Volatilidade: o que é e como impacta os investimentos

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra indicador técnico de volatilidade
Imagem mostra indicador técnico de volatilidade

Se você investe na bolsa ou, ao menos, costuma acompanhar o mercado de capitais, já percebeu os efeitos da volatilidade sobre os ativos financeiros. Dependendo de sua intensidade e frequência, esse fenômeno pode tanto trazer excelentes resultados quanto elevadas perdas aos investidores.

Quem opera no trading, está sempre de olho na volatilidade do mercado, que pode ser acompanhada e medida por meio da análise técnica. Neste conteúdo, você entenderá o que significa esse conceito, e o que ele representa para os investimentos. Continue a leitura e confira!

Qual o conceito de volatilidade?

Literalmente, volatilidade significa “algo que muda facilmente e não se mantém no mesmo estado por muito tempo”. De forma geral, esse conceito é muito utilizado em química, para descrever as substâncias que passam rapidamente do estado líquido para o gasoso. E também na informática, quando no referimos à memória RAM – aquela que perde e recupera os registros de forma contínua.

No mercado financeiro, a volatilidade é um indicador que demonstra as oscilações dos preços de um ativo, seja ele uma ação, um fundo de investimento, uma commodity ou outro do mercado financeiro. Quando essas oscilações são fortes, dizemos que o ativo é muito volátil e, nesse caso, há mais chances de perder ou ganhar dinheiro ao negociá-lo.

O principal objetivo de analisar a volatilidade é tentar entender como os preços dos ativos se movimentam. Ou seja, quando se observam as oscilações dos preços durante determinado período, é possível ter uma ideia de sua tendência. Dessa forma, consegue-se projetar diferentes cenários e probabilidades, o que é muito importante para traçar estratégias de investimentos.

Relação entre volatilidade e risco

Quando falamos em volatilidade, é praticamente impossível não associarmos o conceito ao risco. E o motivo é simples: as oscilações do mercado interferem diretamente na expectativa dos preços dos ativos. Isso significa que, se algo negativo acontecer com uma empresa ou com o mercado, as suas ações poderão se desvalorizar ou render menos do que o esperado.

E investir de acordo com essas oscilações de preços é justamente o que faz quem opera no day trade e swing trade. Para o trader, quanto mais volátil o mercado estiver, mais possibilidades de ganhos haverá nas aplicações. No entanto, uma volatilidade alta traz mais riscos à carteira, pois o risco aumenta nesses momentos e as chances de perdas também crescem.

Conhecer a volatilidade dos ativos ajuda a entender melhor o tripé dos investimentos: segurança, rentabilidade e liquidez. Dessa forma, ao prestarmos atenção nas oscilações do mercado, maiores são as chances de sucesso de nossa estratégia de investimento.

Quais são os investimentos voláteis?

De forma geral, as modalidades mais conservadoras de renda fixa como CDBs e Tesouro Direto, por exemplo, apresentam baixa volatilidade. Por outro lado, ativos de renda variável como ações e alguns fundos de investimento costumam ter oscilações em seus preços, que podem ser mais ou menos acentuadas dependendo do título e do momento da economia.

Em relação às ações, as companhias mais tradicionais no mercado e com histórico de performance positiva costumam ter ações menos voláteis. Além disso, setores mais consolidados costumam ter empresas com desempenho mais regular do que os da nova economia. Consequentemente, essas ações também apresentam menor volatilidade.

Os indicadores fundamentalistas, como EBITDA, receita líquida, grau de endividamento, ROE, ROIC, entre outros, ajudam a identificar empresas menos voláteis.

Quanto aos fundos de investimento, alguns exemplos que investem em ativos mais voláteis são os fundos imobiliários (FIIs) e os multimercados. No caso dos FIIs, o seu patrimônio é composto por imóveis ou por títulos que representam esses empreendimentos, como os CRIs. Já os fundos multimercados podem investir em qualquer tipo de ativo e também em derivativos. Entre esses ativos, estão alguns bastante voláteis como ações, ativos cambiais e criptoativos, por exemplo.

Como interpretar a volatilidade nos investimentos?

Na análise técnica, existem diversos indicadores que medem a volatilidade de um ativo. No entanto, é preciso algum conhecimento técnico para interpretar esses indicadores, pois muitos deles são bastante complexos. Por isso, falaremos aqui de forma simples, para o investidor que deseja acompanhar o mercado, mas não é um trader profissional.

Suponha que as ações A e B tenham o mesmo preço – por exemplo, R$ 50 – e você observou as oscilações de preços de ambas durante uma semana. Durante esse período, a ação A oscilou, em média, R$ 0,50 para cima e para baixo. Por sua vez, a variação média da ação B foi de R$ 2 para cima e para baixo. Ao analisar o comportamento dos preços de A e B durante a semana, você percebeu que a ação B é mais volátil do que a A.

Outro aspecto a considerar na análise da volatilidade é o prazo do investimento, que também está relacionado ao risco. Isso porque, quanto menor for o prazo, mais risco terá um ativo volátil, considerando as oscilações de seu histórico de cotações.

Por outro lado, os efeitos da volatilidade podem ser atenuados no médio e longo prazo. Por exemplo, você pode ser um buy and hold e manter na sua carteira por muitos anos algumas small caps com alto potencial de valorização. Nesse caso, eventuais períodos de baixa não impactarão negativamente o seu investimento. Ao contrário, se as small caps performarem como você espera, ganhará mais do que se tivesse comprado ações de gigantes da bolsa.

Conclusão

Um dos principais aspectos da volatilidade é a sua relação direta com o potencial de ganho dos investimentos. Isso porque, como vimos, quanto mais volátil for um ativo, mais risco ele apresentará e, consequentemente, mais chances de retorno também. Logo, a volatilidade pode ser uma boa ferramenta para montar uma estratégia de investimentos, seja para o curto ou para o longo prazo.

No curto prazo, as oscilações dos preços são fundamentais para o trader. Porém, para ter sucesso no day trade ou swing trade, é necessário bom conhecimento técnico e tempo para acompanhar o mercado. Principalmente no day trade, onde as operações começam e terminam no mesmo dia, um movimento fora do tempo pode colocar a perder todo o resultado de uma operação.

Já no médio e longo prazo, a volatilidade pode ser uma boa aliada para potencializar os ganhos da carteira. Como vimos, os seus efeitos são atenuados pelo tempo, e favorecem quem investe e pretende ficar com os ativos por alguns anos. No entanto, mesmo que ofereça bom potencial de retorno, não dá para esquecer que a volatilidade é sempre um risco. Logo, ao investir em ativos voláteis, é importante dar mais atenção ainda para a diversificação da carteira.

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