Hedge no agronegócio: o que são e como utilizar os contratos futuros

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra produtor no campo e a importância do hedge no agronegócio
Imagem mostra produtor no campo e a importância do hedge no agronegócio

Quem atua no mercado agro, ou simplesmente costuma acompanhá-lo, sabe que o histórico de preços das commodities é repleto de oscilações, e que nem sempre elas são positivas para os produtores. Por isso, para não ter surpresas na hora de realizar a margem da produção, muitas pessoas buscam o hedge no agronegócio como forma de proteção financeira.

Por mais organizado que seja o planejamento de uma safra, não há como prever determinados acontecimentos que mexem com os preços das commodities agrícolas. Prova disso é o caso atípico de vaca louca encontrado no Pará em fevereiro de 2023. Assim que o caso foi noticiado, o mercado entrou em alvoroço, justamente por ainda não haver a informação de que era um caso isolado.

O fato é que, se não estiver preparado para esse tipo de situação, o produtor pode amargar sérios prejuízos. É justamente aí que entra o papel do hedge, o qual veremos com mais detalhes na sequência deste conteúdo.

Antes de falarmos especificamente sobre o agro, é preciso entender o conceito de hedge.

Traduzida do inglês, a expressão significa “cerca” ou “cobertura”. No mercado financeiro, o hedge corresponde a uma estratégia de proteção para determinado ativo. O objetivo desse mecanismo é, acima de tudo, limitar os riscos, e não obter lucro, para que o detentor do ativo tenha mais previsibilidade em relação aos seus resultados.

Essa estratégia de proteção pode ser utilizada para diferentes ativos, como ações, moedas e commodities. Como nosso foco é o hedge no agronegócio, daremos foco somente a esse tipo de proteção neste conteúdo.

Quem precisa fazer hedge?

Como vimos, o objetivo do hedge é tentar evitar ou, ao menos, minimizar uma perda muito grande relacionada a algum ativo que possa ocorrer em função da variação dos seus preços. Por isso, no caso do agronegócio, ele é indicado para todos os participantes da cadeia, como produtores, tradings, indústrias, entre outros.

E se engana quem pensa que é preciso ser um expert nesse tipo de operação para usufruir de seus benefícios. Ao contrário; na Terra Investimentos, há uma equipe totalmente voltada à orientação dos clientes que demandam hedge para proteger o seu patrimônio.

A seguir, veja na prática como o hedge no agronegócio pode ser feito.

Exemplo de hedge no agronegócio

Digamos que você seja um produtor de café, e que o plantio de sua safra esteja se aproximando. Você sabe que, para plantar, precisará ter gastos com o preparo da terra, insumos, maquinário, mão-de-obra, entre outros. Ou seja, será necessário gastar antes de receber o valor pelo qual você venderá o seu produto, certo?

Além de gastar na frente, você não tem certeza de quanto o café estará valendo quando fizer a colheita, no momento da comercialização. Se tiver sorte, algum fator no mercado pode fazer o preço disparar, o que lhe fará realizar um bom lucro na venda. No entanto, também pode acontecer algo que derrube o preço da commodity, o que prejudicará a sua receita e poderá lhe trazer problemas, dependendo dos compromissos que você tem a honrar.

Uma vez que não dá para prever o que acontecerá na economia e no mercado, como se precaver de um prejuízo, ou, ao menos, minimizá-lo de forma a não impactar tanto o seu resultado? É exatamente para isso que existem as operações de hedge no agronegócio. A seguir, você conhecerá uma das mais utilizadas por quem atua nesse mercado: os contratos futuros.

Contratos futuros

Os contratos futuros, como o próprio nome diz, são um acordo de compra e venda de um determinado ativo para uma data futura, com preço determinado no momento da negociação.

Voltemos ao exemplo do café. Nesse caso, a principal preocupação do produtor é garantir um preço de venda que cubra os custos da safra e que lhe proporcione uma margem de lucro razoável. Por outro lado, quem compra do produtor – normalmente a indústria que beneficia o grão – precisa ter a segurança de que conseguirá vender o café para o consumidor a um preço igualmente razoável.

Digamos que, no dia de hoje, o produtor vê que o preço da saca de café esteja R$ 1.500 para daqui a seis meses, período no qual ele deve começar as vendas. Com esse valor, ele consegue cobrir os seus custos e ter uma boa rentabilidade na safra. Nesse caso, ele pode fixar os R$ 1.500 para quando for vender, independentemente de qual seja o preço que o mercado estiver praticando na data da negociação.

Para que essa venda possa ser executada, é preciso que exista alguém interessado em comprar o café por esse preço e no mesmo prazo. Lembrando que, no mercado futuro de commodities, exceto no caso do café, a liquidação da operação não é física, mas somente financeira. Em outras palavras, não é preciso comprar o ativo físico para depois vendê-lo, pois as partes só acertam entre si a diferença entre os preços de compra e de venda.

Em linhas gerais, é dessa forma que funcionam os contratos futuros. Para saber mais sobre essa estratégia de hedge no agronegócio, assista ao vídeo abaixo e confira as explicações da Fabiana Amaro, head da Mesa Agro da Terra Investimentos!

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