Em uma semana de grandes definições, o desempenho do mercado brasileiro é negativo novamente. O esperado ministro da Fazenda foi anunciado pelo presidente eleito Lula, mas sem surpresas por parte dos investidores. A PEC da Transição foi aprovada em dois turnos pelos senadores, e apesar das modificações, o mercado ainda vê com preocupação o impacto fiscal que essa terá nos próximos anos. Os investidores americanos demonstraram que a moderação esperada no ritmo dos juros pode ficar para o próximo ano e se desfizeram de suas posições em bolsa. As autoridades da China tomaram as primeiras decisões na direção da reabertura da economia, favorecendo setores importantes da economia brasileira.
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Cenário Brasileiro
O político Fernando Haddad foi escolhido para ser o próximo ministro da Fazenda no novo governo Lula, o que não chamou a atenção do mercado, tendo em vista que o nome já era amplamente especulado. Os senadores não concordaram com os termos propostos inicialmente pelo governo para PEC da Transição e revisaram o valor e prazo para baixo. Apesar da desidratação, as preocupações quanto a estabilidade fiscal para os próximos foi refletida nos mercados. Gestores e instituições financeiras emitiram suas opiniões contrárias ao aumento de gastos do governo e o COPOM, que decidiu pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75%, deixou claro em seu comunicado pós-decisão que observa a expansão fiscal com atenção.
Cenário Internacional
O que há duas semanas parecia claro, se tornou turvo na última semana. Os investidores ainda acreditam que a moderação no ritmo dos juros deve acontecer já na próxima reunião, mas existem fatores que não permitem esses se comprometerem com essa previsão. O governo da China anúncio novas medidas de flexibilização na política de covid zero, dando indícios de que as autoridades agora possuem uma nova visão dos fatos. Os países membros do Grupo dos Sete e da União Europeia implementaram um teto de preço sobre o petróleo russo, como uma medida de diminuir a capacidade de investimentos do país na guerra, a decisão gerou insatisfação na OPEP+ que não vê bons olhos a migração do poder sobre a commodities dos produtores para os compradores.
Na Carteira Semanal Top 5 não realizamos nenhuma alteração nessa semana.
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 19,14% ante o Ibovespa com queda de 0,78%.
Manchetes internacionais
– Após G7 instituir teto de preço sobre o petróleo russo, representante da Rússia afirmou que óleo não será exportado para países que adotarem a medida. OPEP+ concordou em manter produção, mas demonstrou preocupação quanto implementação de teto.
– PMI Composto dos EUA cai a 46,4 em novembro, indicando retração da atividade econômica. PMI de Serviços recuou de 47,8 em outubro para 46,2 em novembro. Segundo dados da S&P Global.
– A Comissão Nacional de Saúde da China ampliou a possibilidade de fazerem quarentena em suas casas, eliminou a obrigatoriedade de realização de testes para acessar locais públicos, com algumas exceções, e reduziu o tempo de lockdown obrigatório em regiões que deixarem de apresentar novas infecções.
– JP Morgan imagina taxa final de juros americanos em 6,5% e considera que mercado está superestimando efeitos negativos dos juros nos mercados.
Manchetes Nacionais
– Presidente eleito Lula anunciou os primeiros ministros do seu governo. Fernando Haddad foi escolhido para a Fazenda, Rui Costa na Casa Civil, José Múcio Monteiro na Defesa, Flávio Dino na Justiça e Mauro Vieira nas Relações Exteriores.
– IPCA de novembro sobe 0,41%, abaixo do consenso de mercado que previa expansão nos preços de 0,41%, segundo dados do IBGE. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 5,13%.
– Gestores e instituições financeiras demonstram preocupação quanto aos gastos públicos após aprovação da PEC da Transição.
– Foi aprovado em primeiro e segundo turno a PEC que expande por dois anos o teto de gastos em R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família e abre margem de R$ 23 bilhões para investimentos com base na arrecadação extraordinária. A PEC segue agora à Câmara dos Deputados.
– BC manteve a Selic em 13,75% ao ano, pela terceira vez consecutiva, conforme decisão unânime do COPOM, e comunicou que há elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e ressalta que acompanhará com atenção o quadro das contas públicas.