O arrependimento entre produtores rurais na safra 23/24

Tempo de leitura: 6 minutos

fiagro
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Não é de hoje que sabemos o quão otimistas são os produtores rurais no Brasil. Tal otimismo ajudou a transformar o Brasil numa potência mundial em commodities. Entre 1975 e 2017, a produção de grãos, que era de 38 milhões de toneladas, cresceu mais de seis vezes, atingindo 236 milhões de toneladas, enquanto a área plantada apenas dobrou.

Destaque para os aumentos de rendimento de 346% para o trigo, de 317% para o arroz e de 270% para o milho. Soja e feijão praticamente dobraram o rendimento no período analisado. Além disso, em 2016, o efetivo brasileiro de bovinos foi de 218,23 milhões de cabeças. Existem mais bovinos do que humanos (203,1 milhões) no Brasil

Essa performance nos impulsionou no mercado internacional para a exportação de diversos produtos e ajudou muito na balança comercial e crescimento do PIB.

Fonte: sumário executivo CNA/Cepea 2023

Os produtores foram agraciados pelo “boom das commodities” que se iniciou no 2º semestre de 2019 com o forte aumento das exportações e se consolidou com a pandemia da Covid-19 em uma grande escalada de preços que parecia não ter fim.

Para ter uma ideia, os preços das commodities (Cepea) no Brasil atingiram os seguintes picos neste período:

BOI – R$ 352,05/@ em 24/03/2022

SOJA – R$ 207,14/saca em 10/03/2022

MILHO – R$ 103,90/saca em 14/03/2022

CAFÉ – R$ 1.555,19/saca em 09/02/2022

Esse otimismo se generalizou e impulsionou o mercado como um todo para o Agro. Houve grande movimentação em aquisições de empresas do setor, abertura de capital na bolsa, produtos com lastro agro (LCA, CRA, etc) tendo boas captações, aquisições de propriedades rurais a preços nunca visto antes, grande oferta de Fiagros (fundos que aplicam em ativos de investimentos do agronegócio, sejam eles de natureza imobiliária rural ou de atividades relacionadas a produção do setor) e muitos “aventureiros” impressionados com as boas margens no agro montando confinamento, entrando na agricultura com pouco conhecimento e etc.

E assim…..O AGRO VIROU POP!

Com toda essa empolgação e euforia, era raro os casos de produtores que queriam ouvir sobre hedge e proteção de preços

O que aconteceu após todo esse movimento era algo que poderia se imaginar, mas difícil de acertar o momento…

Novos produtores entrando no negócio, investimentos em produtividade, abertura de novas áreas, novas tecnologias etc. Era racional esperar um aumento de produção… mas haveria demanda suficiente para tudo isso? A demanda aceitaria essa nova referência de preços? Teríamos logística para comportar esse aumento de produção?

De lá pra cá o cenário se materializou… a última estimativa da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) espera uma “Super Safra de Grãos 22/23” com 320 milhões de toneladas (+17,4% frente a última safra) e para fortalecer a oferta mundial os EUA também esperam uma grande safra e a Argentina retoma a produção normal depois de forte seca nos anos anteriores.

O reflexo dessa expectativa de grande oferta vem refletindo nos preços (Cepea) das commodities em 2023:

BOI – R$ 221,20/@ em 15/08/2023 (-22,9% em 2023)

SOJA – R$ 207,14/saca em 15/08/2023 (-19,4% em 2023)

MILHO – R$ 103,90/saca em 15/08/2023 (-38% em 2023)

CAFÉ – R$ 1.555,19/saca em 15/08/2023 (-36,6% em 2023)

Após tamanho tombo nos preços, predominou-se um ARREPENDIMENTO ENTRE A GRANDE MAIORIA DOS PRODUTORES: “por que eu não travei meus preços?”. Assim como o produtor procura um agrônomo para avaliar sua produtividade, um médico para avaliar sua saúde, também é importante que consulte um especialista/consultor para melhorar a comercialização da sua produção!

O especialista/assessor/consultor consegue auxiliar o produtor com diversas ferramentas do mercado financeiro: contratos futuros, opção de compra (call), opção de venda (put), operações estruturadas e etc para garantir a margem no negócio e tranquilizar sobre as oscilações de preços no período.

Abaixo um breve comentário sobre as principais commodities negociadas na B3 (Bolsa de Valores):

BOI GORDO (BGI)

O cenário ainda é desafiador…

Estamos passando pelo “ciclo de baixa”, com grande oferta de fêmeas e de reposição, influenciando no preço da @ do boi. Especula-se uma certa melhora de cenário apenas no final do 2º semestre de 2024 / início de 2025.

No recente relatório do IBGE, este mostrou que no 1º semestre/23 foi a maior produção de proteínas da história, entre bovinos, suínos e aves… ou seja, uma grande oferta.

Apesar da grande oferta, a demanda não tem acompanhado e faz com que se pressionem os preços

Os preços médios de exportação para a China (maior comprador) também vêm reduzindo. Passaram da média de US$ 5.740/ton. no 1º semestre de 2022 para US$ 4.585/ton. no 1º semestre de 2023. Historicamente, os preços melhoram no 2º semestre.

O preço do boi gordo brasileiro atualmente (Ago/23) é o mais barato no mercado internacional (queda do preço e valorização do real no período): Brasil US$ 48,6/@ |Australia US$ 50,1/@ |Argentina US$ 63,5/@ | EUA US$ 97,7/@

O produtor que:

Acredita em alta de preços: Compra Contratos Futuros ou compra Call (opção de compra), entre alternativas estruturadas.

Acredita em queda de preços: Vende Contratos Futuros ou compra PUT (opção de venda), entre alternativas estruturadas.

MILHO (CCM)

Existe hoje uma grande oferta desse grão no mercado interno e externo devido às boas projeções de safras (Brasileira, Americana e Argentina).

No Brasil, temos ainda um problema de logística. A insuficiência de armazenagem de grãos faz com que em alguns momentos os produtores/empresas tenham que avaliar qual grão (soja ou milho) tem melhores perspectivas de preço no futuro e optem por vender o menos interessante. Atualmente, o mercado tem preferido armazenar soja.

Nas últimas semanas, tem-se notado também uma estagnação na comercialização de milho pelo país. Esse cenário é resultado do baixo interesse das tradings e da atenção dos produtores voltada à colheita do milho 2ª safra, que continua progredindo.

O produtor que:

Acredita em alta de preços: Compra Contratos Futuros ou compra Call (opção de compra), entre alternativas estruturadas.

Acredita em queda de preços: Vende Contratos Futuros ou compra PUT (opção de venda), entre alternativas estruturadas.

SOJA (SIC)

A commodity com a menor queda anual no Brasil atualmente é também o produto agro mais exportado. O Brasil é o maior produtor e responde por mais de 50% do mercado global das exportações.

A queda na oleaginosa, assim como no milho, está relacionada às expectativas do mercado de uma grande safra na maioria dos países produtores, elevando a oferta mundial e a demanda parecendo não conseguir absorver essa melhora de produção.

A valorização do câmbio também tem influenciado nos preços. O dólar (principal moeda em que a soja é comercializada) iniciou o ano cotado a (US$ 1,00 = R$ 5,36) e chegou a ser cotado a (US$ 1,00 = R$ 4,72) em Julho/23

O produtor que:

Acredita em alta de preços: Compra Contratos Futuros ou compra Call (opção de compra), entre outras alternativas estruturadas.

Acredita em queda de preços: Vende Contratos Futuros ou compra PUT (opção de venda), entre outras alternativas estruturadas.

*A soja é cotada na Bolsa de Valores em dólares, por isso a importância de também fazer o hedge cambial

CAFÉ ARÁBICA (ICF)

Assim como na Soja, o Café também é influenciado pela variação cambial. O Dólar (principal moeda em que o café é comercializado) iniciou o ano cotado a (US$ 1,00 = R$ 5,36) e chegou a ser cotado a (US$ 1,00 = R$ 4,72) em Julho de 202323

A produção Brasileira nessa safra 23/24 deve ser maior (+7,9%), assim como a do Vietnã (outro grande produtor mundial) levando a um excedente global – que impacta diretamente os preços.

A maior produção brasileira advém do aumento de 0,8% de área cultivada, da recuperação de safras anteriores que sofreram com secas e geadas. Vale destacar que durante cinco anos o café-arábica passou por uma bienalidade negativa, que influenciou a sua produção. Contudo, neste ano, a perspectiva é alcançar 37,4 milhões de sacas, com aumento de 15% em comparação com o ano safra anterior.

O mercado cafeeiro também tem sentido a baixa demanda e vê as vendas atuais (safra 23/24) menores do que a safra passada e média histórica, mesmo com maior oferta.

O produtor que:

Acredita em alta de preços: Compra Contratos Futuros ou compra Call (opção de compra), entre outras alternativas estruturadas.

Acredita em queda de preços: Vende Contratos Futuros ou compra PUT (opção de venda), entre outras alternativas estruturadas.

*O café é cotado na Bolsa de Valores em dólares, por isso a importância de também fazer o hedge cambial

Para não ter o mesmo ARREPENDIMENTO DA MAIORIA DOS PRODUTORES e não precisar se lamentar no futuro dizendo “por que eu não travei meus preços? ”, entre em contato com Mesa Agro da Terra Investimentos. Você terá um atendimento exclusivo e personalizado com assessores especialistas em cada commodity para auxiliar na sua estratégia!

Email: [email protected]

Tel: 011. 3027-8600

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