Commodities brasileiras: conheça algumas das principais

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra soja, uma das principais commodities brasileiras
Imagem mostra soja, uma das principais commodities brasileiras

Provavelmente você já tenha ouvido falar sobre a importância das commodities brasileiras para a economia do país. Inclusive, quando o assunto são esses itens, o Brasil é frequentemente citado como uma grande potência no cenário internacional.

O termo commodity vem do inglês, e significa literalmente “mercadoria”. Para a economia, as commodities são materiais em estado bruto ou produtos de baixo valor agregado que sofreram um processo mínimo de industrialização. No entanto, esses itens são de extrema importância, pois estão presentes no dia a dia de todas as pessoas no mundo inteiro. Por exemplo, as compras básicas do supermercado – arroz, feijão, carne – são commodities; o combustível do carro é uma commodity; o pãozinho que consumimos todos os dias vem de uma commodity; e por aí vai.

Além de serem itens essenciais para a economia, outra característica das commodities é o fato da formação do preço ser influenciado pelo mercado internacional. Algumas commodities são negociadas em diversas bolsas diferentes, com padrões diferentes – açúcar é negociada em três bolsas, por exemplo – mas os fatores que influenciam a formação de preço são parecidos.

Para dar um exemplo prático, basta dizer que é muito raro ver um contrato de petróleo WTI, em Chicago, disparar e um contrato de petróleo Brent, de Londres, despencar. Um conflito no Oriente Médio impacta ambos, mas tem mais efeito no petróleo Brent que no WTI, o que faz com que o preço de ambos possa ter algum descolamento dia-a-dia.

Neste conteúdo, falaremos sobre algumas das commodities brasileiras mais importantes para nossa economia. Continue a leitura e conheça quais são e o que representam para a economia nacional.

Principais commodities brasileiras

Antes de mais nada, é importante saber que esses itens são classificados em quatro grandes grupos:

  • – commodities agrícolas: matérias-primas da agroindústria e produtos agrícolas. Exemplos: soja, café, arroz, feijão, milho, trigo, açúcar.
  • – commodities minerais: metais, minérios e indústria de extração de óleo e gás. Exemplos: petróleo, ouro, cobre, gás natural.
  • – commodities ambientais: referem-se a diversos recursos naturais. Exemplos: água, madeira, energia, créditos de carbono.
  • – commodities financeiras: moedas e títulos públicos de governos. Exemplos: real, dólar, euro, libra.

Conhecidos as classificações, vejamos agora as cinco commodities brasileiras mais exportadas no ano de 2021. De acordo com informações do ComexStat, o somatório desses itens representou 43% das vendas externas do Brasil no ano passado.

1 – Soja

Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de soja, somente atrás dos Estados Unidos. Em 2021, as exportações brasileiras do complexo soja (grão, farelo e óleo) somaram cerca de US$ 48 bilhões, o que representou 14% do total de nossas vendas ao mercado externo. O maior destino dessas exportações foi a China, que comprou 73% de toda a soja comercializada. 

Para 2022, a expectativa é de aumento de US$ 10 bilhões na receita de exportação em relação a 2021. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), somente de janeiro a agosto desse ano, as vendas externas atingiram US$ 48,8 bilhões, superando o total exportado no ano passado.

2 – Minério de ferro e seus concentrados

O segundo lugar na lista das commodities brasileiras mais exportadas é do minério de ferro e seus concentrados. Em 2021, o Brasil exportou 358 milhões de toneladas de minério de ferro, 5% a mais do que em 2020. Já em valores, o total das exportações ficou próximo de US$ 45 bilhões no ano passado, um crescimento de 17,3% no comparativo anual. Aqui, novamente a China foi nosso principal comprador, responsável por 70% de todo volume exportado.

Já em 2022, a desaceleração da economia chinesa afetou o preço dessa commodity, que acumulou queda de 39% de janeiro a setembro desse ano. No entanto, a redução das exportações ocorreu também em volume, pois o Brasil exportou 3% a menos para a China nos nove primeiros meses desse ano em relação ao mesmo período de 2021.

3 – Petróleo

Em 2021, o Brasil exportou 67,5 milhões de toneladas de petróleo, com receita de US$ 30 bilhões. O valor representou crescimento de 56% em relação a 2020.

O principal destino das exportações brasileiras de petróleo no ano passado foi a China, que adquiriu US$ 14,3 bilhões da commodity. Logo após, vêm Estados Unidos e Índia, com valores comercializados de, respectivamente, US$ 3,1 bilhões e US$ 2,2 bilhões.

Para os próximos anos, as projeções são de crescimento para as exportações da commodity. Inclusive, em setembro deste ano, o Brasil bateu recorde de produção de petróleo e gás pela segunda vez, quando a extração superou a marca de quatro milhões de barris por dia.

4 – Açúcar

O quarto lugar no ranking de exportação das commodities brasileiras ficou com o açúcar. Em 2021, as usinas brasileiras exportaram 27,5 milhões de toneladas, volume 11% inferior ao de 2020. No entanto, apesar da retração, a receita de exportação do ano passado atingiu US$ 9,18 bilhões em 2021, alta de 5% em comparação ao ano anterior.

O crescimento da receita foi devido ao aumento de 18% no preço médio da commodity, cuja tonelada foi de US$ 285 por tonelada em 2020 para US$ 337 em 2021. Em toneladas, os cinco principais destinos do açúcar brasileiro no ano passado foram China (4,26 MM), Argélia (2,36 MM), Nigéria (1,86 MM), Bangladesh (1,79 MM) e Malásia (1,34 MM).

5 – Carne bovina

Em quinto lugar no ranking, temos a carne bovina, que alcançou receita de exportação de US$ 7,6 bilhões em 2021. Novamente, a China foi nosso principal parceiro comercial, respondendo por 55% de todo volume exportado.

Até setembro de 2022, as exportações de carne bovina alcançaram US$ 9,18 bilhões, alta de 40,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. Nesse sentido, os preços médios da carne brasileira no mercado internacional tem sido um dos grandes destaques nesse ano, com média de US$ 6,1/kg entre janeiro e setembro. 

No acumulado parcial, observa-se que a exportação dessa commodity cresce consecutivamente pelo sexto ano, desde 2017.

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