JBS (JBSS3) reverte lucro e encerra o 1T23 com prejuízo de R$ 1,45 bilhão

Tempo de leitura: 3 minutos

Imagem mostra logo e marcas da JBS
Imagem mostra logo e marcas da JBS

A JBS (JBSS3) reportou prejuízo líquido de R$ 1,45 bilhão no 1° trimestre de 2023 (1T23), resultado que reverteu o lucro de R$ 5,14 bilhões auferido no mesmo período do ano passado. O resultado veio abaixo do consenso entre analistas ouvidos pela Bloomberg, que projetavam lucro líquido de R$ 575,2 milhões para o período.

A receita líquida também recuou, fechando o 1T23 em R$ 86,68 bilhões, queda de 4,6% no comparativo anual e de 6,7% em relação ao último trimestre de 2022.

Segundo a companhia, fatores como custos maiores de insumos, inflação persistente e desequilíbrio entre oferta e
demanda impactaram negativamente o resultado do período. Além disso, a JBS aponta a sazonalidade natural do segmento no 1° trimestre do ano.

“Para além de condições de mercado, dois negócios foram pontualmente mais impactados neste trimestre: Beef USA e Seara. Nos Estados Unidos, enfrentamos preço elevado de gado e um achatamento da margem. Além disso a performance comercial e industrial ficou abaixo da nossa expectativa, questões que já foram endereçadas. Na Seara, enfrentamos desafios de queda de preço nas exportações, de alto custo de grão e baixa produtividade na agropecuária, que impactaram custos e volume. Tomamos as medidas para reverter a produtividade no campo e o custo de grãos já se mostra mais favorável”, explica Gilberto Tomazoni, CEO da JBSS3.

O EBITDA ajustado foi de R$ 2,16 bilhões, recuo de 78,6% na base anual e de 52,7% frente ao último tri/2022. Novamente aqui, o elevado custo de produção e a sobreoferta de proteínas (em especial frango e suínos) mostram os seus efeitos. A margem EBITDA ajustada ficou em 2,5% no 1T23.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 1,55 bilhão no 1T23, o que representa perda financeira quase seis vezes superior a de igual trimestre de 2022, mas 27,2% abaixo da despesa financeira líquida do 4T22. O elevado volume de despesas na comparação anual se deve ao maior pagamento de juros, visto que a JBS aumentou o endividamento em virtude da atual situação de mercado.

Ao final de março de 2023, a dívida líquida da empresa era de R$ 83,7 bilhões (ou US$ 16,5 bilhões), e a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, ficou em 3,4 vezes em reais e 3,6 vezes em dólares.

Segundo o relatório de resultados, a JBS já esperava alavancagem mais alta, e se preparou para isso alongando o prazo médio e reduzindo o custo da dívida. A companhia também informou não ter vencimentos relevantes até 2027.

No encerramento do 1T23, companhia tinha R$ 9 bilhões em caixa e US$ 3,2 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas sendo US$ 2,8 bilhões na JBS USA e US$ 450 milhões na JBS Brasil. Dessa forma, a disponibilidade total era de R$ 25 bilhões.

Resultado das unidades de negócios da JBSS3 no 1T23

SEARA: receita líquida de R$ 10,3 bilhões, crescimento de 8,9% em relação ao 1T22, devido ao aumento do volume (+7%) e dos preços médios de venda (+2%). Custos continuaram pressionados, o que impactou o EBITDA ajustado, que caiu 76% na base anual, fechando em R$ 147 milhões.

JBS BRASIL: receita líquida de R$ 12,2 bilhões, queda de 15% na base anual, devido aos menores volumes e preços do mercado externo. EBITDA ajustado recuou 32,3%, fechando em R$ 296 milhões, pressionado pela queda da receita (impacto China) parcialmente compensado pelo menor preço do gado vivo.

JBS BEEF NORTH AMERICA: receita líquida de R$ 27,4 bilhões, queda de 5,6% em relação ao 1T22, com um EBITDA ajustado de R$116 milhões ante R$ 4,1 bilhões na comparação anual. A companhia destaca a queda relevante das margens da carne bovina na América do Norte devido à virada do ciclo do gado, o que reduz a disponibilidade de animais para abate. “Neste cenário, de acordo com o USDA, os preços do boi gordo permaneceram em patamares elevados, crescendo 16% a/a no 1T23 para US$160/cwt, enquanto os preços da carne bovina no atacado cresceram apenas 2% a/a no mesmo período”, informou a JBS no relatório de resultados.

JBS AUSTRÁLIA: receita líquida de R$7,2 bilhões, queda de 2,3% na base anual, e EBITDA ajustado negativo em R$17,7 contra EBITDA positivo de R$ 445 milhões no 1T22. A retração do EBITDA se deve ao preço de aquisição do gado, que ficou em patamares elevados durante a maior parte do trimestre.

JBS USA PORK: receita líquida de R$ 9,4 bilhões, 6% abaixo do 1T22, e o EBITDA ajustado de R$231,7 milhões, queda de 82% na base anual. A piora dos indicadores se deve ao crescimento médio de 2% na produção de carne suína, o que aumentou os estoques e fez cair o preço em aproximadamente 20%. Além disso, o custo dos insumos e mão de obra permaneceram elevados, pressionando as margens.

PILGRIM’S: receita líquida de R$ 21,6 bilhões, queda de 2,5% em relação ao 1T22, e EBITDA ajustado de R$ 1,4 bilhão, recuo de 56% na comparação anual. A JBS destaca os preços elevados de matéria-prima nos EUA e o desequilíbrio entre oferta e demanda de frango no México como principais fatores para a piora dos indicadores.

ACOMPANHE EM TEMPO REAL O NOSSO PAINEL DE RESULTADOS!

Confira todos os resultados em tempo real, utilizando o nosso Painel de Resultados – uma planilha que mostra os números das principais empresas do Brasil listadas na bolsa, comparando com as projeções do mercado compiladas pela Bloomberg. Assim, o usuário sabe de antemão se uma empresa superou os resultados previstos. Basta preencher o formulário abaixo e receber o acesso no seu e-mail:

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Blog Terra Investimentos

Posts Relacionados