Spread cambial: você sabe quanto paga por suas operações?

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra containers - spread cambial
Imagem mostra containers - spread cambial

Quem atua no comércio exterior, sabe que as margens das transações comerciais são muito apertadas. Por isso, um dos principais cuidados que se precisa ter em relação aos custos das operações é com o spread cambial.

Neste conteúdo, trouxemos algumas dicas de Roberta Folgueral – head de Câmbio da Terra Investimentos – sobre os aspectos que impactam os custos das operações de Comex, e o que se pode fazer para reduzi-los em determinados casos. Portanto, se você atua no comércio exterior e tem dúvidas se o que você paga é o ideal para manter sua rentabilidade, continue a leitura a seguir!

Qual é o spread cambial adequado para quem atua no comércio exterior?

Segundo Roberta, um spread cambial adequado, que seja saudável para a operação da empresa, é de até 1%. Acima disso, os custos das operações de câmbio podem colocar a perder a rentabilidade da operação. E isso fica pior ainda se estivermos falando de operações pequenas ou esporádicas, e que envolvam itens de menor valor agregado.

“Se o cliente paga mais de 1% de spread cambial, não adianta ele ter feito tudo certinho (cotar o melhor despachante e agente de carga, discutir taxas de origem, locais, de devolução de container, seguro, etc..), pois um spread alto pode comprometer toda a negociação. Inclusive, pode até consumir todo o lucro, dependendo do valor da transação e da margem dos produtos”, alerta a head da Terra.

VET (Valor Efetivo Total)

Outro aspecto para o qual Roberta chama atenção é o Valor Efetivo Total (VET) que o cliente precisa conhecer para que possa saber exatamente o custo das operações.

O VET é calculado com base nas seguintes informações:

– Valor da compra: é a quantidade de moeda estrangeira negociada;

– Taxa de câmbio: é o câmbio comercial acrescido do custo da transferência;

– Tarifa: é a taxa que o operador cobra para usar o sistema de transferências internacionais;

– IOF: é o Imposto sobre Operações Financeiras que incide sobre as operações de câmbio.

Conhecidos os valores acima, é só aplicar a fórmula do VET:

VET = (valor da compra x taxa de câmbio) + IOF + Tarifa) / valor da compra

O Banco Central disponibiliza uma ferramenta chamada Ranking VET. Lá, o usuário consegue calcular automaticamente quanto cada instituição cobra para realizar uma operação de câmbio.

“Dependendo do spread cobrado pela instituição, isso pode aumentar 5, 7, 10 centavos ou mais em cada dólar, dependendo do horário ou do dia (sábados, domingos ou feriados). Esse é o motivo para o cliente prestar muita atenção no VET”, reforça Roberta.

E o que mais se pode fazer para reduzir os custos das operações de câmbio?

Além de prestar atenção no spread cambial – que impactará o VET da operação – ter uma orientação especializada ajuda muito a reduzir os custos do comércio exterior.

Nesse sentido, Roberta cita o exemplo de um cliente que atendeu no passado e que importava itens para produzir confecções. Para facilitar o seu controle, a empresa pedia para o fornecedor lá fora desenvolver tecidos e estampas e incluía tudo no custo da mercadoria. No entanto, isso traz prejuízos, pois o fato de não separar a operação aumentava a tributação.

“O cliente achava mais fácil incorporar o desenvolvimento e a estampa no valor do tecido pronto, mas esses custos correspondiam a quase 15% do valor da mercadoria. Quando ele colocou isso na ponta do lápis, viu que não fazia sentido, pois os impostos na importação são quase 50% e incidem sobre mercadorias de forma geral. E ele só descobriu isso conversando com uma corretora. Ou seja, nós podemos dar dicas do tipo: por que você está misturando mercadorias com serviços? Se você segregar, terá menos custos, e assim por diante. Salvo que você seja um grande cliente de um banco, esse tipo de assessoria só se consegue em uma corretora”.

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