A Braskem (BRKM3; BRKM5) encerrou o 1° trimestre de 2023 (1T23) com lucro líquido de R$ 242 milhões, queda de 94% na comparação anual mas acima das projeções de mercado. Segundo o consenso Bloomberg, analistas projetavam prejuízo de R$ 634 milhões no período.
O lucro líquido atribuível ao acionista foi de R$ 184 milhões, o que corresponde a R$ 0,53 por ação preferencial.
A receita líquida do 1T23 alcançou R$ 19,44 bilhões, valor 28% abaixo do auferido no mesmo período do ano passado, o que ainda mostra dificuldade na retomada do desempenho histórico operacional. No entanto, os primeiros três meses de 2023 mostram ligeira recuperação ante o último trimestre, com crescimento de 2% na receita líquida, conforme explica a Braskem no relatório divulgado nesta terça-feira (9):
“Ao longo do primeiro trimestre de 2023, a demanda para grande parte dos produtos da companhia foi maior, em função, principalmente, (i) da melhora na atividade industrial global; (ii) do início do processo de consumo dos estoques na cadeia de transformação; e (iii) do fim da política de COVID-Zero na China. Nesse cenário, houve melhora dos spreads no mercado internacional quando comparados com o 4T22”.
- Itaú (ITUB4) lucra R$ 8,43 bilhões no 1T23, alta de 14,6% no ano
- TIM (TIMS3) lucra R$ 412 milhões no 1T23 e receita cresce 19,3%
- Usiminas (USIM5): lucro cai 57% no 1° tri 2023 e chega a R$ 544 milhões
O EBITDA recorrente do 1T23 somou R$ 636 milhões contra R$ 2,51 bilhões em igual período de 2022, queda de 75%. De acordo com a Braskem, a piora do indicador deve-se, principalmente, à redução dos spreads nos mercados nacional e internacional e à queda nos volumes de vendas no Brasil e no exterior. Consequentemente, a margem EBITDA recorrente também sofreu redução de 9 pontos percentuais (p.p.), passando de 14% no 1T22 para 5% no 1t23.
As despesas financeiras aumentaram em 17% frente ao 1T22, totalizando R$ 1,57 bilhões, devido ao maior pagamento de juros por causa do crescimento da dívida bruta e à alta do CDI no período. Já as receitas financeiras cresceram 37% na comparação anual, fechando em R$ 485 milhões, fruto da maior rentabilidade nas aplicações financeiras no mercado brasileiro e internacional com o aumento das taxas básicas de juros no período.
No 1T23 o consumo de caixa recorrente da Braskem foi de R$ 677 milhões contra uma geração de caixa de R$ 422 milhões em igual período de 2022. Segundo a companhia, o consumo de recursos se deve a três fatores: concentração de pagamentos de juros semestrais no período referentes aos títulos de dívida no mercado internacional, gastos com paradas programadas de manutenção e impacto do aumento de 4% no volume de vendas global (preços maiores e aumento do contas a receber).
Ao final de março de 2023, a dívida bruta corporativa da Braskem somava US$ 7,6 bilhões, com 96% dos vencimentos no longo prazo. O prazo médio do endividamento era de, aproximadamente, 13 anos, com 59% dos vencimentos para depois de 2030.
A dívida corporativa em moeda estrangeira representava 88% do endividamento total, com custo médio ponderado de variação cambial + 5,8% ao ano. Já o grau de alavancagem, medido pela relação dívida líquida ajustada/EBITDA recorrente, fechou o 1T23 em 3,86 vezes.