O Nubank (NUBR33) reportou lucro líquido de US$ 58 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), revertendo o prejuízo de US$ 66,1 milhões do mesmo período do ano anterior. O resultado exclui o efeito não recorrente e não caixa de US$ 356 milhões, valor referente à rescisão do Plano Ações Contingentes (CSA na sigla em inglês) de 2021.
Em novembro do ano passado, David Vélez, fundador do banco, abriu mão de um acordo que previa um bônus milionário, o que levou o banco a não precisar mais reconhecer as despesas relativas às suas ações. Esse foi o efeito não recorrente que impactou positivamente o resultado do Nubank no último trimestre.
A receita do 4T22 atingiu US$ 1,45 bilhão, um aumento de 128% em comparação ao último trimestre de 2021. No acumulado de 2022, o indicador somou US$ 4,79 bilhões, alta de 182% em relação a todo o ano de 2021. A carteira total de clientes do Nubank cresceu 62% no comparativo anual, atingindo US$ 11,3 bilhões. Desse valor, US$ 9,3 bilhões correspondem a cartão de crédito e US$ 2 bilhões, a empréstimos pessoais.
Segundo o banco, a melhora do indicador foi impulsionada pelos juros da carteira de crédito ao consumidor (crédito pessoal + cartões de crédito) e pela Selic em alta, com o CDI médio de 13,65% ao ano no 4T22 contra 7,57% a.a. no 4T21. Soma-se a isso a continuidade da expansão das operações dos serviços de crédito no varejo brasileiro.
O lucro bruto totalizou US$ 578,3 milhões, 155% superior na comparação com 2021. A margem bruta também apresentou aumento de 4 pontos percentuais (p.p.), chegando a 40% no 4T22.
Inadimplência piora
Não é surpresa a piora da inadimplência, tendo em vista principalmente a forte atuação do banco no crédito para pessoa física. A carteira de crédito vencida há mais de 90 dias chegou a 5,2% no 4T22, sendo que, no trimestre anterior, o percentual era de 4,7%. No comparativo anual, o indicador era de 3,5%.
