O GPA (PCAR3), dono do Pão de Açúcar, reportou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no 4° trimestre de 2022 (4T22), revertendo o lucro de R$ 777 milhões do mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, o resultado do período foi impactado por R$ 956 milhões referentes a “elementos excepcionais”, relacionados a provisões tributárias e trabalhistas, despesas com reestruturação de lojas e gastos com a segregação do Éxito e com desimobilizações dos hipermercados.
No acumulado de 2022, o prejuízo líquido ficou em R$ 172 milhões, contra lucro de R$ 802 milhões de janeiro a dezembro de 2021.
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No 4T22, a receita líquida consolidada foi de R$ 11,85 bilhões, em linha com a cifra alcançada no mesmo período do ano anterior. Já o lucro bruto apresentou queda de 7,9% no 4° tri 2022, fechando em R$ 2,87 bilhões, devido ao aumento da inflação, segundo a companhia. No acumulado do ano, o indicador totalizou R$ 42,49 bilhões, alta de 4,5% em relação ao exercício de 2021.
O EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado do 4T22 totalizou R$ 835 milhões, queda de 25,2% na comparação com igual período de 2021. De janeiro a dezembro de 2022, o indicador atingiu R$ 2,85 bilhões contra R$ 3,31 bilhões no acumulado de 2021, redução de 22,8%.
No Brasil, a margem EBITDA ajustada pro forma (sem o resultado de Stix Fidelidade, Cheftime e James Delivery) foi de 6,1%, devido ao impacto do aumento da inflação no lucro bruto. No ano, a margem EBITDA Ajustada pro forma foi de 7,0%.
“O GPA Brasil continua seu processo de recuperação de rentabilidade focado em três linhas principais do resultado: margem comercial, quebra e despesas. O processo tem evoluído satisfatoriamente e temos como guidance o atingimento de uma margem EBITDA ajustada entre 8% e 9% em 2024″, declarou a companhia.
Já no exterior, a margem EBITDA ajustada do grupo Éxito foi de 8,6% no 4T22, uma retração de 2 pontos percentuais em relação ao 4T21.
“Além da forte base de comparação com o 4T21, beneficiado por uma data especial a mais (non-VAT days) em
relação ao 4T22, a retração da margem foi impactada pelo: (I) menor nível de receita nos outros negócios do
grupo (principalmente na financeira Tuya); (II) maior nível de inflação nos três países de atuação, com impacto
na não diluição SG&A no trimestre; e (III) aproximadamente, 1p.p. explicado por efeito pontual no trimestre,
com o ajuste do saldo de estoque”.
Diretrizes do novo modelo GPA
Na divulgação dos resultados do 4T22, a companhia destacou que o ano passado marcou a consolidação do novo modelo de negócios, com o encerramento dos hipermercados e foco nas operações de supermercado premium.
“Em 2022, foi retomado o crescimento orgânico, com a abertura de 18 novas unidades do Pão de Açúcar já no formato Geração 7, focado no aprimoramento da experiência de compra dos clientes. Além disso, inauguramos outras 44 lojas de Proximidade. Encerramos o ano com a abertura recorde de 72 unidades (entre novas e convertidas), como parte da nossa projeção de abrir 300 novos pontos em três anos”, disse o CEO.
Outras ações apontam para investimentos em digitalização (aplicativos Pão de Açúcar e Clube Extra), aprimoramento dos canais de entrega e foco na reconquista dos clientes premium.