Stock picking: saiba como selecionar as melhores ações

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investidor fazendo stock picking
Imagem mostra investidor fazendo stock picking

Mesmo para quem já tem alguma experiência no mercado de capitais, escolher uma ação não é uma tarefa tão simples. Para realizar o sonho de comprar da baixa e vender na alta, é preciso conhecer as empresas e saber analisar o mercado, e o stock picking é uma das ferramentas que se pode utilizar para isso.

Em linhas gerais, a tarefa do stock picker (quem pratica a estratégia) é escolher ativos que estão subprecificados para vendê-los quando se valorizarem, e isso não é feito de forma aleatória. Portanto, se você quiser saber como funciona essa estratégia, continue a leitura e confira!

O que é stock picking?

Em inglês, stock é a forma como o mercado se refere às ações de empresas norte-americanas, e picking pode ser traduzido como “escolhendo”. Ou seja, fazer stock picking nada mais é do que escolher ações com para lucrar com a sua valorização.

Logo, o stock picker é aquele que está sempre atendo às melhores oportunidades do mercado. Para isso, ele precisa conhecer as empresas, entender os seus fundamentos e acompanhar a volatilidade da bolsa. Dessa forma, conseguirá avaliar a relação entre risco e retorno do investimento, e, assim, determinar as possibilidades de ganhos.

Com o passar do tempo, a carteira de quem adota essa estratégia pode sofrer diversas variações, pois o objetivo é superar a rentabilidade média do mercado. Nesse caso, estamos falando de uma gestão ativa dos investimentos, conforme veremos a seguir.

Gestão ativa e passiva: o que isso significa?

Na gestão ativa de uma carteira, o objetivo é buscar superar determinado índice de referência (benchmark). No caso das ações, esse referencial pode ser o Ibovespa, o S&P 500, o Dow Jones, os índices MSCI, e assim por diante. Como o objetivo da estratégia é superar o benchmark, o investidor acompanha frequentemente o desempenho das ações que formam a carteira. Dependendo da performance de cada uma delas, poderá mantê-las ou substituí-las por outras mais rentáveis, se for o caso.

Por outro lado, na gestão passiva de uma carteira de ações não se busca superar algum referencial, mas sim acompanhar o seu desempenho. Um dos exemplos mais conhecidos desse tipo de estratégia são os ETFs (Exchange Traded Funds), que replicam determinado índice ou ativo financeiro.

Como vimos, o stock picking busca sempre a maior valorização possível da carteira. Para isso, é preciso monitorar constantemente o rendimento dos ativos, ou seja, realizar uma gestão ativa do investimento.

Como o stock picking funciona?

Como vimos, o objetivo da estratégia é comprar o ativo no melhor preço para obter o melhor resultado na venda. Para isso, é preciso entender se a ação ainda tem potencial de valorização ou se já chegou no seu máximo, e esse é o desafio do stock picker. A seguir, acompanhe algumas dicas.

Escolher boas ações

As ações representam partes de uma empresa. Logo, para que possamos escolher as melhores, é preciso conhecer as emissoras dos títulos, e o primeiro passo para isso é saber analisar os indicadores financeiros de uma empresa. Por exemplo, evolução das vendas, resultados, geração de caixa, grau de endividamento, e assim por diante.

Todas as companhias de capital aberto divulgam essas informações a cada três meses, nas temporadas de balanços. Inclusive, esses relatórios também trazem dados referentes à governança corporativa, outro ponto importante para a avaliação de uma empresa.

Além disso, há também aspectos macroeconômicos que o investidor precisa conhecer para entender quais as perspectivas para o negócio. Aqui, entram taxa de juros, inflação, PIB, cenários interno e externo, e por aí vai.

De forma geral, as empresas com indicadores financeiros saudáveis tendem a ganhar valor no longo prazo. Por isso, se o preço de suas ações estiverem atraentes, elas podem ser uma boa alternativa para o stock picker.

Avaliar preços atrativos

Depois de identificar as empresas com bons fundamentos, o próximo passo é entender se os preços de suas ações estão atrativos ou não. Nesse sentido, uma das ferramentas mais eficientes é o valuation – um estudo que reúne diversos aspectos quantitativos da companhia. Entre os métodos de valuation mais utilizados, estão o fluxo de caixa descontado e a avaliação por múltiplos.

No fluxo de caixa descontado, o foco da análise é no valor intrínseco da empresa. Em outras palavras, o investidor procura entender quanto ela pode ganhar de valor no futuro. Para isso, analisa projeções de resultado utilizando uma taxa de desconto por um determinado período.

Já a avaliação por múltiplos requer a análise de indicadores financeiros da empresa. Entre os diversos múltiplos que podem ser utilizados, alguns dos mais conhecidos são os seguintes:

  • EBITDA: mostra o quanto a empresa gera de caixa considerando apenas a sua operação.
  • Preço/Lucro (P/L): indica a relação entre o preço atual da ação e o lucro acumulado pelo título nos últimos 12 meses.
  • Preço/Valor Patrimonial (P/VPA): mostra a relação entre o preço da ação e o seu valor patrimonial, para entender o quanto o mercado está disposto a pagar pelo patrimônio líquido da empresa.
  • Return on Equity (ROE): indica mostrar o quando a empresa consegue gerar de lucro líquido a partir do seu capital próprio. Ou seja, o quanto renderam os recursos que os sócios investiram no negócio.

Quais as formas de fazer stock picking?

Não há uma fórmula única para utilizar a estratégia, pois o investidor pode combinar diversas ferramentas de análise para escolher suas ações. Entre as abordagens mais utilizadas, estão a análise fundamentalista e o value investing.

Análise fundamentalista

A análise fundamentalista busca entender a empresa a partir de aspectos internos e externos. Quanto aos primeiro, são avaliados saúde financeira, geração de resultado, nível de endividamento, governança, entre outros. Já os aspectos externos se referem ao setor de atuação e fatores macroeconômicos, conforme vimos anteriormente.

Essa metodologia reúne todos esses aspectos e os analisa em conjunto. Dessa forma, consegue-se realizar projeções para o desempenho da empresa, o que ajuda a tomar a melhor decisão de investimento.

É importante ressaltar que, quanto mais informações e indicadores fundamentalistas forem utilizados, mais completa será a análise. Logo, mais assertiva tende a ser a decisão sobre a carteira.

Value investing

Na tradução literal, a expressão significa “investimento em valor”. Basicamente, quem utiliza o value investing busca encontrar ações descontadas, ou seja, abaixo do que realmente valem.

Essa estratégia ganhou fama ao ser adotada por megainvestidores do mercado financeiro, sendo Warren Buffett o seu expoente mais famoso. Nesse sentido, foco no longo prazo e preços acessíveis são os principais pilares de quem adota o value investing nos investimentos.

Quando uma ação está abaixo do preço, não significa necessariamente que ela seja um mau negócio. Por exemplo, pode ser que o mercado ainda não conheça bem a empresa, como acontece com muitas small caps durante anos. Ou pode ser que o seu preço tenha sido afetado por algum movimento do mercado, o que é bastante comum na renda variável.

Não existe uma fórmula única para adotar o value investing. No entanto, podemos identificar três pontos principais dessa estratégia. O primeiro deles é ter um horizonte de longo prazo para o investimento, o que significa paciência em momentos de turbulência. Caso contrário, o investidor pode tomar más decisões no sentido de comprar ou vender uma ação na hora errada.

O segundo ponto é encontrar boas empresas e saber analisá-las. Por isso, a análise fundamentalista é uma importante base para o value investing.

Confiar no negócio da empresa também é muito importante quanto se utiliza o value investing. Para isso, é preciso conhecer o segmento, a experiência da gestão, o histórico e as perspectivas de resultado, entre outros aspectos.

Como fazer stock picking na prática?

Agora que já entendemos o que é e como funciona a estratégia, é hora de colocá-la em prática.

Para ser um stock picker, o primeiro passo é acompanhar a economia. Dessa forma, você conseguirá identificar as melhores oportunidades e os desafios que enfrentam as empresas listadas na bolsa. Entender como fatores macroeconômicos podem atuar no resultado do negócio lhe ajudará a ter uma melhor visão de longo prazo.

Outro ponto importante é entender como funciona o mercado acionário. Aqui, não estamos falando somente sobre operar no home broker ou conhecer estratégias como buy and hold ou day trade, por exemplo. Além disso, é necessário conhecer e acompanhar os principais nomes do mercado interno e das bolsas internacionais, pois dependendo das empresas, os seus resultados podem exercer impactos sobre diferentes mercados de capitais.

Por fim, acompanhar os indicadores financeiros das empresas é fundamental para o sucesso do stock picking. No site das companhias de capital aberto, você encontra demonstrações contábeis e diversas informações relevantes sobre suas atividades. Além disso, há corretoras e casas de análises que disponibilizam informações atualizadas com pareceres de especialistas.

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