O Itaú (ITUB4) reportou lucro líquido recorrente de R$ 8,079 bilhões no terceiro trimestre de 2022, alta de 19,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o resultado positivo foi de R$ 23,1 bilhões, 17,2% acima do lucro auferido de janeiro a setembro de 2021.
Confira os números do Itaú (ITUB4) e de outras companhias em nosso painel de resultados.
O resultado veio em linha com as expectativas do mercado. As projeções da Bloomberg apontavam R$ 8,036 bilhões para o período. No comparativo com o segundo trimestre, o lucro do 3T22 cresceu 5,2%.
O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) gerencial do banco passou de 20,8% no segundo trimestre de 2022 para 21% no 3T22. Além disso, o Itaú também registrou aumento na carteira de crédito na ordem de 2,5% frente ao segundo trimestre, totalizando R$ 1,11 trilhão. Como destaques, o banco aponta o crescimento do crédito pessoal, imobiliário e consignado no trimestre.
A margem financeira gerencial do Itaú (ITUB4) alcançou R$ 23,9 bilhões no período, alta de 22,5% no comparativo anual. A melhora do indicador se deve ao crescimento da margem financeira com clientes, que subiu 33% em relação ao mesmo período de 2021. Porém, a margem financeira com o mercado caiu 73,2% na base anual e 20,6% em relação ao 2T22. A razão da queda foram os ganhos menores na tesouraria da América Latina.
Alta das provisões contra inadimplência
As provisões para devedores duvidosos (PDD) cresceram 49% na comparação com terceiro trimestre de 2022, totalizando R$ 8,27 bilhões no período. Essa alta foi motivada especialmente pelo aumento da carteira de crédito em modalidades sem garantia e da carteira em atraso. Além disso, o banco destaca o aumento do número de descontos concedidos, em função de renegociações. Em relação ao trimestre anterior, a alta da PDD foi de 5,9%.
Qualidade do crédito e venda de carteira
No 3T22, a inadimplência acima de 90 dias cresceu 10 pontos base em relação ao trimestre anterior, por causa das carteiras de pessoas físicas e de empresas médias e de pequeno porte no Brasil. O banco informa que a inadimplência de grandes empresas permanece no menor patamar histórico.
No relatório do trimestre, o Itaú informa ter vendido carteiras ativas sem retenção de riscos no valor de R$ 606 milhões. Desse total, R$ 437 milhões se referem a pessoas físicas com atraso acima de 90 dias, dos quais R$ 269 milhões ainda estariam ativos ao final de setembro último se não fosse a venda.
Os R$ 169 remanescentes correspondem a carteiras em dia e com pequenos atrasos de pessoas jurídicas, e não impactaram os indicadores de inadimplência. A venda dessas carteiras impactou positivamente o custo do crédito em R$ 53 milhões, segundo o banco.
