O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido de R$ 8,6 bilhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), valor 61,2% acima do mesmo período do ano anterior e acima da projeção da Bloomberg para o período, que era de R$ 8,19 bilhões. No acumulado do ano, o resultado líquido somou R$ 31 bilhões contra R$ 19,7 bilhões em 2021, alta de 57,3%.
O ROE (ou RSPL – retorno sobre o patrimônio líquido) atingiu 23% no 4T22 e 20,6%¨no acumulado anual, contra 16,% no último trimestre de 2021 e 15,8% no acumulado do ano.’
Sobre o efeito Americanas, o banco informou ter provisionado R$ 788 milhões, o que corresponde a metade de sua exposição junto à companhia. Nesse sentido, explicou que está monitorando constantemente a evolução do caso, e que “eventual necessidade de agravamento adicional do risco e seu impacto em provisão já estão devidamente contemplados nas projeções corporativas de 2023”.
- Bradesco (BBDC4): lucro despenca no 4° tri 2022, sob o efeito da Americanas
- Itaú (ITUB4) lucra R$ 7,67 bi no 4T22, abaixo do esperado pelo mercado
- Santander (SANB11): lucro líquido acumulado de 2022 cai 21%
No 4T22, a margem financeira bruta do banco alcançou R$ 21,5 bilhões, alta de 9,7% em relação ao trimestre anterior e de 44,9% em relação ao mesmo período de 2021. Contribuíram para a melhora do indicador o crescimento das receitas de operações de crédito (+7%) e o resultado de tesouraria, por conta da elevação da taxa Selic e consequente reflexo na carteira de renda fixa. No acumulado do ano, os mesmos motivos turbinaram as receitas de operações de crédito, que cresceram 43,7%, e o resultado de Tesouraria, 116% acima de 2021.
O banco ainda observa o aumento de 158% na despesa de captação comercial no acumulado do ano, que totalizou R$ 59,9 bilhões, compensando parte da margem bruta. O resultado financeiro também foi influenciado pela alta dos juros, com a Selic média de 12,39% em 2022 frente a 4,42% no ano anterior, alta de 7,9 pontos percentuais.
A PDD ampliada do 4° tri 2022 somou R$ 6,5 bilhões, alta de 44,7% em relação ao trimestre anterior e de 72,4% na comparação com o 4° tri 2021, reflexo do provisionamento de 50% do risco junto à Americanas.
BBAS3: carteira de crédito bate R$ 1 tri
A carteira de crédito ampliada alcançou R$ 1 trilhão em dezembro de 2022, alta de 3,7% no trimestre e de 14,8% em relação ao final de 2021. O banco informa que, em ambos os períodos de comparação, observou-se desempenho positivo em todos os segmentos de negócios.
Na carteira pessoa física, o crescimento foi de 2,7% no trimestre e de 9% em 12 meses, principalmente devido ao desempenho do crédito consignado e das operações com cartões de crédito.
Já a carteira PJ manteve-se praticamente estável em relação ao 3T22 mas cresceu 12,8% no ano, com destaque para operações com recebíveis e garantias, em especial a linha Pronampe, cujos desembolsos chegaram a R$ 12 bilhões no segundo semestre de 2022.
A carteira agro cresceu 8,3 no trimestre e 24,9% em 12 meses, com ênfase para as operações de custeio (+9,0% no trimestre e +46,5% no ano), de investimento (+18,4% no trimestre e +54,6% em 12 meses) e crédito agroindustrial
(+265,0% no trimestre e +109,1% em 12 meses).
Distribuição de lucros
Junto dos resultados, o Banco do Brasil também informou a aprovação do percentual de 40% do lucro líquido ajustado, via dividendos e ou juros sobre capital próprio. Isso corresponde a R$ 11,8 bilhões, o equivalente a R$ 4,13 por ação.