A B3 (B3SA3) encerrou o 1° trimestre de 2023 (1T23) com lucro líquido de R$ 1,21 bilhão, queda de 1,9% na comparação com igual período de 2022 mas acima das projeções do mercado. Analistas ouvidos pela Bloomberg esperavam por um lucro de R$ 1,09 bilhão no trimestre para a bolsa brasileira.
Já a receita líquida do 1T23 atingiu R$ 2,20 bilhões, um recuo de 3,3% em relação ao 1T22 e de 4,3% ante o trimestre imediatamente anterior. Segundo a B3, a piora do indicador deve-se principalmente à queda na receita do segmento Listado, parcialmente compensada pelo aumento nos demais segmentos.
No período, o volume financeiro médio diário negociado (ADTV) de ações à vista caiu 19,2% em relação ao mesmo trimestre de 2022, fechando em R$ 25,2 bilhões. O relatório da B3 destaca a Selic mais baixa na comparação trimestre a trimestre.
- Petrobras (PETR3; PETR4) lucra R$ 38,1 bilhões no 1T23
- JBS (JBSS3) encerra o 1T23 com prejuízo de R$ 1,45 bilhão
- Itaú (ITUB4) lucra R$ 8,43 bilhões no 1T23, alta de 14,6% no período
“No primeiro trimestre de 2023, o mercado de capitais global demonstrou preocupações com os sinais de instabilidade do setor bancário ao redor do mundo que, somadas à continuidade de juros e inflação em patamares elevados, fizeram com que as perspectivas de crescimento econômico nos países desenvolvidos fossem revisadas para baixo.
No Brasil, as incertezas advindas da expectativa do mercado em relação ao novo arcabouço fiscal e seus impactos nas taxas de juros também contribuíram para o ambiente de alta volatilidade, com a taxa de juros mantida em 13,75% durante o trimestre”, declarou a B3 no relatório de divulgação de resultados do 1T23.
Em contrapartida, o volume médio diário negociado (ADV) em derivativos somou 6,1 milhões de contratos, alta de 36% ante o 1T22 e de 31,1% em relação ao último trimestre. Segundo a B3, o volume reflete a alta volatilidade da curva de juros, principalmente em fevereiro e março.
O EBITDA recorrente fechou em R$ 1,62 bilhão, queda de 5,8% na comparação anual e em linha com o último trimestre de 2022. Já a margem EBITDA recorrente foi de R$ 73,4%, dois pontos percentuais (p.p.) abaixo do 1T22 e 2,9 p.p superior ao final do ano passado.
Ao final de março de 2023, o caixa e aplicações financeiras (circulante e não-circulante) era de R$ 16,8 bilhões, 5,4% abaixo de igual data do ano passado. Segundo a B3, isso se deve aos resultados menores e ao menor volume de garantias depositadas em dinheiro no período. A posição de caixa incluía R$ 212,6 milhões em dividendos e R$ 347,0 milhões em juros sobre o capital próprio, ambos pagos em abril último.
A dívida bruta da B3 somava R$ 11,7 bilhões ao final do 1T23, sendo 96% de longo prazo e 4% de curto prazo,
correspondente a 1,8 vezes o EBITDA recorrente dos últimos 12 meses.
Distribuição de resultados e recompra de ações
Em abril, foram pagos juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$347 milhões, e de janeiro a março foram feitas recompras de ações relativas ao Programa de Recompra de 2023/2024 no valor total de R$ 393,1 milhões. Somados, os valores chegam a R$740,1 milhões retornados aos acionistas.