Geadas geram impactos nas colheitas, na economia, no mercado financeiro e no preço dos produtos. É possível evitá-las? Saiba mais neste artigo!
Chegamos ao inverno e, como todos os anos, o setor agrícola se preocupa com possíveis prejuízos causados por geadas que possam atingir as lavouras. Isso sempre ocorreu, em especial na região Sul e Sudeste do Brasil, portanto não estamos falando de nenhuma novidade.
Historicamente, a mais conhecida foi a chamada Geada Negra em 1977, que dizimou lavouras de café na região do Paraná, provocando a migração de muitos produtores para outras regiões como o Cerrado Mineiro e Bahia. Recentemente a última grande geada ocorreu em 1994 na região cafeeira.
O que é a geada?
É uma forma de orvalho que pode criar uma fina camada de gelo sobre qualquer superfície exposta, portanto é um fenômeno atmosférico que ocasiona a morte de partes de uma planta, como folhas, frutos, caules, ramos ou sua perda total em função da baixa temperatura do ar, que acarreta o congelamento dos tecidos vegetais assim como também pode afetar o solo.
Veja o que a revista Cafeicultura diz a respeito:
“Para ocorrer este congelamento não é necessário que a temperatura no ar esteja igual ou menor que 0°C. Isto porque, na superfície, a temperatura pode ser até 5°C menor que no ar, dependendo da perda radioativa da superfície. A temperatura na superfície é chamada de temperatura na relva. Para o café, temperaturas nas folhas entre -3ºC e -4ºC matam os tecidos. No tronco, pode ocorrer a morte a partir de -2ºC.”
Assim sendo, cada variedade vegetal possui resistência às temperaturas, podendo ser afetadas de formas distintas.
Formação da Geada
Para que ocorra a geada, é necessária uma conjunção de fatores como ventos, umidade do ar, pressão atmosférica em torno de 1030 milibares ou mais, céu limpo sem nebulosidade durante o dia com temperaturas amenas, mas com ventos frios e noite de céu estrelado sem as nuvens.
A falta de nuvens faz com que a perda do calor da superfície absorvida durante o dia se torne maior. Junte-se a isso uma queda brusca nas temperaturas de 1°C ou mais a cada hora no decorrer da noite e madrugada (lembrando que a temperatura do ar não é necessariamente igual à da relva).
Destaco que não sou meteorologista, mas sim um entusiasta de tudo que possa influenciar o agronegócio. Por isso, não tenho a pretensão de entrar em detalhes, mas existe a geada advectiva, radiativa ou mista, assim como a geada com aspecto visual branca ou negra (1977).
Efeitos na lavoura
Este foi o resultado da recente geada do dia 20/07/2021 em uma lavoura de café na região de Carmo da Cachoeira (MG):
Na mesma fazenda, a geada afetou a lavoura de formas diferentes:
Portanto observamos que o efeito da geada depende da localização da lavoura, altitude, direção do vento, exposição. entre outros fatores.
Monitoramento e como evitar
Nesta época do ano, o monitoramento do clima se intensifica com alta tecnologia envolvida. Existem diversas empresas que prestam esse serviço para áreas especificas, enquanto órgãos governamentais também divulgam boletins e projeções cada vez mais precisas. Destaco aqui os serviços do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos.
É muito difícil, praticamente impossível evitar os efeitos de uma geada. Para minimizar possíveis riscos, o agricultor deve planejar o plantio, analisando os dados históricos climáticos da região como temperatura, chuvas, ocorrência de geadas, além de qual cultura/produto deve ser cultivado naquela região e qual variedade de planta é mais resistente à variação de temperatura, por exemplo.
Efeitos no mercado
Antes e após uma geada, o mercado costuma sofrer grande volatilidade de preços devido às incertezas sobre os efeitos ou não dessa ação climática.
Estruturas financeiras de proteção aos produtores são desenvolvidas, assim como para comerciantes, indústrias e demais participantes. Neste momento de tensão e preocupação também é observada a participação especulativa, agregando mais volatilidade ao mercado.
Após a ocorrência da geada, os produtores passam por um momento delicado e contabilizam os prejuízos, influenciando diretamente no aumento dos preços no mercado físico e futuro da cultura atingida. Em virtude da queda da produção, toda a cadeia produtiva e de comercialização é afetada, refletindo no aumento de preços ao consumidor final.
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Luiz Fernando Monteiro é responsável pela Mesa Café na Terra Investimentos. Graduado em Administração de Empresas pela Unip e com MBA em Agronegócios pela ESALQ/USP, está no mercado financeiro com foco em commodities desde 2000. Atuou em diversas corretoras e bancos focado nos mercados de café no Brasil, Nova York e Londres, além de ter atuado em operações estruturadas e leilões governamentais.