Quem não gosta de tomar um cafezinho?
Quem acompanha esse mercado, ou simplesmente é amante da bebida, deve ter percebido que os preços – que subiram vertiginosamente a partir de 2020 – vêm cedendo desde o ano passado, deixando o cafezinho do dia a dia mais barato.
Relembrando que os preços subiram em 2020 e 2021 após uma fase preocupante para os cafeicultores brasileiros, pois um período de seca, seguido de geada, afetou a produção. Isso fez com que fosse necessário realizar podas e replantio em algumas áreas, o que afetou a oferta.
Os cafés arábica e conilon/robusta possuem algumas diferenças, que podemos visualizar melhor na imagem abaixo:
Além das diferenças físicas, os preços de ambos também são historicamente diferentes.
O ano de 2023 iniciou com bons preços, com o café arábica custando R$1.031,20/saca e o café robusta, R$693,31/saca. De lá pra cá, os preços caíram, mas em proporções diferentes: o arábica cedeu 12,57%, e o robusta, 1,77%, custando R$ 901,60/saca e R$ 681,02/saca, respectivamente. Em relação do pico de preços (fevereiro/22), a evolução foi a seguinte:
A média dos últimos cinco anos mostra que o preço do café robusta correspondia a 65% do preço do café arábica, mas hoje ronda os 80%. Será que mudou o padrão, e ainda veremos robusta e arábica no mesmo preço?
Antes de entendermos o que provocou essa mudança, precisamos averiguar o comportamento dos preços no mercado futuro internacional.
Nitidamente, o mercado vem dando sinais mais “otimistas” em relação aos preços de robusta/conilon do que de arábica.
Após a redução da oferta mundial em 2021 e 2022 (principalmente por geadas e secas no Brasil), a retomada da produção em players como Brasil, Colômbia e Honduras faz o cenário de oferta escassa se aproximar do fim, conforme aponta o relatório do USDA (Departamento Agrícola Norte-Americano):
Como visto no relatório do USDA, os estoques mundiais caíram, principalmente nos cafés certificados nas bolsas de Nova York (arábica) e Londres (robusta), conforme abaixo:
Com a oferta de arábica praticamente reestabelecida nesta safra, fica agora a atenção para os efeitos do El Niño, que vem castigando os cafezais brasileiros com as altas temperaturas, o que pode afetar a produção da safra 2024/2025.
E por falar em El Niño, o calor excessivo e a seca devem continuar afetando a produção de café na Ásia, principalmente em países como Vietnã e Indonésia, reduzindo assim a oferta de café robusta. O Vietnã, maior produtor de café robusta, com cerca de 41% do que é produzido no mundo dessa espécie, possui boa área produtiva irrigada, mas a seca dos rios tem reduzido as perspectivas de produção por lá.
Essa incerteza global sobre a oferta limitada de café robusta (produção deve reduzir 1,3%) aliada à demanda relativamente aquecida, fez com que os preços no mercado futuro tivessem forte valorização, como vimos em um dos gráficos anteriores. Com esse cenário, dolarizando o robusta/conilon, o Brasil ficou competitivo mundialmente e passou a exportar mais o grão. E, como consequência, fez o mercado aumentar o uso do arábica em blends e direcionar o possível de conilon à exportação.
Para ter uma dimensão melhor, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) o Brasil exportou 1,508 MM/sacas de café conilon em 2022, e no acumulado de 2023 (janeiro a outubro) já exportamos 3,264 MM/sacas, um aumento de 116,38% no volume!
Uma coisa é FATO! Ninguém pode prever para onde os preços irão! Mas é muito importante aproveitar os momentos em que o mercado dá oportunidade e fazer um hedge bem-feito, seja na compra ou na venda!
A melhor ferramenta é a informação! E ter uma assessoria como a Terra Investimentos, que tem 23 anos de agronegócio no seu DNA, faz total sentido!
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