Petrobras (PETR4): queda do petróleo faz lucro recuar 47% no 2T23

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Imagem mostra instalações da Petrobras (PETR3)
Imagem mostra instalações da Petrobras (PETR3)

Já era esperado que o recuo do preço do petróleo atingisse de cheio o resultado da Petrobras (PETR4) no segundo trimestre de 2023. A companhia encerrou o período com lucro líquido de R$ 28,78 bilhões, queda de 47% na comparação com o mesmo período de 2022. De lá para cá, o preço do barril de petróleo passou de US$ 113,78 para US$ 78,39.

Outros fatores que puxaram o lucro para baixo foram o aumento de despesas operacionais – em especial despesas com impairment (+ R$ 1,9 bilhão) e tributárias (+ R$ 600 milhões). Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o lucro apresentou queda de 24,6%.

A desvalorização da commodity afetou também a receita líquida da companhia, que fechou em R$113,84 bilhões no 2T23, uma redução de 33,4% na base anual. O indicador apresentou recuo também em relação ao primeiro trimestre deste ano (-18%). Segundo a Petrobras, isso se deve em grande à desvalorização de 4% do Brent e à
redução de mais de 40% nos crack spreads internacionais de diesel, além de menores receitas com exportações.

O EBITDA ajustado da companhia fechou em R$ 56,69 bilhões no 2T23, queda de 42,3% frente ao mesmo trimestre de 2022 e de 21,8% na comparação com o trimestre anterior. Além da desvalorização do Brent e do impacto do diesel, o indicador também foi negativamente afetado pela queda nas exportações de petróleo e pelo aumento das importações de GNL (de 0 no 1T23 para 3 MMm³/d 2T23).

Mais investimentos

No 2T23, os investimentos cresceram US$ 3,2 bilhões, cifra 31% acima do primeiro trimestre do ano, devido principalmente aos grandes projetos do pré-sal e ao impacto do bônus de assinatura relativo aos campos de Sudoeste de Sagitário, Água Marinha e Norte de Brava.

No segmento de Exploração e Produção, os investimentos totalizaram US$ 2,6 bilhões, 27% acima do 1T23, devido ao
desenvolvimento dos grandes projetos, em especial pelo avanço na construção e integração dos FPSOs em Búzios, além de maiores gastos exploratórios no pré-sal.

A Petrobras informou também que os investimentos no 2T23 concentraram-se principalmente: no desenvolvimento da produção do polo pré-sal da Bacia de Santos (US$ 1,4 bilhão); no desenvolvimento da produção em águas profundas (US$ 400 milhões) e em investimentos exploratórios (US$ 200 milhões).

Alteração da política de dividendos e anúncio de distribuição

Dias antes da divulgação dos resultados do 2T23, a Petrobras havia anunciado sua nova política de dividendos, na qual passa a pagar 45% de seu fluxo de caixa livre (diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos) em vez dos 60% de costume. No trimestre, o indicador somou R$ 33,31 bilhões, valor 47% menor do que o do mesmo período de 2022 e 19% abaixo do trimestre imediatamente anterior.

A companhia também informou que manterá o pagamento de proventos a cada trimestre e que o cálculo para a distribuição de dividendos passará a considerar o valor de eventuais aquisições. Além disso, é possível que seja lançado um programa de recompra de ações.

Na noite de quinta-feira, junto dos números do trimestre, a Petrobras também anunciou o pagamento de R$ 15 bilhões em dividendos, a R$ 1,149304 por ação ordinária e preferencial. Trata-se de antecipação da remuneração aos acionistas referente a 2023, com base no balanço do primeiro semestre.

O pagamento dos proventos será feito em duas parcelas iguais, em 21 de novembro e 15 de dezembro, com base na posição acionária de 21 de agosto de 2023, para quem tiver ações negociadas na B3, e com record date de 23 de agosto de 2033 para os detentores de ADRs negociadas na NYSE. A partir de 22 de agosto, os títulos passarão a ser negociados ex-dividendos na Bolsa de Nova York.

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