O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,78 bilhões no 3° trimestre de 2023, alta de 4,5% em relação a igual período do ano passado. Segundo relatório de resultados divulgado na noite desta quarta-feira (8), o indicador foi influenciado positivamente pelo crescimento das carteiras de crédito e tesouraria, aumento da receita de prestação de serviços e maior controle das despesas administrativas.
Já o impacto negativo veio do aumento da PCLD ampliada, devido à mudança de grau de risco de G (70%) para H (100%) da provisão para Americanas. O banco não cita o nome da companhia, somente se refere a “empresa do large corporate que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023”.
No acumulado do ano até setembro, o lucro líquido ajustado da instituição atingiu R$ 26,11 bilhões, um crescimento de 14% ante 2022.
Mesmo com o aumento de 66% na PCLD ampliada, que fechou o 3T23 em R$ 7,51 bilhões contra R$ 4,51 bilhões no mesmo trimestre de 2022, o banco obteve aumento de 7,5% na margem financeira líquida, que somou em 16,16 bilhões. Os destaques ficaram por conta das receitas de prestação de serviços (+1,7%) e participação em controladas (+22,8%).
A margem financeira com clientes totalizou R$ 20,50 bilhões no 3T23, alta de 8,4% na comparação anual e de 3,5% ante o trimestre anterior. O banco atribui a melhora ao desempenho positivo da carteira de crédito, aumento de 0,1 ponto percentual no spread e maior quantidade de dias úteis no trimestre.
No comparativo de nove meses (janeiro a setembro), o aumento de 17% da margem com clientes se deve à reprecificação da carteira e elevação do saldo médio. Já na margem com o mercado, a alta foi apoiada pelo aumento da Selic média, que foi de 8,91% em 2022 para 9,92% em 2023, considerando os três primeiros trimestres do ano. Conforme explica o Banco do Brasil, houve “impacto direto na remuneração de títulos livres e operações compromissadas, além do crescimento da margem financeira do Banco Patagonia”.
A carteira de crédito ampliada alcançou R$ 1,07 trilhão em setembro último, um crescimento de 10% na comparação anual e de 2% no trimestre. O principal destaque foi a carteira do agro, que cresceu 18,9% em valores de financiamentos, chegando a R$ 340 bilhões.
Por outro lado, cresceu também a taxa de inadimplência (atrasos superiores a 90 dias), que atingiu 2,81% no 3T23. O percentual é 0,47 ponto percentual superior ao do mesmo período de 2022.
Até o momento, os resultados do Banco do Brasil no ano estão em linha com as projeções corporativas para 2023:
(Fonte: sumário do resultado do 3T23)
Anúncio de dividendos e JCP
O banco também anunciou a distribuição de proventos no valor de R$ 2,25 bilhões, relativa ao 3° trimestre de 2023. Desse total, R$ 291 milhões se referem a dividendos (R$ 0,10198860740 por ação) e R$ 1, 95 bilhão, a juros sobre capital próprio – JCP (0,68622202661 por ação).
O pagamento deverá ser realizado no dia 30 de novembro aos acionistas que tiverem títulos no dia 21 do mesmo mês.
