Café | B3 | NY |
Julho | US$ 184,45 | US$ 161,00 |
Setembro | US$ 189,20 | US$ 159,00 |
Dezembro | US$ 189,20 | US$ 158,10 |
Março/24 | US$ 193,60 | US$ 158,65 |
US$/Saca de 60 kg | ¢/lb |
Açúcar e Etanol
A ÚNICA divulgou novos dados sobre a safra 23/24 referentes à primeira quinzena de junho. A colheita está 4,2% maior do que no mesmo período da safra passada, com a moagem em 166,3 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 13,8%.
Destaca-se o mix de açúcar (48,9%), que está 4% maior do que no mesmo período do ano passado, ainda incentivado pelas boas cotações. O contrato de julho/23 em Nova Iorque fechou a semana em US$ 22,89/libra peso, com uma queda de 5,33%.
Essa queda é relacionada à saída de posições compradas de fundos especulativos e ao aumento da oferta decorrente da boa safra no centro-sul brasileiro.
No Brasil, os preços recuaram menos, apresentando uma queda de 2,43%, e fecharam a R$ 139,89/saca de 50kg (CEPEA). O etanol hidratado manteve-se a R$ 2,532/litro, apresentando um aumento de 0,89%.
Etanol | Cotação |
Junho | R$ 2.362,50 |
Julho | R$ 2.400,00 |
Outubro | R$ 2.470,00 |
R$/m³ |
Açúcar | Cotação |
Julho | US$ 22,89 |
Outubro | US$ 22,79 |
Março de 2024 | US$ 22,89 |
Cts/Lbs |
Proteínas
A semana foi de continuidade do movimento de recuperação dos preços do boi gordo, devido à menor oferta de animais terminados para os frigoríficos. O preço do CEPEA chegou a atingir R$ 260,00/@ na quinta-feira, mas fechou a semana em R$ 254,20/@, apresentando uma elevação de 0,71%. Os contratos futuros permanecem firmes, negociados acima de R$260,00/@, com destaque para o Nov/23, cotado a R$267,55/@.
No setor de aves, foi confirmado um novo caso de gripe aviária no Espírito Santo. Com isso, autoridades japonesas suspenderam temporariamente as importações de carne proveniente desse estado, o que gerou questionamentos por parte do Ministério da Agricultura Brasileiro. Segundo o acordo da OMSA, o estado sanitário de livre de influenza aviária deve ser mantido, mesmo na ocorrência em aves silvestres e não comerciais.
Segundo o acordo da OMSA, o estado sanitário de livre de influenza aviária deve ser mantido, mesmo na ocorrência em aves silvestres e não comerciais. Com o caso recente, o total de casos no Brasil chega a 53, com mais 7 ainda em investigação.
Diante da notícia, o preço do frango resfriado recuou 1,98%, fechando a R$ 5,95/kg em São Paulo. O suíno, por outro lado, reagiu de forma diferente e valorizou 2,61% na semana, fechando a R$6,30/kg vivo em São Paulo.
Boi | Cotação |
Junho | R$ 251,50 |
Julho | R$ 261,10 |
Agosto | R$ 260,70 |
Outubro | R$ 261,50 |
R$/@ |