ETFs de ouro: saiba mais sobre esse investimento

Tempo de leitura: 4 minutos

ETFs de ouro
ETFs de ouro

Historicamente, o ouro é considerado um refúgio para quem busca proteção para os investimentos em tempos de instabilidade. E investir no metal se tornou bem mais fácil e acessível com os ETFs de ouro negociados na bolsa brasileira e nos mercados internacionais.

De janeiro a setembro de 2024, o ouro subiu cerca de 30%, superando inclusive o S&P 500, um dos principais índices do mercado mundial, que acumulou alta de 20% no mesmo período. A disparada do metal no ano foi motivada especialmente por fatores econômicos e geopolíticos, que afetam os mercados do mundo inteiro.

Naturalmente, essa alta se refletiu nos investimentos que seguem o desempenho do ouro. Segundo levantamento realizado pela Quantum Finance, a valorização média desses ativos chegou a cerca de 40% até agosto deste ano.

Mas o que está por trás da valorização do metal nos últimos tempos, e quais as perspectivas para o futuro? E como funcionam os ETFs de ouro? Para tirar as suas dúvidas e saber mais sobre esse mercado, acompanhe a leitura a seguir.

Qual o motivo da alta do ouro nos últimos tempos?

De forma geral, a alta do ouro em 2024 reflete a desconfiança dos investidores em relação ao atual cenário econômico mundial. Veja os principais acontecimentos que motivaram a disparada do metal nos últimos tempos.

Juros em queda nos EUA

No final de setembro, a onça-troy (unidade de peso equivalente a cerca de 31 gramas) do metal chegou a tocar o recorde histórico de US$ 2,7 mil. Nesse mesmo mês, o Fed (banco central americano) cortou os juros em 50 pontos-base depois de quatro anos, devido à preocupação com o desemprego no país.

Alguns analistas viram com receio a magnitude do corte e a consideraram agressiva. Nesse sentido, lembraram da recessão de 2007, iniciada depois que o órgão começou a cortar os juros também em 50 bps. Segundo especialistas, a possibilidade de uma desaceleração na principal economia do mundo alavanca o preço do ouro, que é considerado uma reserva de valor.

Bancos centrais comprando mais ouro

Outro fator que contribuiu para a alta do ouro foi a demanda crescente por parte dos bancos centrais, que compraram quantidades recorde do metal em 2024.

Como apontou a Forbes em reportagem de 17 de setembro, as compras de ouro pelos bancos centrais chegaram a 300 toneladas no primeiro trimestre deste ano, um crescimento expressivo em comparação a 2023. Essa acumulação visa diversificação e proteção contra as flutuações da moeda norte-americana, o que, segundo a matéria, é especialmente importante para países como China, Índia e Turquia.

Conflitos no Oriente Médio

A tensão geopolítica no Oriente Médio também tem impulsionado a atual corrida pelo ouro. Em 3 de outubro, vieram notícias de que o governo dos EUA estariam avaliando apoiar um ataque de Israel à estrutura petrolífera do Irã. Isso agravou a sensação de que o conflito é crescente na região, o que aumenta a busca de investidores por proteção.

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A alta do ouro vai continuar?

Ao que tudo indica, o metal deverá permanecer em alta nos próximos tempos, pois não há no atual horizonte algo que reverta essa tendência, segundo especialistas.

Em setembro, os analistas de commodities do Goldman Sachs aconselharam o mercado a “apostar no ouro”, afirmando que confiavam no aumento de curto-prazo do metal. Um mês depois, a instituição reviu a estimativa para a cotação no início de 2025, aumentando de US$ 2.700 para U$ 2.900 a onça-troy, basicamente em função de dois aspectos.

O primeiro (e principal) é a continuidade das fortes compras de países emergentes, em especial, da China. O segundo, é a expectativa de que se torne mais rápido o ciclo de corte dos juros de economias mais desenvolvidas.

Analistas da Reuters também avaliam que a demanda por ouro deverá continuar em alta, enquanto persistirem as atuais incertezas econômicas e geopolíticas. Segundo declarações a Forbes, “em um ambiente global marcado pela volatilidade, o ouro permanecerá como um pilar central das estratégias de diversificação de portfólio”.

ETFs de ouro e BDRs de ETFs de ouro: algumas opções disponíveis na B3

Atualmente, existe apenas um ETF de ouro disponível na bolsa brasileira – o GOLD11. Mas quem deseja investir no metal, pode fazê-lo também por meio de BDRs de ETFs, que representam fundos de ouro negociados no exterior e ações de empresas que atuam no segmento.

Os ETFs levam o número 11 depois do código de negociação, e os BDRs de ETFs são identificados pelo número 33, 34 e 39 ao final do ticker. Confira algumas opções negociadas na B3:

GOLD11

Criado em 2020, o GOLD11 busca acompanhar o ETF iShares Gold Trust, gerido pela BlackRock. Por sua vez, o referencial desse ETF é o índice LBMA Gold Price, utilizado como referência mundial para o preço do ouro em dólares.

O GOLD11 tem gestão da XP, e a sua taxa de administração é de 0,3% ao ano.

BIAU39

O BIAU39 também segue o LBMA Gold Price, e tem a gestão da BlackRock. A diferença para o GOLD11 é basicamente a sua taxa de administração, que é de 0,25% ao ano.

GDXB39

O GDXB39 busca acompanhar a performance do índice NYSE Arca Gold Miners, que representa as maiores mineradoras de ouro e prata mundiais de capital aberto. Entre outros critérios, esse índice contempla empresas com capitalização de mercado acima de US$ 750 milhões e boa liquidez diária nos pregões.

Esse BDR de ETF tem gestão da VanEck, e taxa de administração de 0,51% ao ano.

ABGD39

Mais um BDR de ETF que segue o índice LBMA Gold Price, o ABGD39 tem gestão da Aberdeen e taxa de administração de 0,17% ao ano

AURA33

Entre todos da lista, este é o único BDR que representa ações de uma companhia, e não um índice de ETF do mercado internacional.

O AURA33 é o BDR para investir na Aura Minerals, mineradora canadense de ouro, cobre e outros metais com foco em projetos de mineração nas Américas. A diferença deste BDR para os demais investimentos que vimos anteriormente é que ele não acompanha o preço do ouro, mas sim os resultados da empresa. Ou seja, embora o desempenho da Aura dependa fortemente da cotação do ouro, a sua performance também está ligada aos próprios indicadores fundamentalistas – resultados, endividamento, retorno sobre investimento, e assim por diante.

Como investir em ETFs e BDRs de ETFs de ouro?

Todas essas opções estão disponíveis no home broker da sua corretora, da mesma forma que as ações e outros ativos de renda variável. Ou seja, basta acessar o sistema da corretora, procurar pelos respectivos códigos, ou enviar uma ordem para a instituição solicitando a compra.

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

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