A Minerva Foods (BEEF3) divulgou seus resultados do 1° trimestre de 2023 na noite desta terça-feira (9). A companhia reportou lucro líquido de R$ 114 milhões, mostrando estabilidade na comparação com o mesmo período de 2022 e revertendo o prejuízo de R$ 25,7 milhões do trimestre passado.
Já a receita líquida fechou em R$ 6,38 bilhões no acumulado de janeiro a março, recuo de 11,7% em relação ao 1T22 e de 6,7% frente ao último trimestre do ano. A maior queda nas vendas ocorreu na operação brasileira (-26,6%), seguida de Paraguai (-14,8%) e Uruguai (-13,9%). Por outro lado, o indicador cresceu na Colômbia e Argentina, em 9,3% e 7,3% respectivamente.
A Minerva Foods ainda informou que as exportações representaram 62,6% do faturamento no 1T23 e 66,9% nos últimos 12 meses.
Sobre o mercado da carne bovina, a companhia observa que a atual restrição de oferta incentiva a abertura de novos mercados, o que beneficia os produtores latino-americanos.
“A oferta global de carne bovina segue cada vez mais restrita, e deve se acentuar ainda mais com a forte restrição na produção norte-americana ao longo dos próximos anos, reduzindo a disponibilidade e encarecendo os custos de produção na região. Em contrapartida a tais desafios, o Brasil se beneficia com o consistente aumento na disponibilidade de gado, reflexo da retomada do ciclo bovino e uma tendência que deve permanecer no biênio 2023 – 2024, maximizando as oportunidades para os produtores locais”, disse a Minerva na divulgação dos resultados.
Outro ponto destacado foi a retomada do mercado chinês, principal destino da carne brasileira, com o fim das restrições relativas à pandemia.
O EBITDA do 1T23 totalizou R$ 531,9 milhões, um recuo de 17,7% na base anual e de 12,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Já a margem EBITDA foi de 8,3% nos três primeiros meses do ano, queda de 0,6 ponto percentual (p.p.) ante o 1T22 e em linha com o último trimestre do ano passado.
De janeiro a março, a Minerva apresentou resultado financeiro líquido negativo de R$ 284,0 milhões, o que reduziu as perdas financeiras em 58,7% na comparação com igual período de 2022. A companhia destaca a política de hedge, que gerou resultado positivo de R$ 161,6 no 1T23, e informa que mantém protegido cerca de 30% do passivo de longo prazo em moeda estrangeira.
Observa-se grande variação no consumo de caixa operacional da empresa, que ficou negativo em R$ 8 milhões no 1T23 contra saldo positivo de R$ 840,1 milhões em igual trimestre de 2022. Segundo a Minerva, as restrições e condições menos favoráveis do crédito no Brasil neste início de ano explicam a elevada utilização de caixa, comparada a outros trimestres.
Ao final de março de 2023, a posição de caixa da companhia era de R$ 6,4 bilhões. Já a alavancagem líquida, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, fechou o trimestre em 2,6 vezes.
BEEF3: dividendos complementares
Em 02 de maio deste ano a Minerva realizou o pagamento de dividendos complementares no valor de R$ 208,6 milhões -ou R$ 0,36 por ação, excluindo as 23,1 milhões de ações em tesouraria. Considerando todo o ano fiscal de 2022, a companhia pagou R$ 336,7 milhões em dividendos, o que corresponde a R$ 0,58 por ação.
