Queda do dólar continua impactando o mercado agro

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra produtor no campo e a importância do hedge no agronegócio
Imagem mostra produtor no campo e a importância do hedge no agronegócio

Na semana passada no Brasil, o IPCA surpreendeu positivamente subindo 0,71%, contra uma  expectativa 0,77%, ficando na banda superior da Meta estabelecida pelo Banco Central. Isso fez com que o mercado se movimentasse para uma antecipação do início de ciclo de corte de juros por aqui. 

O presidente brasileiro visitou a China, onde assinou 15 acordos comerciais firmando as relações entre os países e falaram sobre a possibilidade futura de utilizarem a moeda chinesa – o Yuan – para as negociações entre os países (atualmente as negociações são em dólar). 

Nos EUA, o índice de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) também vieram abaixo do esperado em 5,0% e 2,7% respectivamente na comparação anual. Foi também divulgado a ata do Fomc, o Copom norte-americano, onde eles explicaram a alta de 0,25% nos juros americanos, e sugerindo que o fim de alta deve estar próximo.

Além disso, foi dado início na temporada de balanços nos EUA relativos ao 1º trimestre de 2023. Grandes bancos como JP Morgan, Citi e Wells Fargo surpreenderam positivamente, mostrando a resiliência dos bancos mesmo depois das turbulências à quebra do Silicon Valley Bank e outros bancos regionais menores do país.

SOJA

O contrato de 1º vencimento subiu 0,87% em Chicago na semana, cotado a US$ 15,00/Bushel (27,2155 kg). As cotações do farelo de soja ajudaram a sustentar os preços.

A nova estimativa de safra da Argentina foi feita pela Bolsa de Rosário, reduzindo o previsto para 23 milhões de toneladas na safra 22/23, contra uma expectativa de 27 milhões de toneladas na previsão realizada em Março deste ano.

No Brasil os preços seguiram em tendência de queda, com recuo de -5,64%, na sexta-feira em relação ao fechamento da última semana, cotados a R$ 137,98 (Paranaguá). O avanço da colheita, os prêmios negativos e a valorização do Real frente ao Dólar Americano seguem impactando os preços internos.

Na CME, a Soja terminou a US$ 33,10 durante a semana, no contrato para maio.

MILHO

O milho subiu no mercado internacional fazendo um movimento de correção nas cotações e também influenciados pela perspectiva de menor safra Argentina.

A estimativa de produção do grão é de 36 milhões de toneladas segundo a Bolsa de Cereales, uma queda brusca de -16 milhões de toneladas frente à safra anterior.

Na CBOT em Chicago, o vencimento mais próximo valorizou 3,53% sobre a última cotação da semana passada, fechando a US$6,66/bushel (25,40 kg).

No Brasil, as cotações foram contrárias ao mercado externo, caindo -7,28% para R$ 73,97/saca frente a cotação da última semana. O avanço da colheita da 1ª safra e as boas perspectivas de milho safrinha, unidos à valorização do Real versus o Dólar americano contribuíram para tal.

Para maio, o contrato do milho na B3 terminou a R$ 73,97, enquanto o de julho terminou a R$ 74,40.

CAFÉ

O café arábica se destacou entre as commodities agrícolas em NY, com alta de 6,8% contrato de maio contra a última semana.

A valorização do Real e o relatório da Cecafé referente as exportações de março de 2023 contribuíram para a alta. O conselho dos exportadores informou que o Brasil exportou 3 milhões de sacas em março. Uma queda de 19% ano/ano refletindo os baixos estoques da safra passada.

A Colômbia também divulgou dados menores da safra, com uma queda 13% frente à março de 2022. No Brasil o café arábica fechou na sexta R$1.125,42/saca, alta de 2,2% na semana, e o conilon teve ganhos de 2,72%, batendo R$ 643,00/saca. Na B3, o contrato do café fechou em R$ 253,95 para maio.

SUCROENERGÉTICO

A ÚNICA (União das Indústrias de Cana-de-açúcar e Bioenergia) divulgou relatório de encerramento da Safra 22/23, apresentando uma moagem de 548 milhões de toneladas, uma alta de 4,6% em relação à safra anterior.
A produção de açúcar foi de 33,7 milhões de toneladas, alta de 5,1%, enquanto a produção de etanol subiu 4,6% para 28,9 milhões de metros cúbicos e o ATR fechou a R$ 140,8 kg ATR por tonelada de cana, queda de 1,4% frente à safra 21/22.

Os preços do açúcar continuam em altos patamares refletindo a tendencia de alta das últimas semanas. O etanol fechou na sexta a R$ 3,2688/litro, alta de 1,91 % frente à última semana – com base no preço Cepea. As chuvas na região sudeste continuam atrapalhando a colheita e dificultando o início de safra das usinas. Na NYBOT, a açúcar fechou a R$ 24,10 para maio, enquanto o Etanol fechou a R$ 2.950 para abril.

PROTEÍNAS

O preço do boi teve uma semana de pressão em vários estados, refletindo ainda uma menor demanda interna e aumento de oferta por parte dos produtores. O movimento baixista do preço físico contaminou as cotações no mercado futuro. O contato de vencimento em maio de 2023 por exemplo cedeu – 2,8% cotado a R$ 285,90 por arroba.

O suíno vivo teve leve alta de 0,6% em SP cotado a R$ 6,60/Kg. O frango também teve leve alta de 1,7% em São Paulo, cotado a R$ 6,75/kg. O boi, na B3, fechou a R$ 281,05 para abril, e R$ 276,55 para maio.

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