Por aqui, há tempos é impossível falar sobre economia sem mencionar a importância do agronegócio no Brasil. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a participação do setor no PIB brasileiro chegou a 27,4% em 2021, o que corresponde a R$ 2,5 trilhões. Segundo o mesmo levantamento, a agricultura respondeu por 74,4% desse valor, e a pecuária, por 25,6%.
É importante observar que essa participação vem crescendo ano a ano. Em 2020, o aumento foi de 24% em relação a 2019. Já no ano passado, a balança comercial do agronegócio no Brasil apresentou saldo positivo de US$ 105,1 bilhões, valor 20% acima do alcançado em 2020.
Reconhecimento do agronegócio brasileiro no cenário internacional
Em abril deste ano, a diretora geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, chegou a declarar que o mundo não sobrevive sem a nossa agricultura. Em visita à Frente Parlamentar Agropecuária, a dirigente observou o papel fundamental do Brasil no mercado global de alimentos.
Atualmente, o Brasil está entre os maiores produtores mundiais de alimentos, e é o quarto maior exportador mundial de grãos, somente atrás da União Europeia, China e Estados Unidos. Dados levantados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostraram que o país responde por 50% do mercado global de soja e alcançou o posto de segundo maior exportador de milho em 2020. A pesquisa da entidade mostra ainda que somos os maiores exportadores de carne bovina, com o maior rebanho bovino do mundo.
Investimentos nas startups do setor agropecuário
Até aqui, não trouxemos muitas novidades, somente atualizamos dados sobre a importância do agro para a nossa economia. O que muita gente desconhece é que o número de empresas inovadoras ligadas ao agronegócio no Brasil vem crescendo rapidamente.
Você sabia que, atualmente, existem 1,7 mil startups focadas nesse segmento por aqui? É o que mostra o relatório mais recente Radar AgTech Brasil, da Embrapa, divulgado em 23 de novembro.
O levantamento deste ano mostrou que o número de agtechs, nome dado às startups focadas no agronegócio, cresceu 8% no Brasil. Na pesquisa anterior, publicada no ano passado, a Embrapa havia mapeado pouco menos 1,6 mil dessas empresas no país.
O objetivo de uma agtech é oferecer tecnologias para dar apoio ao produtor no seu negócio e em todos os desafios que possam surgir no campo. Por exemplo, algumas dessas empresas podem ajudar a reduzir impactos ambientais, fazendo o controle biológico do solo ou a gestão de resíduos. Outras, oferecem soluções de gestão de estoques, automação do campo, integração de dados, entre outros.
Há também startups no Brasil que antecedem a produção no campo. Nesse caso, os seus serviços englobam o mercado de crédito financeiro e de carbono, análises laboratoriais, genética, nutrição animal e assim por diante.
De acordo com o último Radar Agtech Brasil, as startups do agronegócio que desenvolvem tecnologia aplicada a alimentos no segmento depois da fazenda (as agfoodtechs) receberam 85% a mais de investimentos em 2021 em relação a 2020. Apesar das instabilidades do cenário econômico, 2022 foi o mais próspero da série histórica para as startups do agro. De acordo com o último Radar Agtech, as empresas que desenvolvem tecnologia aplicada a alimentos no segmento depois da fazenda (as agfoodtechs) receberam 85% a mais de investimentos em 2021 em relação a 2020.
Para os próximos anos, o relatório aponta quatro tendencias principais para a resolução de problemas do agronegócio. Nesse sentido, os projetos passam pelos mercados de insumos biológicos, marketplace para o agro, fintechs de produtos financeiros (agfintechs) e climatechs (empresas que desenvolvem soluções para a redução de gases de efeito-estufa).
Todas essas tendências e inovações têm atraído expressivos investimentos, muitos deles na modalidade venture capital (VC). Segundo Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures, o Brasil tem capacidade para atender a todas elas, pois possui instituições que fomentam tecnologias para o agro como a Embrapa e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). “Além disso, há startups capazes de desenvolver localmente os desafios necessários a cada um desses setores”, observa Jardim.
E por que isso tudo é importante?
Ao longo dos anos, a tecnologia vem aperfeiçoando cada vez mais todos os setores da economia, e com o agronegócio não poderia ser diferente.
Com recursos tecnológicos, o setor agrícola consegue aumentar os rendimentos na produção e atender a importantes questões ligadas à sustentabilidade. Hoje em dia, já não é mais novidade a utilização de drones, robôs ou outros sistemas de monitoramento nos campos, pois tudo isso melhora a eficiência agrícola de várias formas.
Por exemplo, antes desses recursos, a avaliação dos grãos para garantir a qualidade da safra era feita manualmente pelos produtores. Além de demorado, esse processo era completamente suscetível ao erro humano, e também poderia levar a rendimentos inferiores, pois as inspeções danificam parte das colheitas.
Já com a tecnologia, pode-se determinar rapidamente eventuais doenças e pragas, e atuar na resolução desses problemas em tempo quando necessário.
Agora que já sabemos mais sobre o agronegócio no Brasil e sobre a evolução tecnológica do setor, que tal conhecer algumas formas de investir nesse importante segmento da economia? Clique aqui e confira!