A Petrobras (PETR4;PETR3) registrou lucro líquido de R$ 43,34 bilhões no 4° trimestre de 2022 (4T22), alta de 37,6% na comparação com o mesmo período de 2021. No acumulado do ano, a estatal lucrou R$ 188,33 bilhões, o maior resultado de toda a sua história e 76,7% acima do reportado no ano anterior.
De acordo com a companhia, a expressiva melhora do resultado foi impulsionada pela alta de 43%nos preços internacionais do petróleo, pela maior margem de derivados e pelos ganhos com acordos da cessão onerosa do pré-sal.
A receita líquida da Petrobras somou R$ 157,57 bilhões no 4T22, crescimento de 18,2% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. A alta do Brendt e os maiores preços de derivados e gás natural marcaram o ano passado, basicamente pela retomada da demanda mundial e pelo impacto que a guerra na Ucrânia causou na demanda.
Já no mercado interno, a companhia explica que o aumento das vendas de petróleo se deve às vendas para Acelen (Refinaria de Mataripe), após desinvestimento concluído em 30 de novembro de 2021. No acumulado de 2022, a receita líquida da Petrobras bateu R$ 641,25 bilhões, valor 41,7% superior ao faturamento de todo ano de 2021.
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O EBITDA ajustado do 4T22 foi de R$ 73,09 bilhões, alta de 16% na comparação com o último trimestre de 2021. No acumulado do ano, o crescimento do indicador foi ainda mais expressivo, atingindo R$ 340,48 bilhões contra R$ 234,57 bilhões (+47,5%).
Em 2022, os investimentos totalizaram US$ 9,8 bilhões, aumento de 12% em relação a 2021. Segundo o relatório de resultados, isso se deve ao pagamento do bônus de assinatura relativo aos campos de Sépia e Atapu e de maiores investimentos em modernização e adequação de refinarias, além de gastos com manutenção de ativos logísticos. No ano de 2022 os investimentos em crescimento (growth) corresponderam a cerca de 55% do total.
A companhia encerrou 2022 com dívida bruta de US$ 53,8 bilhões, valor 8,4% inferior na comparação com 31/12/2021. Já o prazo médio da dívida passou de 13,39 anos em 2021 para 12,07 anos no final de 2022, devido principalmente à recompra de títulos de longo prazo no mercado internacional.
O indicador dívida bruta/EBITDA era de 0,81x no final de 2022 contra 1,35x um ano antes. Em 31/12/2022, a dívida líquida atingiu US$ 41,5 bilhões, uma queda anual de 12,6%.
Pagamento de dividendos
Na quarta-feira (1°), o Conselho de Administração da Petrobras autorizou o encaminhamento à Assembleia Geral de Acionistas, prevista para 27 de abril de 2023, da proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 2,74573369 brutos por ação preferencial e ordinária em circulação.
A previsão é de que o pagamento ocorra em duas etapas de iguais valores, sendo a primeira parcela em 19 de maio e a segunda em 16 de junho de 2023. Como o montante proposto supera a previsão legal da companhia, que é de R$ 0,49806828 por ação, o Conselho de Administração sugeriu que os acionistas avaliem a criação de uma reserva estatutária.
“Caso os acionistas não acatem a sugestão do CA de criar a reserva, ou, caso não seja retido todo o saldo, o conselho recomendou aos acionistas que o pagamento desses R$ 6,5 bilhões ou do saldo remanescente ocorra em 27/12/2023 corrigido pela Selic e deduzido do valor da segunda parcela de dividendos”, disse a companhia.