Nas últimas semanas, o acordo entre Brasil e China para que suas transações bilaterais não precisem necessariamente passar pelo dólar tem chamado a atenção quando o assunto é comércio internacional. As negociações seriam realizadas diretamente entre real e yuan, sem passar por uma nova operação em dólar.
De um lado, a medida é vista com bons olhos no sentido de proporcionar mais facilidade, agilidade e redução de custos nas operações, já que uma das vantagens do acordo é a possível eliminação de “intermediários”. De outro, o fato de se negociar em uma moeda exótica e bem mais volátil do que o dólar traz insegurança para importadores e exportadores.
Embora tenha sido anunciado recentemente, esse acordo alvoroçou o mercado e gerou diversas dúvidas sobre como ficarão as relações comerciais entre os dois países. De fato, não poderia ser diferente, afinal estamos falando do principal parceiro comercial do Brasil, além de ser extremamente relevante para o mundo inteiro.
No entanto, quem importa ou exporta não precisa ficar preocupado, pois a medida não é uma lei, e sim um acordo comercial que ainda não está vigente. Além disso, o acordo não prevê obrigatoriedade, somente dá a opção às partes de fazer a transação envolvendo somente reais e yuans, algo que já é possível hoje no mercado.
Independentemente desse acordo, qualquer empresa pode fechar câmbio em moedas distintas das versadas em seus documentos. É perfeitamente possível ter uma DI (declaração de importação) em dólar e fechar o câmbio em yuan. Se a moeda for conversível, não há problema algum em fazer isso.
Do ponto de vista do exportador, o que precisa ser definido é se é melhor atrelar o recebimento de suas vendas a uma moeda forte ou ficar sujeito às oscilações do real e do yuan, duas moedas mais voláteis perante o dólar. Essa é, de fato, a questão mais importante para as negociações.
Questões relevantes em relação a operações de Comex não-dolarizadas
1 – Custo das transações
É importante lembrar que, comparado a moedas que são tradicionais, mais disponíveis e conhecidas – como o dólar e o euro – o yuan é uma moeda exótica, e por isso tende a ter menos negociadores. Consequentemente, o seu spread pode ser maior, o que também prejudica a margem de importadores e exportadores.
2 – O comércio exterior ainda é um mercado muito tradicional
Caso aumentem as transações com yuan, é possível que a moeda deixe de ser considerada exótica. Porém, mesmo com a evolução do comércio exterior, estamos falando de um mercado extremamente tradicional – e uma mudança a ponto de o yuan deixar de ser uma moeda exótica ainda deverá demorar anos.
Nesse sentido, pode ser difícil convencer um exportador a receber em uma moeda exótica. Além disso, se ele opera commodities em bolsas, está acostumado com mercados tradicionais, como Chicago ou Londres – cotados em dólar e libra esterlina, respectivamente.
Por isso, o yuan ainda deve levar tempo para alcançar um papel de protagonismo no mercado internacional.
3 – Menor dependência do dólar no comércio internacional
Por outro lado, um ponto positivo sobre o acordo poderia ser a discussão que se gera sobre a possibilidade de reduzir a dependência do dólar no comércio internacional. Porém, é importante ter claro que sair da dolarização é um processo que ainda poderá levar bastante tempo para se concretizar.
Para se ter uma ideia da força do dólar, a última pesquisa trienal do Bank for International Settlements (BIS), publicada em 2020, mostrou que a moeda norte-americana é utilizada em 88% de todas as transações globais. Já a participação do yuan nos negócios entre países é de 7%.
Com quais países a China já tem esse tipo de acordo?
Segundo relatório divulgado em novembro de 2022 pelo banco central chinês, a China já realiza transações não dolarizadas com 25 países. Entre eles, estão grandes economias como Alemanha, França, Canadá, Austrália e Catar. Na América do Sul, a China tem acordos com Chile e Argentina.
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