Fiagro: como investir no agronegócio brasileiro

Tempo de leitura: 4 minutos

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Você sabia que é possível investir em um dos setores mais importantes de nossa economia por meio de um fundo de investimento e de forma muito acessível? Estamos falando do Fiagro, o fundo que investe diretamente na cadeia do agronegócio brasileiro.

Com o Fiagro, você pode surfar na boa onda do agronegócio mesmo sem ser um produtor rural ou sem ter uma propriedade agropecuária. Basta adquirir esse ativo e você se torna investidor de um dos setores que, há anos, mais cresce na economia brasileira.

Que tal saber mais sobre essa interessante alternativa de investimento? Então, continue a leitura e saiba tudo sobre o assunto!

O que é Fiagro?

O Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (ou simplesmente Fiagro) foi criado em 2021 com o objetivo de investir no agronegócio brasileiro. Nesse sentido, o fundo permite investir tanto em imóveis ligados ao setor quanto na atividade rural em si.

Esse fundo pode investir em diversas categorias de ativos ligados ao segmento. Entre eles, estão terrenos e imóveis localizados em zonas rurais, títulos de renda fixa como LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), e até mesmo participações em empresas do setor.

Quais os tipos de Fiagro

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), por meio da resolução 39, classificou os Fiagros em três tipos diferentes, Fiagro-FDIC, FIagro-FII e Fiagro-FIP. Entenda quais as diferenças entre eles a seguir:

Fiagro-FIDC

O FDIC (Fundo de Direitos Creditórios) é um investimento de renda fixa já conhecido. Normalmente, esse fundo tem lastro em recebíveis de uma empresa, que os vende a uma instituição financeira com deságio para suprir determinada necessidade de caixa.

Em relação ao Fiagro, os recebíveis atrelados ao fundo têm origem em atividades agroindustriais. No agronegócio, não é raro o descasamento entre os prazos de pagamentos de fornecedores e recebimento da safra. Por exemplo, na época do plantio, os produtores precisam investir para dar início às suas operações. Logo, uma das formas dessas empresas fazerem caixa é antecipando os seus recebíveis.

Para o produtor, a estrutura de um FIDC é mais atraente em termos de custos do que tomar um financiamento bancário. Já para os investidores, acaba sendo mais uma oportunidade de diversificar a carteira com boa rentabilidade.

Fiagro-FII

Como o nome sugere, o Fiagro-FII funciona de forma semelhante a um fundo imobiliário. Ou seja, para formar o patrimônio o gestor investe tanto em imóveis ou terrenos agrícolas quanto em títulos de renda fixa atrelados ao setor imobiliário, como LCAs ou CRAs.

Essa é mais uma oportunidade de diversificação bastante acessível. Nesse sentido, permite ao investidor participar de propriedades rurais sem adquirir o imóvel físico.

Fiagro-FIP

Há uma terceira opção de Fiagro para quem não deseja investir em imóveis ou créditos vinculados à cadeia do agronegócio. Trata-se do Fiagro-FIP, no qual o gestor adquire participações societárias em empresas do segmento para compor o patrimônio do fundo.

Como funciona esse investimento

A estrutura do Fiagro é semelhante aos fundos imobiliários. Inclusive, esse investimento foi instituído pela lei que alterou a lei original dos FIIs. Por isso, costuma-se dizer que, em termos operacionais, o Fiagro é como se fosse primo-irmão dos FIIs. Inclusive, você pode adquirir este investimento da mesma forma que os FIIs, usando o homebroker da sua corretora.

Quando um Fiagro recebe rendimentos de locação ou venda de imóveis rurais, esses valores são distribuídos aos cotistas do fundo. Aqui, há uma diferença em relação aos fundos imobiliários: no caso do Fiagro, o gestor é quem define o quanto distribuirá de dividendos. Ou seja, não há a obrigatoriedade de distribuir 95% das receitas como no caso dos FIIs.

Tributação do Fiagro

No caso do Fiagro, existem três benefícios fiscais. O primeiro deles é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos dos títulos que compõem o patrimônio do fundo, como LCAs ou CRAs. Isso já aumenta o ganho do investidor no fundo.

O segundo é o diferimento do IR decorrente do ganho de capital para o momento da venda, amortização ou resgate das cotas. Nesse sentido, a isenção permite que os proprietários rurais transfiram seus imóveis para o Fiagro sem ter que pagar IR sobre o ganho acumulado por ocasião da transferência.

Por fim, o terceiro benefício fiscal do investimento é a isenção de IR sobre os rendimentos para pessoas físicas nas cotas negociadas em bolsa ou mercado de balcão organizado. Mas, para isso, o fundo precisa ter ao menos 50 cotistas, e o benefício não se aplica a quem tiver mais de 10% das cotas.

Vantagens e riscos desse investimento

Uma das grandes vantagens do Fiagro é justamente o foco no agronegócio brasileiro, setor que mais se destaca em nossa economia. Além do desenvolvimento tecnológico do segmento nos últimos anos, contamos com uma diversidade enorme de commodities agrícolas, algo que poucos países têm.

Outro aspecto importante da indústria agropecuária é a sua resiliência em momentos de crise. Nesse sentido, vimos um crescimento de 2% no agro brasileiro em 2020, ano em que a atividade econômica no país caiu 4%, fortemente impactada pela pandemia. Ou seja, o agronegócio consegue se descolar do restante da economia mesmo em períodos de turbulência no mercado.

No entanto, não se pode esquecer que o segmento é marcado por riscos climáticos. Isso pode comprometer o ganho dos investidores quando as safras lucram menos do que o esperado. Além disso, há também questões macroeconômicas que impactam no agronegócio, como taxa de juros, taxa de câmbio, inflação, entre outros.

Outro risco que precisa ser considerado é se o Fiagro possui alguma concentração de recursos. Ou seja, se o fundo depende do resultado de poucos ativos ou locatários. Nesse caso, a qualidade dos títulos e o perfil do locatário precisam ser cuidadosamente avaliados.

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