Credit Suisse e o socorro de US$ 54 bilhões do banco central da Suíça: o que aconteceu?

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra banco Credit Suisse
Imagem mostra banco Credit Suisse

Na quarta-feira (15) à noite, o Credit Suisse comunicou ao mercado que tomaria cerca de US$ 54 bilhões emprestados do Swiss National Bank (SNB), o banco central da Suíça. Segundo o Credit Suisse, o empréstimo – cujo valor ainda não foi confirmado pelo SNB -, visa o fortalecimento de sua liquidez.

O movimento veio poucos dias depois de dois bancos norte-americanos de médio porte Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank pedirem falência, o que aumentou a insegurança sobre as condições do sistema financeiro mundial. Para completar, na manhã do dia 15, o maior investidor do CS – um investidor saudita – afirmou não poder mais prestar socorro financeiro por causa de restrições regulatórias. Isso contribuiu para a crise de confiança entre acionistas e clientes da instituição. No entanto, após o auxílio confirmado do SNB, as ações do Credit Suisse, que acumulavam queda de 25% na véspera, voltaram a subir .

O banco informou em comunicado que a liquidez adicional apoiaria os principais negócios e clientes, à medida que fossem tomadas as medidas necessárias para criar “uma instituição mais simples e focada nas necessidades do cliente”.

Segundo o presidente-executivo, Ulrich Körner, a ação foi decisiva para que o CS se fortaleça, enquanto a transformação estratégica da instituição está em andamento. Entre outras medidas de reestruturação do banco, estão a venda de uma parte do banco de investimentos e o corte de milhares de empregos realizado em 2022.

Em entrevista ao G1, o analista da Terra Investimentos, Luis Novaes, disse que o fato de o Fed ter anunciado medidas para aumentar a liquidez do sistema bancário americano deu a impressão de que os acontecimentos envolvendo o SVB e o Signature Bank estavam contidos. “Apesar de os grandes bancos ao redor do mundo parecerem ‘protegidos’ contra esse tipo de risco”, a situação do Credit Suisse ainda preocupa investidores”, avalia. Segundo Novaes, o CS é um dos cinco bancos europeus considerados mais importantes. Por isso, caso se torne insolvente, poderá gerar grandes impactos no sistema financeiro.

Por que Bancos Centrais resgatam bancos à beira da insolvência?

Um banco central pode resgatar um banco à beira da insolvência por várias razões, as quais visam principalmente a estabilidade do sistema financeiro e a proteção da economia em geral. Aqui estão algumas das principais razões pelas quais um banco central pode intervir:

Prevenção de contágio financeiro

Quando um grande banco enfrenta insolvência, isso pode causar pânico no sistema financeiro e levar a uma corrida aos bancos. Os clientes podem começar a retirar seu dinheiro em massa, temendo que outros bancos também enfrentem problemas semelhantes. O banco central intervém para evitar esse contágio financeiro, resgatando o banco em dificuldades e restaurando a confiança no sistema.

Preservação da estabilidade financeira

O colapso de um grande banco pode causar perturbações significativas no sistema financeiro e na economia em geral. Um banco central pode resgatar um banco insolvente para preservar a estabilidade financeira e garantir que os serviços bancários e de crédito continuem funcionando normalmente.

Proteção dos depositantes

Um banco central também pode intervir para proteger os depositantes e garantir que eles não percam suas economias em caso de insolvência bancária. Ao resgatar o banco, o banco central pode evitar a perda de depósitos e manter a confiança no sistema bancário.

Manutenção do fluxo de crédito

Os bancos desempenham um papel fundamental no fornecimento de crédito à economia, concedendo empréstimos a empresas e consumidores. Se um banco se torna insolvente, pode haver uma redução no fluxo de crédito, o que pode prejudicar o crescimento econômico. Ao resgatar o banco, o banco central garante que o fluxo de crédito continue sem interrupções.

Evitar falências em cascata

A insolvência de um banco pode ter um efeito cascata em outros bancos e instituições financeiras devido às suas interconexões. Um banco central pode resgatar um banco insolvente para evitar que outras instituições também enfrentem falência, protegendo assim a saúde do sistema financeiro como um todo.

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