Frequentemente vemos em jornais e matérias na mídia que a carne bovina brasileira faz sucesso mundo a fora. Isso é verdade, pois o Brasil é, atualmente, o maior exportador mundial, e vem ganhando cada vez mais novos mercados e aumentando os volumes embarcados.
Veja abaixo a evolução da exportação de carne bovina brasileira:
O volume exportado do primeiro quadrimestre de 2022 atingiu 707.821 toneladas. Após 2 anos, esse volume já havia crescido 18%.
Lembrando que o Brasil, no momento em que escrevo este artigo, possui a carne bovina mais barata do mundo:
O atual momento – ciclo pecuário de baixa pecuário – é típico de maior oferta de animais, impedindo assim a melhora nos preços.
Além disso, há outro fator: a China, maior importador, aprendeu a negociar melhor a nossa carne e vem importando cada vez a preços menores. Para se ter ideia, em junho/22 a exportação de carne bovina para o país tinha preço médio de US$ 7.330,00/ton, e em abril/24 a média caiu para US$ 4.490,00/ton. Ou seja, uma redução de 38,74% no período.
Sem contar que as habilitações de novas plantas frigoríficas aptas a exportar ao gigante asiático fazem a concorrência interna aumentar, o que reduz preços e margens.
O que fazer então?
O mercado já vem se adaptando e buscando novas alternativas. Uma delas – e aparentemente eficaz – é aumentar o número de países importadores, a fim de reduzir a dependência dos chineses e melhorar o nosso preço médio da carne no mercado mundial.
Por exemplo, em abril/24 a China importou 374.635/ton a preço médio US$ 4.460,00/ton, e os EUA importou 52.004/ton a preço médio US$ 6.080,00/ton. Apesar de o volume ser bem menor (-86,1%), o preço médio pago pelos norte-americanos foi 36,32% maior.
Agora imagine se conseguíssemos 10 ou 20 novos parceiros como os EUA, aumentando os volumes importados e conseguindo preços melhores? Isso faria uma baita diferença em nossa balança comercial e melhoraria as condições de toda a cadeia!
O que também precisa estar no nosso radar é a virada do ciclo pecuário, inclusive já existem alguns indicadores apontando para o início da mudança. Quando isso acontecer, teremos menor oferta de animais no mercado interno e, consequentemente, menor volume de carne disponível para exportação.
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