Após reação contida à invasão aos Três Poderes em Brasília, o mercado brasileiro sobe impulsionado pelo otimismo externo e termina a semana com valorização. As contramedidas do governo ao escalonamento das manifestações na capital brasileira foram bem-recebidas pelos investidores, fazendo com que a percepção de instabilidade política se esvaísse já no primeiro dia da semana. Com a ancoragem de expectativas sobre a trajetória de juros nos Estados Unidos, os mercados no exterior tiveram uma semana positiva, mas início da temporada de balanços preocupa. Em meio às incertezas sobre o aumento de casos de Covid, a China apresenta sinal modesto de recuperação econômica.
Mercado brasileiro sobe: cenário nacional
Como esperado, os efeitos negativos dos atos depredatórios de Brasília foram sentidos no mercado, mas a resposta do governo federal serviu reduzir o temor sobre uma instabilidade permanente. Os dados econômicos não agradaram por aqui, enquanto o IPCA indicou inflação além do esperado, o IBC-Br demonstrou uma desaceleração significativa da atividade econômica brasileira. O plano de medidas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi anunciado, mas as incertezas quanto sua execução levaram o mercado a não esboçar uma reação. Apesar disso, o índice apresentou valorização acompanhando o exterior.
Cenário Internacional
Para os investidores americanos, está claro que a autoridade monetária dos Estados Unidos, o Federal Reserve, terá uma postura mais branda em relação ao próximo aumento de juros. Essa visão foi corroborada pelo resultado em linha com esperada da inflação americana para o mês de dezembro e discurso sem detalhes sobre política monetária do presidente do FED, Jerome Powell. Entretanto, os primeiros balanços da temporada, divulgados pelos grandes bancos americanos, preocupam o mercado sobre os impactos negativos dos juros na economia. Mesmo diante do aumento expressivo dos casos de Covid, a divulgação da balança comercial da China indica que a economia do país está, gradualmente, se recuperando.
Na Carteira Semanal Top 5 não realizamos nenhuma alteração nessa semana.
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 27,32% ante o Ibovespa com alta de 5,83%.
Manchetes internacionais
– Banco Mundial revisou para baixo sua projeção de crescimento da economia global em 2023, de 3,0% para 1,7%. A instituição alerta que muitos países estão à beira de uma recessão devido o aumento de juros no último ano e efeitos negativos da guerra da Ucrânia. As expectativas para os EUA caíram de 2,4% a 0,5% em 2023.
– Estoques de petróleo nos EUA tiveram alta de 18,961 milhões de barris na última semana. O aumento contrariou a expectativa do mercado, que previa queda em 600 mil barris.
– CPI americano caiu 0,1% em dezembro ante novembro. O núcleo do CPI subiu 0,3% na comparação mensal. Enquanto o índice esteve abaixo do projetado, o núcleo foi divulgado em linha.
– Balança comercial da China em dezembro registra superávit de US$ 78 bilhões, acima do esperado pelo mercado, as exportações e importações caíram 9,9% e 7,5%, respectivamente, na comparação anual.
Manchetes nacionais
– A divulgação do IPCA apresentou alta de 0,62%, ante um aumento de 0,41% em novembro, segundo o IBGE. O resultado ficou acima do teto das estimativas do mercado.
– Volume de vendas no varejo caíram 0,6% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE. O resultado superou as expectativas de queda em 0,3%.
– IBC-Br registra queda de 0,55% em novembro ante outubro, com ajuste. O resultado é pior do que o esperado pelo mercado, que previa recuo de 0,20%.
– Plano do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende reverter o déficit previsto de R$ 231,55 bilhões em um superávit de R$ 11,13 bilhões. Haddad reconheceu que algumas metas podem ser frustradas e classificou a redução do déficit para um patamar entre 0,5% e 1% do PIB como “bastante realista”.