A estabilidade fiscal para os próximos anos seguiu como o principal assunto no mercado, mesmo na última semana do ano. O relatório de expectativas dos participantes do mercado financeiro elaborado pelo BC, Boletim Focus, expôs que há um sentimento negativo quanto ao horizonte da economia brasileira. Para acalmar os ânimos do mercado, as autoridades econômicas do novo governo se empenharam em sinalizar medidas que serão tomadas a fim de evitar que as expectativas pessimistas se concretizem. As preocupações em relação à economia também afetaram os mercados no exterior diante da perspectiva de aumento de juros. Na China, órgãos públicos caminham ainda mais em direção ao fim da política de covid zero, mas sofrem com as consequências no aumento de casos.
Cenário Brasileiro
Todas as semanas, um novo relatório é divulgado pelo BC, indicando qual é o sentimento geral do mercado sobre alguns indicadores econômicos. A última semana, em específico, demonstrou uma deterioração nas expectativas dos investidores quanto à inflação e crescimento econômico nos próximos anos, a e reação do mercado foi negativa. Com o propósito de não deixar essa onda de ceticismo avançasse, a equipe econômica do novo governo, liderada pelo ministro Fernando Haddad, confirmaram que vão rever as desonerações realizadas nos últimos anos, incluindo a dos combustíveis, para compensar os impactos fiscais das propostas votadas recentemente. O anúncio foi bem recebido pelo mercado, que não via alternativas.
Cenário Internacional
As preocupações não são exclusivamente quanto à economia brasileira. Os investidores europeus responderam negativamente a mensagem clara de autoridades do BCE de que os juros devem continuar subindo durante o primeiro semestre do próximo ano. Para os representantes da instituição monetária, o risco de não fazer o suficiente tem um peso maior do que a ameaça de uma grande desaceleração econômica. Ao mesmo tempo que autoridades chinesas anunciaram novas e relevantes flexibilizações na política de covid zero, foi comunicado que os dados diários sobre a evolução do contágio não serão mais divulgados. Esse e outros fatores, levaram países com grande fluxo de viajantes chineses a pedirem testes de Covid, diante da projeção de aumento de casos.
Na Carteira Semanal Top 5 não realizamos nenhuma alteração nessa semana.
Em 12 Meses, a Carteira apresenta uma valorização de 24,10% ante o Ibovespa com alta de 5,12%.
Confira o que foi Manchete na semana:
Noticiário Internacional
– Presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a afirmar que o país está pronto para negociar com todas as partes envolvidas na guerra na Ucrânia, mas o governo de Kiev e seus apoiadores ocidentais têm recusado se envolver em negociações.
– Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que não divulgará mais dados diários de casos e mortes por Covid, a autoridade havia informado que enfrentava dificuldades para rastrear todos os casos.
– Comissão de Segurança Nacional da China informou que, a partir de 8 de janeiro, o coronavírus não será mais classificado como “categoria A” e passará para a “categoria B”, com medidas sociais menos rígidas e restritivas.
– O aumento de casos na China gerou preocupação em países vizinhos e nos EUA, que passam a pedir teste de Covid-19 para viajantes que tenham residência ou passagem pelo país asiático.
Noticiário Nacional
– Boletim Focus indica revisão para baixo de expectativas de inflação, 5,76% para 5,64%, e ajuste marginal na projeção do PIB. Para os próximos anos, expectativa de inflação e crescimento do PIB pioraram.
– O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que rombo de R$ 220 bilhões não irá ocorrer e que o governo trabalhará para rever uma série de desonerações realizadas nos últimos anos, apontando que a recomposição do PIS e COFINS sobre os combustíveis deve acontecer no próximo ano.
– Presidente eleito Lula anunciou novos ministros do seu novo mandato. Entre os escolhidos estão: Marina Silva, no Meio Ambiente; Simone Tebet, no Planejamento e Alexandre Silveira, em Minas e Energia. Para líder do governo no Senado e Câmara, foram escolhidos Jacques Wagner e José Guimarães, respectivamente.
– Dívida bruta caiu para 74,5% do PIB em novembro, em R$ 7,290 trilhões, segundo dados do BC. O resultado é o menor desde dezembro de 2019 e incluí o BC e as empresas públicas.
