Os mercados acionários tiveram novamente uma semana de fortes ajustes negativos com Ibovespa voltando para a faixa de 100 mil pontos. Expectativas no cenário macroeconômico global se deterioraram, principalmente pela inflação e desaceleração das economias. Destaque para a “Super Quarta”, com decisões de políticas monetárias contracionistas no Brasil, EUA e Reino Unido. O combate a inflação continua sendo o foco dos BCs, que esperam ajustar a pressão principalmente pelo lado da Oferta de produtos que registram problemas com a Guerra na Ucrânia, Sanções à Rússia, e restrições na China por novos casos de Covid.
Cenário brasileiro
Copom elevou a Selic de 12,75% para 13,25% na quarta-feira, e deixou a porta aberta para novo aumento da mesma magnitude ou menor na próxima reunião. Segundo o BC, a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o “redor da meta” ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023. Projeção de IPCA do BC em 2022 sobe de 7,3% para 8,8% cenário referência; projeção é de 4,0% para 2023, acima da meta de 3,25%, e 2,7% para 2024, abaixo da meta de 3%.
A possibilidade de reajuste de combustíveis pela Petrobras segue no radar, a defasagem dos preços do diesel e da gasolina pela empresa está em 17% e 18% ante as cotações internacionais. Houve avanços na PLP 18 no Senado e Câmara, que coloca o teto de 17% nas alíquotas do ICMS para energia e combustíveis. Entretanto, nesta sexta-feira a Petrobras comunicou aumento na Gasolina em 5,18%, com preço médio subindo de R$3,86 para R$4,06, e também reajuste no Diesel com preço médio de R$ 4,91 para R$ 5,61, ou seja, um aumento de 14,2%.
Cenário internacional
Destaque para alta de 75 pontos-base promovida pelo Fed (Federal Reserve – BC norte-americano), o maior aperto desde 1994, o Banco da Inglaterra (BoE) anunciou ontem a 5ª alta de juros seguida, o BC da Suíça promoveu a primeira alta de juros desde 2007, e o da Argentina elevou sua taxa básica para 52%. O Banco Central Europeu (BCE) já preparou o terreno para começar a elevar juros a partir de julho, além de estar desenvolvendo um instrumento para atenuar a divergência nos custos de empréstimos dos países que integram a zona do euro. Desde o início de 2022, 44 países já elevaram os juros para combater os efeitos persistentes da inflação, segundo o jornal The New York Times.
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 4,13% ante o Ibovespa com baixa de -20,97%.
Confira o que foi Manchete na semana:
– Serviços sobem 0,2% em abril, mas iniciam 2º trimestre com ritmo abaixo do esperado;
– BCE chamou reunião emergencial, convocada depois que os rendimentos italianos atingiram o nível mais alto desde a crise da dívida soberana da Europa. Conselho do BCE disse que instruiu os comitês a criar um novo instrumento para enfrentar a crise e a chamada fragmentação, com transmissão desigual da normalização da política monetária entre as jurisdições;
– BC do Japão (BoJ) manteve sua política monetária ultra-acomodatícia, o que enfraquece mais o iene;
– Taxa básica de Juros nos EUA subiu para a faixa de 1,50% a 1,75% a.a;
– Presidente do Fed, Jerome Powell, reforça que ritmo de altas dependerá dos dados de inflação e emprego. O comitê está fortemente comprometido em retornar a inflação ao seu objetivo de 2%;
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Graduado em Estatística pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), Régis Chinchila é Analista de Investimentos da Terra desde 2015, sendo responsável por diversas Carteiras Recomendadas (entre elas, a famosa Carteira Semanal de Ações). Atua no mercado financeiro desde 2001 com experiência profissional em consultorias financeiras e corretoras de valores. Possui certificação CNPI desde 2005 pela APIMEC/CVM.
