ETF de bitcoin: o que é, como funciona e como investir

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investimento em ETF de bitcoin
Imagem mostra investimento em ETF de bitcoin

Embora tenham se tornado mais acessíveis há pouco tempo no Brasil, os ETFs (Exchange Traded Funds) cada vez mais fazem parte da carteira de investidores que buscam diversificação de forma simples. Entre eles, o ETF de bitcoin (BTC) – e de outras criptomoedas – tem chamado atenção pela rentabilidade, especialmente de 2023 para cá.

Quem acompanha esse universo, sabe que é cada vez maior a quantidade de criptomoedas, tokens, NFTs e aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi) lançados ao longo do tempo. E os ETFs de criptomoedas vieram justamente para facilitar o acesso do investidor arrojado a esse mercado.

A seguir, entenda como funciona e saiba como investir nesse tipo de ETF.

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O que é um ETF de bitcoin?

Um ETF é um fundo negociado em bolsa que replica o comportamento de algum índice ou ativo financeiro.

Na bolsa brasileira, por exemplo, existem ETFs de renda fixa, ETFs ligados a índices como Ibovespa, IFIX, Smal Cap (SMLL), S&P 500, e a ativos como ouro, commodities, e por aí vai. No caso dos ETFs de bitcoin ou de outros criptoativos, os fundos acompanham os índices ligados a esses ativos. Dessa forma, ao adquirir cotas desses ETFs, os investidores estão investindo em uma fração das criptomoedas que formam o patrimônio do fundo.

Assim como os demais ETFs, os de criptomoedas são lançados por uma gestora, que emite as cotas do fundo e as coloca em negociação nas bolsas de valores. Para fazer esse trabalho, a gestora cobra uma taxa de administração, que, no caso dos ETFs de criptomoedas negociados hoje na B3, variam entre 0,1% e 1% ao ano aproximadamente, conforme veremos mais adiante.

Como funcionam os ETFs de bitcoin?

As cotas dos ETFs de criptomoedas são negociadas na bolsa, assim como as ações, fundos imobiliários e outros ativos de renda variável. Por sua vez, essas cotas irão refletir os valores dos criptoativos que servem como referência para os respectivos fundos.

Ou seja, quando o preço do bitcoin ou de outros criptoativos oscila, as cotas acompanham proporcionalmente esse movimento. E os investidores podem negociá-las nos pregões, contando com a segurança de um produto autorizado pelas normas brasileiras e, portanto, protegido da mesma forma que outros do mercado financeiro.

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Vale a pena investir em ETF de bitcoin?

Como todo tipo de investimento, os ETFs de criptomoedas possuem vantagens, riscos e pontos de atenção que devem ser considerados, conforme veremos a seguir.

Vantagens

De forma geral, a criação dos ETFs de criptomoedas é percebida como uma aceitação do ativo digital, mostrando que esse mercado evolui para a maturidade.

Em relação ao bitcoin, um ponto importante é a expectativa de valorização devido ao halving que a criptomoeda sofre periodicamente. A cada quatro anos aproximadamente, esse processo reduz pela metade a quantidade de bitcoins que os mineradores podem ganhar, o que força a valorização do criptoativo.

Para se ter uma ideia, o primeiro halving, que aconteceu em novembro de 2012, reduziu de 50 para 25 unidades os BTC recebidos por cada bloco encontrado. Como reflexo, a cotação do ativo subiu de 12 dólares para 1.032 dólares em um ano, devido à menor disponibilidade.

O último halving do BTC foi em maio de 2020, reduzindo a recompensa para 6,25 unidades. No próximo evento, que ocorrerá em abril de 2024, a quantidade cairá para 3,125 BTC, o que, teoricamente, poderá provocar novamente uma forte valorização.

O halving do BTC só terminará quando existirem 21 milhões de unidades em circulação, o que se espera que aconteça por volta do ano 2140. É claro que existem outros fatores que influenciam a formação de preço da criptomoeda além da escassez, mas, até então, houve forte valorização sempre que o evento ocorreu, o que anima a maioria dos investidores. E, se isso acontecer, naturalmente os ETFs de bitcoin serão beneficiados.

Riscos

Por outro lado, é importante lembrar que criptoativos não possuem correlação com a economia e com outros ativos financeiros. Em outras palavras, podem disparar ou cair fortemente sem qualquer relação com políticas monetárias ou fiscais, crises financeiras, e outros eventos que mexem com a situação econômica de um país de maneira geral.

Logo, não há como prever, literalmente, o que se pode esperar do seu desempenho. Por esse motivo, mesmo que os ETFs desses ativos estejam respaldados pelas normas do mercado de capitais, o investimento continua sendo de altíssimo risco.

Ponto de atenção

Aqui, cabe chamarmos atenção para uma peculiaridade dos criptoativos que é contrária à lógica que aplicamos aos investimentos tradicionais: a volatilidade do BTC comparada a outros ativos digitais.

Uma das premissas de quem monta uma carteira é a diversificação dos ativos, para mitigar o risco e aumentar as chances de ganhos. Porém, segundo especialistas, isso funciona de forma oposta com o bitcoin. Isso porque, como ele é o criptoativo mais consolidado e valioso do mercado, a tendência é de que o risco seja reduzido se só ele estiver presente no ETF. Já as outras criptomoedas podem aumentar a volatilidade do fundo, e, por isso, é importante que se conheça quais são as que compõem o fundo na hora de investir.

ETFs de criptomoedas disponíveis na B3

Atualmente, a bolsa brasileira conta com 13 ETFs de criptomoedas, sendo o HASH11 o mais famoso deles. Inclusive, ele é o segundo maior da B3 em número de cotistas, perdendo somente para o IVVB11. Em 2023, o HASH11 acumulou rentabilidade de 112,5%, a quinta maior entre esses fundos.

Confira os ETFs de criptomoedas listados na B3:

CódigoNome do ETFFocoTaxa de adm.Lançamento
HASH11Hashdex Nasdaq Crypto IndexCriptotivos diversos0,3% a.a.abril/2021
QBTC11QR CME CF Bitcoin Reference RateBitcoin0,7% a.a.julho/2021
BITH11Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference PriceBitcoin0,1% a.a.agosto/2021
ETHE11Hashdex Nasdaq Ethereum Reference PriceEthereum0,1% a.a.agosto/2021
CRPT11Empiricus Teva Criptomoeda Top 20Contratos inteligentes0,75% a.a.junho/2022
BLOK11Investo Vaneck Smart Contract LeadersContratos inteligentes0,75% a.a.junho/2022
DEFI11Hashdex DeFi Index Fundo de ÍndiceEcossistema de DeFi da B30,3% a.a.fevereiro/2022
WEB311Hashdex Smart Contract PlatformsTokens e protocolos descentralizados de blockchains0,3% a.a.março/2022
BITI11It Now Bloomberg Galaxy BitcoinBitcoin0,7% a.a.novembro/2022
NFTS11Investo Vaneck Media and EntertainmentTokens de mídia e entretenimento0,75% a.a.abril/2022
QDFI11QR Bloomberg DeFiSistemas de DeFi0,9% a.a.fevereiro/2022
META11Hashdex Crypto MetaverseMetaverso e entretenimento digital em blockchain0,3% a.a.maio/2022
QETH11QR CME CF Ether Reference Rate FundoEthereum0,7% a.a.agosto/2021

BDR de ETF de bitcoin

Em março de 2024, o mercado brasileiro passou a contar também com o BDR de ETF iShares Bitcoin Trust – o IBIT39. Lançado dois meses antes, em 12 de janeiro, o ativo acumulava valorização de 44% quando estreou na B3.

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) também são negociados na bolsa, e são títulos que representam um ativo internacional, ou seja, o seu lastro está em um ativo fora do Brasil. Os mais conhecidos são os de ações de empresas estrangeiras, mas também existem BDRs que representam ETFs internacionais. Esse é o caso do IBIT39, que é atrelado ao ETF americano iShares Bitcoin Trust (IBIT), da gestora BlackRock, que investe exclusivamente em bitcoin.

Apesar de serem negociados em reais, os BDRs sofrem o impacto da variação cambial, pois o seu ativo referência é dolarizado. Isso significa que o câmbio é mais um fator de volatilidade para esses títulos, além da performance do ativo em si. Essa é uma variável que deve ser bem avaliada na hora de investir nos BDRs de ETFs – sejam de criptomoedas ou de outros ativos – pois as oscilações do dólar aumentam ainda mais a volatilidade do investimento.

Como investir em ETFs de criptomoedas?

A escolha de um ETF segue a mesma lógica dos fundos de investimentos tradicionais. Ou seja, é importante levar em consideração as taxas cobradas, a experiência da gestora e, embora isso não seja garantia de ganhos futuros, deve-se analisar o retrospecto de resultados do fundo.

Lembrando de avaliar cuidadosamente as vantagens e riscos que vimos anteriormente, para se ter certeza de que o um ETF de criptomoedas tem a ver com o perfil do investidor.

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