Derivativos: o que são, para que servem e como utilizar?

Tempo de leitura: 6 minutos

Imagem mostra investidor operando derivativos
Imagem mostra investidor operando derivativos

Termos como mercado futuro, opções e swap fazem parte do dia a dia de muitos traders e investidores mais experientes do mercado de capitais. Esses são alguns exemplos de derivativos, um instrumento financeiro que pode ser utilizado para proteger o patrimônio ou para proporcionar maiores ganhos nas operações.

Que tal saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura a seguir e entenda como funcionam os derivativos e em que situações eles podem ser utilizados em benefício do investidor.

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O que são derivativos?

O próprio nome já explica o conceito desse instrumento financeiro. Derivativos são contratos financeiros cujos valores derivam de um ativo de referência (também chamado de “ativo-objeto”), como ações, commodities, índices ou dólar, por exemplo. Na prática, isso significa que os contratos de derivativos acompanham as oscilações do ativo ao qual eles estão vinculados.

Basicamente, a lógica desses contratos é de que, quem os negocia, está assumindo o compromisso de comprar ou de vender o ativo-objeto por um preço previamente estabelecido e em uma data predeterminada.

Como funcionam os derivativos?

Um contrato de derivativos envolve duas partes: a que vende e a que compra o risco do ativo-objeto. Um exemplo ajuda a entender como esse instrumento financeiro funciona na prática.

Suponha que o plantio da soja esteja prestes a começar, e que um produtor começou os preparativos iniciais para a sua safra. Para isso, ele precisa gastar com a preparação da terra, compra de grãos, maquinário, mão-de-obra e tudo mais que envolve o plantio.

Perceba que, mesmo sem ter vendido o produto (que inclusive ainda não existe), ele já tem diversos custos com a safra. Além disso, não sabe quanto estará valendo a soja lá na frente, quando fizer a colheita e colocar os grãos no mercado.

Agora imagine que, na data de hoje, quando o produtor está se preparando para o plantio, a saca da soja esteja custando R$ 150 no mercado. Para garantir que não irá receber menos do que esse valor quando for vender o produto, ele pode negociar um derivativo chamado de contrato futuro (veremos detalhes mais adiante).

Ao fazer isso, esse produtor consegue ter previsibilidade na sua receita, o que lhe permite já ter ideia do resultado que a safra lhe trará.

Para que servem os derivativos?

Os contratos de derivativos possuem três funções básicas, que são proteção, especulação e arbitragem. Acompanhe a seguir como funcionam em cada uma dessas situações.

Proteção

O exemplo que acabamos de ver é uma das formais mais comuns de utilização dos contratos de derivativos para proteção (ou hedge). Nesse caso, ao fechar o contrato futuro de soja, o produtor já sabe o quanto receberá por ela no momento da venda. Dessa forma, consegue projetar as suas receitas e, caso a soja se desvalorize até a venda, ele não terá perda com a queda de preço quando for negociar sua produção.

Outra situação na qual os derivativos servem como proteção financeira envolve variação cambial. Imagine uma empresa que assumiu uma dívida em dólar para pagamento em um ano. Quanto contratou o empréstimo, o dólar estava cotado a R$ 5, mas nada garante que essa cotação se mantenha no vencimento da operação.

Se o dólar cair, consequentemente a dívida da empresa ficará mais barata. Porém, na pior das hipóteses, o dólar pode disparar e, dependendo do volume do empréstimo, isso pode ocasionar uma sério prejuízo financeiro.

Nesse caso, para se proteger da volatilidade do câmbio, a empresa pode comprar contratos futuros de dólar, no qual o preço da moeda será fixado para uma data futura. Dessa forma, ela consegue evitar surpresas no momento de pagar o empréstimo.

Especulação

Há também quem utilize derivativos não para se proteger das oscilações dos preços dos ativos, mas sim para lucrar com elas.

Nesse caso, o especulador não está interessado no ativo-objeto, pois o seu objetivo é obter ganho com as pequenas variações de preços desses ativos, normalmente no curto ou curtíssimo prazo. Um exemplo clássico são as operações no day trade, que começam e terminam no mesmo dia, e no swing trade, que podem levar alguns dias ou semanas.

Arbitragem

Pode-se dizer que a arbitragem é um tipo de especulação, pois o seu objetivo também é lucrar com a diferença de preços de um ativo. A diferença é que, na arbitragem, o investidor negocia o ativo em dois mercados diferentes. Ou seja, compra o ativo no mercado mais barato e o vende em outro mais caro, aproveitando uma eventual discrepância de preços.

O mesmo exemplo do contrato futuro de soja, que o produtor fechou para proteger seu patrimônio, pode ser utilizado para a arbitragem. Imagine que um investidor sem ligação com o mercado da soja perceba que a saca, que hoje vale R$ 150, está sendo negociada a R$ 180 no mercado futuro para seis meses. Como o seu objetivo é arbitrar, ele compra hoje a soja a R$ 150 e vende a R$ 180 daqui a seis meses, lucrando R$ 30 por saca.

Como o investidor já sabe de antemão os valores de compra e de venda, o risco da arbitragem acaba sendo relativamente baixo. Essa é mais uma função dos contratos de derivativos.

Quais os tipos de derivativos?

Agora que já sabemos o que são e para que servem os derivativos, é hora de conhecermos os quatro tipos negociados na bolsa de valores. Acompanhe a seguir.

Contratos a termo

Nos contratos a termo, o comprador assume o compromisso de adquirir uma mercadoria ou ativo financeiro por um preço predeterminado em uma data futura. Já o vendedor desse contrato possui a obrigação oposta, ou seja, de vender o ativo-objeto, respeitando a data e valor para a liquidação.

Nesses contratos, a liquidação ocorre somente no vencimento da operação, não havendo nenhum desembolso durante a vigência da operação. Eles podem ser negociados tanto na bolsa quanto no mercado de balcão.

Contratos futuros

Em relação ao funcionamento, os contratos futuros se assemelham bastante aos contratos a termo. Ou seja, ambos representam a obrigação de negociar um ativo no futuro por um preço há definido inicialmente.

No entanto, a principal diferença está na forma de liquidação desses contratos. Como vimos, nos contratos a termo, a operação é liquidada somente no vencimento. Já no caso dos futuros, existe um mecanismo chamado ajuste diário, que literalmente prevê o ajuste da operação todos os dias, de acordo com as expectativas que o mercado tem sobre o preço futuro do ativo-objeto.

O valor desse ajuste diário considera o preço médio das negociações do ativo no mercado futuro realizadas no período da tarde. No final do dia, a bolsa apura o ajuste, e se ele for negativo, o investidor que tiver posições em aberto precisa ter o dinheiro em conta para a cobertura. Por outro lado, se o ajuste for positivo, ele receberá o crédito desse valor.

Outra diferença entre os contratos futuros e a termo é que a sua negociação ocorre exclusivamente na bolsa.

Opções

As opções são uma espécie de derivativo que dão ao seu titular o direito de comprar ou vender determinado ativo em uma data futura por um valor predeterminado. Ou seja, elas não são um ativo em si, mas sim um contrato que contempla o direito de comprar ou de vender um ativo-objeto.

Quem compra a opção é o titular, e ele sempre tem o direito de exercê-la, embora não seja obrigado a fazer isso. Já o lançador – que é quem vende a opção – assume o compromisso de exercício se essa for a vontade do comprador na data do vencimento.

Há quem utilize as opções como forma de proteção dos investimentos, ou simplesmente para lucrar com as oscilações dos preços de um ativo. No mercado brasileiro, as opções de ações e de commodities são as mais negociadas. Porém, esses instrumentos financeiros também podem estar vinculados a outros ativos de renda variável.

Swap

Os contratos de swap envolvem a troca de fluxos de caixa ou de riscos, com base em parâmetros como valor de referência, rentabilidade, prazo, entre outras condições. Nesse tipo de operação, o objetivo é torná-la mais previsível e reduzir os riscos que possam estar associados.

Suponha que uma empresa que atua somente no mercado nacional precise importar 70% de sua matéria-prima. Nesse caso, toda a sua receita é em reais, mas 70% dos seus custos de produção são dolarizados, e isso dificulta as projeções do que irá gastar para produzir.

Para facilitar a gestão financeira e se proteger de uma disparada do dólar, ela pode fazer um swap para trocar o risco das moedas. Dessa forma, se houver uma variação cambial expressiva, os custos dolarizados não prejudicarão o seu resultado.

Afinal, vale a pena operar com derivativos?

Como vimos, os derivativos podem auxiliar na previsibilidade financeira e na proteção do patrimônio em determinadas situações. Além disso, podem proporcionar ganhos pela simples oscilações dos preços dos ativos.

No entanto, para utilizar esses instrumentos, é muito importante ter um bom conhecimento técnico e uma estratégia bem definida. Caso contrário, essas operações podem ocasionar prejuízos , muitas vezes superiores ao valor aportado pelo investidor.

Por isso, é preciso ter cautela e entender bem essas operações antes de decidir fazê-las ou não, e uma das melhores formas de se conseguir isso é contando com uma assessoria de investimentos. Na Terra Investimentos, temos uma equipe especializada, pronta para lhe orientar sobre essas e outras modalidades disponíveis no mercado de capitais!

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