Por ser a commodity com maior liquidez na B3, o milho atrai quem deseja lucrar no curto prazo. Saiba como operar contratos de milho.
Você sabia que o milho é a commodity agrícola mais negociada na B3? Neste artigo, vamos mostrar o que você precisa saber para operar contratos de milho na Bolsa brasileira.
Para começar, vale termos uma ideia do tamanho deste mercado. Quem nos explica é a Coordenadora da Mesa de Grãos da Terra Investimentos, Bianca Moura:
“Em relação a outras commodities (Café, Soja, Boi Gordo, entre outros), o milho tem número recorde de contratos na B3. Em média, a Bolsa negocia um total aproximado de 146 mil contratos. Na média diária, este número fica entre 15 mil a 20 mil contratos em aberto”, revela Bianca.
Segundo dados da B3, dos 146.593 contratos de milho em aberto (data base: 17/2/2022), 12% era de pessoas físicas.
O que é o mercado de futuros agrícolas?
O mercado de futuros agrícolas é o ambiente da Bolsa onde contratos de compra e venda de uma determinada commodity são acordados entre duas partes por um determinado preço e em uma data específica, com base em expectativas futuras de oferta e demanda, cenário econômico, entre outros fatores.
O contrato de milho foi desenvolvido como uma ferramenta de hedge (proteção contra oscilações nos preços). Ele é utilizado por produtores, indústrias, tradings, entre outros players da cadeia produtiva.
Paralelamente, o contrato de milho também é uma oportunidade de investimento para especuladores mais experientes que buscam auferir ganhos com flutuações de preços no curto prazo.
Milho: produção e demanda global
Quem deseja operar milho na Bolsa deve estudar e acompanhar o cenário econômico da commodity no mercado brasileiro e internacional.
O Brasil é um dos três maiores produtores de milho do mundo, ao lado dos Estados Unidos e China. Juntos, os países respondem por 60% da produção mundial no ano. Já os maiores consumidores mundiais são os Estados Unidos, a China e a União Europeia.
Em 2022, o Brasil deve ter uma safra recorde de mais de 113 milhões de toneladas. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a estimativa é de que 76,75 milhões de toneladas sejam para consumo interno e 36,68 milhões de toneladas para exportação.
O milho é usado pela indústria para produzir diversos produtos como óleo vegetal, farelo, farinha, fubá e creme para o setor alimentício. A produção no Brasil garante a oferta em boa parte do ano, sendo que grande parte das negociações acontece nos períodos de safra e entressafra.
O que é o contrato futuro de milho?
O Contrato Futuro de Milho é um acordo de compra ou venda que negocia e define o preço do milho antecipadamente no mercado futuro da B3.
Negociado na Bolsa com o código CCM, este contrato protege o setor produtivo de riscos decorrentes de oscilações de preços, garantindo um preço atual até a data do vencimento, além de ser usado também por quem deseja especular.
É importante destacar que o contrato de milho não tem entrega física (ou seja, quem opera milho não vai recebê-lo em seu endereço). “Trata-se de um contrato financeiro. Cada contrato corresponde a 450 sacas de 60 kg de milho, totalizando 27 toneladas”, explica Bianca Moura.
“A cotação que a gente vê na Bolsa é em real referente ao valor da saca. Por exemplo, o vencimento de maior liquidez hoje é Março 22. A saca está cotada neste momento em R$ 96,65 (cotação ao longo do pregão de 18/2/2022)”, explica a especialista da Terra Investimentos.
Aqui neste link, você pode conferir a cotação do milho nos últimos dias.
Para entender melhor o código de negociação do ativo, observe que cada mês de vencimento tem um código:
- Janeiro: F
- Março: H
- Maio: K
- Julho: N
- Agosto: Q
- Setembro: U
- Novembro: X
Por exemplo, CCMH22 corresponderá, portanto, ao contrato de milho (CCM) com vencimento em março de 2022.
Vantagens de operar milho
A liquidez é a principal vantagem dos contratos de milho.
“O CCM é um contrato bem líquido. Isto traz segurança para quem deseja operar milho, porque a liquidez permite que você entre e saia desse mercado com bastante facilidade”, explica. “Para quem opera day trade, por exemplo (ou seja, faz a operação e liquida no mesmo dia), a liquidez é fator chave”, reforça a especialista da Terra Investimentos.
Além da liquidez, o contrato de milho oferece outros benefícios:
- Protege o produtor contra oscilações indesejadas de preço.
- É eficiente contra o risco de base (diferença entre o preço à vista do produto e o preço futuro).
- É uma oportunidade para o especulador.
- Transparência de preço nas negociações em plataforma eletrônica.
- Possibilita alavancagem de investimentos.
Agora que você já entendeu pontos básicos sobre a commodity, vamos conhecer dois conceitos fundamentais para quem deseja operar milho na Bolsa: alavancagem e ajuste diário.
Alavancagem em contratos de milho
Como já mencionado, um contrato inteiro de milho equivale a R$ 44 mil aproximadamente (lembrando que se refere a 450 sacas de 60 kg).
No entanto, quem deseja operar milho na Bolsa não precisa ter todo esse dinheiro para poder começar. Isto porque é possível operar alavancado. E o que isto significa?
A alavancagem permite que o trader movimente volumes financeiros elevados mesmo tendo um capital inferior. E como isso é possível?
No caso de contratos de milho, a Bolsa exige uma margem de garantia, que é um percentual deste contrato. Em outras palavras: você precisa ter o valor da margem de garantia depositada em sua conta na corretora (como se fosse um tipo de “cheque caução”).
“Em média, a margem gira em torno de R$ 3 mil e este valor fica retido enquanto você faz a operação, sendo uma garantia tanto para a Bolsa como para a corretora de investimentos”, explica Bianca Moura.
Mas atenção: estamos falando de um mercado para perfis arrojados e agressivos. Da mesma forma que é possível rentabilizar o capital em percentuais bem elevados, é preciso ter cuidado: os riscos de prejuízos são altos, razão pela qual a alavancagem deve ser usada com muito critério.
O trader precisa entender bem como a alavancagem funciona – tanto do lado positivo, quanto negativo. Aqui nesta página do site da Terra Investimentos, você pode saber mais sobre Margem e Alavancagem.
Ajuste diário em contratos de milho
Por causa das inerentes variações do mercado, um outro ponto fundamental que o trader precisa estudar e conhecer é o chamado ajuste diário.
Trata-se de um ajuste financeiro – um crédito ou um débito na conta – que acontece todos os dias em sua posição.
Ao final de cada pregão, a Bolsa apura quem teve prejuízo ou lucro e faz esse acerto financeiro no dia útil seguinte. Isto significa que o trader precisa prever esta variação diária na conta e estar provisionado financeiramente para isto.
Passo a passo: como operar milho na Bolsa
Se você está interessado em saber como operar contratos de milho, confira estas dicas:
1) O primeiro passo é abrir conta em uma corretora. A Terra Investimentos, por exemplo, nasceu no mercado agro e tem mais de 21 anos de história. Nosso cliente conta com a expertise e a inteligência de negócios dos especialistas da nossa Mesa Agro.
2) O segundo passo é conhecer seu perfil de investidor. Somente perfis arrojados e com tolerância ao risco estão autorizados a operar futuros agrícolas.
3) Por envolver risco, é importante estudar e conhecer bem o mercado futuro antes de começar a operar. Entenda como ele funciona, suas características e as especificidades de cada tipo de commodity.
4) Planeje-se para evitar expor seu capital a riscos desnecessários.
5) Depois é partir para a parte operacional: tenha o Home Broker ou outra plataforma de negociação estável e robusta para enviar suas ordens à Bolsa e fechar suas operações ao longo do pregão.
Ficha técnica de contratos de milho
- Objeto de negociação: milho em grão a granel, com odor e aspectos normais, duro ou semiduro e amarelo
- Código de negociação: CCM
- Tamanho do contrato: 450 sacas de 60 kg líquidos (equivalentes a 27 toneladas)
- Meses de vencimento: janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro
- Cotação: o preço do milho é cotado em reais (R$) por saca
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#VamosJuntos
Aleksandra Zakartchouk é Especialista de Comunicação e Conteúdo da Terra Investimentos desde 2018. É apaixonada por storytelling e pelo ofício de escrever e criar experiências. Com 27 anos de carreira, já trabalhou na Bolsa e em diversas empresas do mercado financeiro. Produz conteúdo focada em ajudar as pessoas a ingressarem no mundo dos investimentos para que, através dele, conquistem seus objetivos.