Vale (VALE3): lucro de US$ 2,83 bilhões no 3T23, queda de 36% na comparação anual

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra logo da Vale (VALE3)
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A Vale (VALE3) fechou o 3° trimestre de 2023 com lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,83 bilhões, valor 36% abaixo dos US$ 4,45 bilhões reportados no mesmo período do ano passado. Segundo o balanço divulgado no final desta quinta-feira (26), a piora do indicador se deve, principalmente, à variação cambial negativa acumulada de 2022 e à marcação a mercado de debêntures participativas (títulos que pagam juros semestrais aos investidores). Juntas, as duas rubricas chegaram a US$ 2,73 bilhões, e isso fez com que a companhia registrasse uma despesa financeira líquida de US$ 385 milhões no 3T23, contra receita financeira líquida de US$ 1,76 bilhão na comparação anual.

A receita líquida do 3T23 foi de US$ 10,62 bilhões, alta de 6,6% frente ao mesmo trimestre de 2022. Já o EBITDA ajustado proforma (que exclui despesas relacionadas a Brumadinho) somou US$ 4,48 bilhões, 12% acima do registrado um ano antes e 8% superior ao do trimestre imediatamente anterior. A Vale destaca o EBITDA do negócio de soluções de minério de ferro, que aumentou 18% na comparação anual e 13% frente ao 2T23, em função, principalmente, dos maiores preços realizados de minério de ferro e maiores volumes de vendas.

Outros destaques da Vale (VALE3) do 3T23

O custo caixa C1 de minério de ferro (exceto compras de terceiros) reduziu 7% na comparação anual, chegando a US$ 21,9 / t, “no caminho para atingir o guidance de US$ 21,5 / t a 22,5 / t para o ano”, segundo a companhia.

No 3T23, o fluxo de caixa livre das operações somou US$ 1,12 bilhão, praticamente a metade do valor de 12 meses antes. Segundo a Vale, a diminuição se deve , principalmente, ao efeito negativo do capital de giro (US$ 963 milhões abaixo na comparação ano a ano), devido ao aumento do volume de vendas e alterações do contas a pagar.

O aumento das vendas provisionadas também impactou negativamente o capital de giro, na ordem de US$ 186 milhões, o que afetou a geração de caixa. A companhia atribui esse efeito à alta dos preços provisórios de minério
de ferro no final do trimestre e ao maior volume de vendas provisionadas de minério de ferro.

A Vale também informa ter utilizado US$ 1,67 bilhão do caixa para distribuir juros sobre capital próprio aos acionistas e US$ 546 milhões para recompra de ações.

Ao final de setembro de 2023, a dívida líquida expandida havia aumentado para US 14 bilhões, especialmente devido ao pagamento de juros sobre capital próprio no trimestre. Segundo a companhia, o valor está dentro de sua meta para o indicador, que é de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões.

Já o prazo médio da dívida recuou ligeiramente e fechou em 8,2 anos (era 8,4 anos no trimestre anterior). O custo médio da dívida também apresentou ligeira diminuição, passando para 5,6% ao ano em setembro de 2023, contra 5,7% ao ano em julho de 2023.

No 3T23, a Vale investiu US$ 468 milhões em projetos de crescimento, um aumento de 25% na comparação anual. O destaque foram os projetos do negócio de soluções de minério de ferro, especialmente os projetos Serra Sul 120 e Capanema, parcialmente compensados pela finalização do projeto Sol do Cerrado.

Na manutenção das operações, o valor investido totalizou US$ 996 milhões, 16% acima do investimento do terceiro trimestre de 2022. Segundo a companhia, houve mais investimentos na melhoria operacional e gestão de barragens no negócio de soluções de minério de ferro.

Pagamento de proventos e recompra de ações

Horas antes da divulgação dos números do 3T23, a Vale anunciou a distribuição de R$ 10,5 bilhões em proventos. Segundo o comunicado, os acionistas receberão R$ 2,331661567 por ação, sendo R$ 1,565890809 em dividendos e R$ 0,765770758 em juros sobre capital próprio, valores a serem pagos em 21 de novembro aos detentores de ADRs (American Depositary Receipts) e em 1° de dezembro a quem tem ações.

Além disso, um novo programa de recompra de ações foi anunciado, com a previsão de adquirir até 150 milhões de ações ordinárias e ADRs. Ao todo, o volume corresponde a cerca de 3,5% do free float da companhia, segundo a atual posição societária. O programa, que iniciará a partir desta sexta-feira (27), terá vigência de 18 meses.

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