O que são os Fundos de Investimento?

Tempo de leitura: 6 minutos

O que são os Fundos de Investimento?

Entenda como funcionam e o que são os fundos de investimento: uma excelente escolha na hora de diversificar sua carteira.

Os Fundos de Investimento têm ganhado cada dia mais visibilidade e vem ganhando popularidade entre os investidores no Brasil.

Essa notoriedade se deve a uma série de vantagens e à praticidade para o investidor que opta pelos fundos.

Os Fundos de Investimento são práticos devido à presença de um gestor especializado que vai gerir os recursos do fundo. São adaptáveis para todos os tipos de investidor, tanto em termos de risco (conservador, moderado ou arrojado), como quanto a tipo de objetivo (curto, médio ou longo prazo) ou, ainda, em relação à necessidade de liquidez.

Existe também uma grande possibilidade de diversificação da sua carteira de investimentos, já que os fundos transitam por vários setores da economia e por todos os cenários econômicos.

Só para termos uma ideia da representatividade dos Fundos de Investimento, em 2019, o patrimônio líquido da indústria de Fundos chegou a ultrapassar R$5 trilhões.

Neste guia, vamos te ajudar não só a entender melhor o que é um fundo de investimento, mas também vamos explicar um pouco da sua estrutura, tipos de fundo e algumas particularidades de cada um. 

Vamos lá?

O que é um Fundo de Investimento? 

Fundo de Investimento é um tipo de investimento onde é feita a captação dos recursos de vários investidores para, juntos, formarem um patrimônio único que será administrado por um gestor. 

Não é raro encontramos a comparação do Fundo de Investimento com um condomínio e a lógica é muito parecida realmente e pode facilitar o entendimento.

Pense num condomínio: existe uma cota que cabe a cada um dos proprietários e é paga para um administrador ou síndico que, por sua vez, é responsável por administrar o valor total pago de modo a garantir a manutenção daquele condomínio. 

Com os Fundos de Investimento, o funcionamento é similar: são captados recursos de diversas pessoas (cotistas). Esse montante é aplicado em conjunto no mercado e será administrado por um gestor especializado, garantindo que aquele fundo seja aplicado e trabalhado da melhor forma para atingir os objetivos definidos de acordo com as regras vigentes. 

Como é a estrutura de um Fundo de Investimentos? 

Antes de falarmos mais sobre os tipos de investimento e outras particularidades dos fundos, é importante sabermos que eles têm uma estrutura básica para que seja viável seu funcionamento. Vamos entender agora um pouco mais dessa estrutura, especificando o papel de cada um dos seus “pilares”: 

  • Gestor: o gestor é quem está à frente da aplicação do fundo, ou seja, é o responsável pela compra e venda de ativos e por representar os cotistas daquele fundo e exercer o seu direito de voto em cada um dos ativos presentes na carteira do fundo. O gestor deve ser registrado junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pode ser tanto pessoa física quanto pessoa jurídica. 
  • Administrador: o administrador de um fundo deve necessariamente ser uma pessoa jurídica autorizada pela CVM. É uma instituição financeira encarregada de definir as principais características da carteira na qual o fundo irá investir. Além disso, será responsável pelo atendimento aos cotistas, seja para reportar atualizações do fundo, como valores das cotas, esclarecer dúvidas ou emitir eventuais comunicados. 
  • Custodiante:  o custodiante é mais um componente da estrutura de um Fundo de Investimento, o qual deve ser necessariamente autorizado pela CVM para realizar as suas atividades. Eles são as instituições financeiras que detêm a custódia dos ativos que compõem o fundo, sendo responsáveis por atualizar os gestores e administradores a respeito das informações de custódia do Fundo de Investimento. 
  • Auditor:  figura obrigatória para a existência de um fundo de investimento, o auditor deve, também, ser registrado e devidamente autorizado pela CVM para exercer a sua função. Ele é, entre outras atribuições, o responsável por assegurar que o fundo funcione de acordo com os parâmetros estabelecidos em regulamento. 
  • Distribuidor:distribuidor é o braço comercial, além de ser a ponte entre o fundo e o cliente final. 
  • Assembleia Geral de Cotistas: a assembleia geral de cotistas é a instância máxima quando nos referimos à tomada de decisões de um Fundo de Investimento. É a única forma de definir questões como a alteração de políticas de investimentos do fundo, por exemplo, ou assuntos relacionados à administração e gestão do fundo, como em casos de recálculo das taxas de administração e performance ou, até mesmo, na substituição de gestores e/ou administradores do fundo.

    Administradores, gestores e cotistas com mais de 5% das cotas do fundo são autorizados a convocar reuniões da assembleia, sendo que todos os cotistas deverão ser informados com, pelo menos, 10 dias de antecedência a respeito da convocação.

    Existem também as reuniões anuais para análise do desempenho e demonstrações contábeis do fundo. Cada cota dá direito a 1 voto, ou seja, quanto maior o volume de cotas, maior o peso do voto de cada cotista.  É possível também exercer o direito de voto através de mensagem escrita ou eletrônica enviada pelo cotista ao administrador do fundo.

Como Funciona um Fundo de Investimento

Agora que já vimos o que é e qual a estrutura de um Fundo de Investimentos, chegou a hora de entender como ele funciona. 

Antes de qualquer outro ponto, vamos falar sobre as cotas. É importante ter em mente que ao, investir em um fundo, você não aplica o dinheiro diretamente: você, na verdade, compra uma participação de determinado fundo de investimento. A rentabilidade será proporcional ao volume de cotas que você detém e à respectiva valorização delas.

Existem também nos fundos a incidência de taxas de administração e, em alguns casos, de uma taxa de performance. A taxa de administração é comum a todos os fundos, variando de 0,5% a 4% ao ano normalmente, e é cobrada proporcional e recorrentemente, não em um único pagamento.

Já a taxa de performance, como o nome sugere, é uma taxa praticada por alguns gestores em forma de bonificação atrelada à performance do fundo, caso ele tenha um desempenho superior ao pré-acordado.

Já no que diz respeito à tributação do fundos de investimento, os principais impostos que incidem são o imposto de renda e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O IOF incide sobre o rendimento apenas em casos em que o resgate precisa ser feito em até 30 dias a partir da data da aplicação. A alíquota desse imposto pode variar de 96% a 0%, dependendo do prazo.

Já no caso do imposto de renda, existem algumas particularidades a serem levadas em conta. A primeira é que a tributação pode ser dividida em três tipos: Fundos de Longo Prazo, Fundos de Curto Prazo e Fundos de Ações.

Os Fundos de Longo Prazo (com vencimento acima de um ano) e os de Curto Prazo (vencimentos abaixo de um ano) têm incidência regressiva de tributação. A cobrança do IR, nesses casos, é feita duas vezes por ano e é feita recolhendo cotas do fundo. Esse sistema de tributação é conhecido como come-cotas.

O Fundo de Ações sofre uma única incidência de 15% sobre o seu rendimento cobrado no momento do resgate.

Em relação à composição da carteira de investimentos, ela pode ser composta por diversos tipos de ativos como debêntures, moedas, além de muitos outros.

Essa, inclusive, é uma forma de identificar o tipo de fundo que está sendo disponibilizado. É essa característica do Fundo de Investimento que possibilita a sua adaptação à grande parte dos objetivos e perfis de investidores.

Tipos de Fundos de Investimento? Quais são?

Como falamos anteriormente, um dos principais pontos utilizados para definir o tipo do fundo de investimento é o tipo de aplicação com maior presença na carteira de ativos. O outro fator de classificação é o tipo de estratégia adotada pelo fundo.

Vamos descrever agora, resumidamente, os tipos de fundos e suas principais características:

  • Fundo Cambial: os fundos cambiais são aqueles onde a predominância da carteira é em ativos relacionados a outras moedas. É um tipo de aplicação que pode funcionar muito bem como uma proteção em relação a variações cambiais, por exemplo. Entre os mais conhecidos estão o Fundo Cambial de Dólar e de Euro.
  • Fundo de Ações: para que um fundo seja considerado como de ações é exigido que, no mínimo, 67% dos ativos que compõem a carteira sejam ações negociadas na Bolsa. Este é um tipo de fundo indicado para objetivos a longo prazo, tendo como principal risco a variação de valores dos papéis e sua rentabilidade ligada à valorização dos mesmos.
  • Fundos Multimercado: neste caso, não existe restrição em relação ao tipo de ativo que compõe a carteira. Essa característica faz com que os fundos multimercado sejam os que possuem uma maior variedade de investimentos quando comparados a outros fundos.
  • Fundos de Renda Fixa: os fundos de renda fixa devem ser compostos por, no mínimo, 80% do seu patrimônio aplicado em ativos de renda fixa, sejam eles pré ou pós-fixados, deixando o restante do patrimônio livre para ser aplicado em outros tipos de papéis.
  • Fundos Referenciados: são fundos que têm seu objetivo de rendimento ligado a um indicador específico que é usado como parâmetro. É o caso, por exemplo, dos Fundos DI que são atrelados à taxa do CDI e contam com aplicações majoritariamente em títulos do Governo Federal.
  • Fundos Imobiliários: também conhecidos como FIIs, são majoritariamente compostos por ativos ligados ao setor imobiliário. No caso dos FIIs, as cotas são equivalentes a “partes” de imóveis. Esse tipo de investimento também conta com a gestão de um profissional especializado.

Qual a diferença Fundos Abertos e Fechados?

Os fundos também podem ser classificados como abertos e fechados. Essa classificação diz respeito à entrada e saída de investidores no fundo (aplicação e resgate).

No caso dos fundos abertos, tanto o resgate quanto a aplicação podem ser feitos em qualquer momento junto às instituições responsáveis pela distribuição do fundo.

Nos fundos fechados, por sua vez, a entrada e saída de investidores é feita em momentos específicos: as aplicações são restritas ao período de captação do fundo, enquanto os resgates só podem ser feitos no vencimento do fundo (a não ser que o cotista consiga vender suas cotas para outros investidores).

Ficou com alguma dúvida? Ainda tem algo mais que você gostaria de saber sobre Fundos de Investimento? Deixe seu comentário ou entre em contato com a gente. 😉

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