A volatilidade dominou o mercado às vésperas das eleições nacionais e estaduais, demonstrando a incerteza dos investidores quanto ao resultado e caminho que a economia brasileira tem a percorrer nos próximos anos. Contando com uma série de novos acontecimentos, o conflito entre a Rússia e Ucrânia não demonstra ter um fim pacífico adiante. As medidas propostas pelo Reino Unido para incentivar a economia e garantir o poder aquisitivo dos consumidores em meio a uma das piores crises energéticas da Europa não foi bem-recebida no mercado, que discorda em como o pacote será financiado.
Cenário Brasileiro
A semana foi uma amostra clara de que o mercado ainda não tem uma visão fixa em como estará a economia brasileira nos próximos anos. As falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicando que os cortes na taxa básica de juros só devem começar no segundo semestre do próximo ano, pressionaram os ativos ligados ao consumo durante a semana. Apesar disso, se recuperaram ao longo da semana, com a economia brasileira dando mais sinais de evolução, como a taxa de desemprego em linha com o esperado e expectativa de estabilidade econômica independente do candidato vencedor.
Cenário Internacional
Após meses operando com fluxo reduzido e contarem com paralisações constantes para reparos, os gasodutos NordStream sofreram danos irreversíveis em uma das etapas do seu trecho que liga a Rússia à Alemanha, marcando o início de uma série de trocas de acusações entre o governo russo e a OTAN, ambos acreditam que o ato faz parte de um ataque terrorista e se culpam mutualmente.
O recém-eleito governo de Liz Truss no Reino Unido anuncia um pacote de incentivo à economia coberto por endividamento público e a reação negativa pôde ser vista amplamente pelos mercados ao redor do mundo, sob receio de que a medida acarrete mais juros e recessão no continente.
Na Carteira Semanal Top 5 não realizamos nenhuma alteração nessa semana.
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 16,53% ante o Ibovespa com baixa de 3,10%.
Confira o que foi Manchete na semana:
Internacional
– Libra esterlina atinge as mínimas históricas ante o dólar com receio dos investidores acerca do endividamento do Reino Unido.
– Dólar se eleva ao maior nível em 20 anos, em consequência à desvalorização das moedas internacionais, conforme o índice DXY.
– Bank of England anuncia compra de títulos públicos (Gilts) de longo-prazo. A medida tem por objetivo conter o aumento das taxas de juros, que apresentam o maior nível desde 2008.
– Alemanha dedicará 200 bilhões de euros no orçamento para reduzir custos de energia para empresas e consumidores individuais durante os próximos meses. Segundo o chanceler alemão, Olaf Scholz, os recursos terão como origem o fundo de estabilização econômica, usado durante a crise financeira de 2008 e a pandemia do covid-19.
– G7 condena decreto do governo russo que anexa regiões ucranianas ao seu território, classificando como: “um novo ponto baixo no flagrante desrespeito da Rússia pelo direito internacional”.
Nacional
– IPCA-15 registra deflação de 0,37% em setembro, além da mediana de projeção de -0,20%. O acumulado no ano chega em 4,53%, de acordo com IBGE.
– Índice de Preços ao Produtor registra queda de 3,11% em agosto ante julho. A expectativa de mercado estava em aumento de 1,21%.
– IGP-M apresenta deflação de 0,95% em setembro, além das expectativas de recuo em 0,89%. No ano, o índice acumula alta de 6,61% enquanto em o acumulado de 12 meses está em 8,25%.
– Taxa de Desemprego do trimestre móvel de agosto é divulgada em 8,9%, recuando 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre de março a maio de 2022 e em linha com as expectativas de mercado.
– Novo levantamento do Caged demonstra abertura de 278.639 vagas formais de trabalho em agosto. Acima das projeções de mercado de 269.350 vagas líquidas. Todos os setores da economia apresentaram saldo positivo.
