Da mesma forma que o Comitê de Política Monetária (Copom) – que decide a Selic por aqui -, o FOMC é o comitê do banco central americano (Fed) que delibera sobre a política monetária do país. Ou seja, são nessas reuniões que a taxa de juros norte americana é determinada, de acordo com a situação e as perspectivas para o cenário econômico.
A seguir, entenda a estrutura e a forma de atuação desse colegiado.
FOMC: o que é e o que faz?
A sigla FOMC vem de Federal Open Market Committee. Para o Fed, esse comitê tem a mesma importância que o Copom tem para o Banco Central do Brasil, pois é ele quem delibera sobre a política monetária e os juros da economia norte-americana.
A principal função do FOMC é definir a taxa de juros dos Estados Unidos. Da mesma forma que Copom, esse comitê reúne os seus membros oito vezes por ano de forma regular para tratar sobre as questões que envolvem política monetária. Porém, dependendo do momento e das demandas da economia, podem ocorrer tantos encontros quantos forem necessários durante o ano.
Ao todo, o FOMC possui 12 membros com direito a voto, que são o presidente do Fed, sete membros do Conselho de Governadores e quatro dos onze presidentes dos demais Reserve Banks. todos esses membros possuem mandatos rotativos.
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Como funcionam essas reuniões
Durante as reuniões do FOMC, os seus membros abordam perspectivas gerais sobre a economia norte-americana e mundial. Nesse sentido, são avaliados diversos aspectos para a tomada de decisões, como PIB, inflação, nível de emprego, tendências de salários e preços, políticas fiscais, e diversos outros componentes da macroeconomia.
Todos esses aspectos são apresentados oralmente pelos integrantes do comitê. Depois das apresentações, é hora de votar sobre qual política monetária adotar, se mais hawkish (restritiva) ou dovish (expansiva) e os respectivos motivos que levaram o comitê a adotar uma ou outra postura monetária.
Assim como acontece ao final das reuniões do Copom, é divulgado um relatório com o tudo o que foi tratado pelo FOMC. Inclusive, esse relatório traz a taxa de juros do país, que ficará em vigor ao menos até que aconteça a próxima reunião.
Por que o mundo fica de olho nas reuniões do FOMC?
Há meses, a economia dos Estados Unidos vem sendo assolada por uma alta persistente dos preços. Nesse sentido, um dos principais instrumentos que a política monetária tem para controlar a inflação de demanda é a taxa de juros. Para controlar o consumo, o governo sobe os juros, e isso desestimula os gastos. Dessa forma, os preços acabam retornando gradualmente a patamares inferiores.
Quando os juros de economias fortes sobem, como a norte-americana, o capital internacional começa a se deslocar para esses países, em detrimento de economias emergentes como o Brasil. Para entender por que isso acontece, basta pensar no desempenho da renda fixa quando os juros estão em alta. Nesses momentos, de forma geral, as pessoas migram seus recursos para investimentos mais seguros, pois passa a não ser mais tão vantajoso correr o risco da bolsa de valores. O mesmo vale para economias emergentes, que acabam perdendo a atratividade com juros mais altos em países mais estáveis economicamente.