A Ambev (ABEV3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 5,29 bilhões no 4° trimestre de 2022, alta de 35,7% em relação a igual período do ano anterior e acima da projeção da Bloomberg, que era de R$ 3,89 bilhões. Segundo a companhia, a melhora do indicador ocorreu principalmente devido ao crescimento do EBITDA e à menor alíquota efetiva de impostos.
No acumulado de 2022, o lucro líquido somou R$ 13,12 bilhões contra R$ 15,16 bilhões um ano antes, uma evolução de 13,5% anual.
“O desempenho comercial do Brasil continuou a liderar o caminho. No ano, os volumes tanto de cerveja quanto de NAB atingiram recordes históricos mesmo em um ambiente mais desafiador de inflação alta e aumento das taxas de juros, com ganho de participação de mercado em ambos os negócios, de acordo com nossas estimativas”, disse a companhia no relatório divulgado nesta quinta (2), antes da abertura do mercado.
No 4T22, a receita líquida da Ambev somou R$ 22,69 bilhões, um crescimento de 3,1% em relação ao último trimestre de 2021. De janeiro a dezembro de 2022, as vendas totalizaram R$ 79,70 bilhões, alta de 9,4% na comparação anual, fruto da maior receita líquida por hectolitro.
O EBITDA ajustado da companhia somou R$ 7,10 bilhões no 4° trimestre de 2022, alta de 4,8% na comparação com o 4T21.
“O crescimento do EBITDA no 4T22 foi impulsionado pelo desempenho da receita líquida, parcialmente compensado pelos preços das commodities e pelo câmbio, que impactaram o CPV (custo dos produtos vendidos). Além disso, tivemos o efeito de pressões inflacionárias contínuas, que, juntamente com investimentos comerciais adicionais no Brasil, impactaram o SG&A”, disse a Ambev.
No acumulado de 2022, o EBITDA ajustado atingiu R$ 23,77 bilhões contra R$ 22,86 bilhões em 2021, alta de 3,9%. A margem EBITDA ficou em 29,8% em 2022, recuo de 1,6 ponto percentual (p.p.) no ano.
O fluxo de caixa das atividades operacionais foi de R$ 11,81 bilhões no 4T22, praticamente estável em comparação ao mesmo período de 2021. Já no acumulado do ano, o indicador fechou em R$ 20,64 bilhões, 9,9% abaixo de 2021, principalmente em razão dos pagamentos de bônus e CAPEX no 1T22 e menor geração de caixa no CAC e no Canadá, segundo a companhia.
Perspectivas para 2023
Junto com os resultados de 2022, a companhia divulgou também suas projeções para este ano.
“Em 2023, à medida que procuramos manter nosso momentum de receita líquida construído nos últimos três anos, esperamos que nosso crescimento da receita seja mais impulsionado pelo desempenho da receita líquida por de hectolitro do que pelo volume. Em termos de custos, esperamos enfrentar menos pressão de custos de insumos do que em 2022: nossa taxa média de hedge de BRL/USD para 2023 é de 5,10 (-4,7%), e os hedges de alumínio também são um vento a favor. Assumindo os preços atuais das commodities, esperamos que nosso CPV por hectolitro excluindo depreciação e amortização em Cerveja Brasil aumente entre 6.0-9.9% (excluindo a venda de produtos de marketplace não-Ambev), mais ponderado no primeiro semestre do ano, dada a calendarização dos hedges de commodities”, declarou a Ambev.
A companhia também afirmou que a rentabilidade continuará a ser uma prioridade, tanto em termos de retorno sobre o capital investido, como de margens. “Trabalharemos para entregar crescimento do EBITDA ajustado consolidado à frente do crescimento de 17,1% em 2022”, disse.
